sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

3º Domingo do Advento:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Sf 3,14-18a

Leitura da Profecia de Sofonias:

Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém!

O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal.

Naquele dia, se dirá a Jerusalém: “Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará por ti, entre louvores, acomo nos dias de festa”.

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Responsório: Is 12,2-6
Exultai cantando alegres, habitantes de Sião,/ porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!

Exultai cantando alegres, habitantes de Sião,/ porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!

- Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo;/ o Senhor é minha força, meu louvor e salvação./ Com alegria bebereis no manancial da salvação,/ e direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor.

- Invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas,/ entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

- Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos,/ publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!/ Exultai cantando alegres, habitantes de Sião,/ porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”

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2ª Leitura: Fl 4,4-7

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses:

Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos. Que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens! O Senhor está próximo!

Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus.

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Evangelho: Lc 3,10-18

Leitura do Evangelho de São Lucas:

Naquele tempo, as multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?” João respondia: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!” Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: “Mestre, que devemos fazer?”

João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?”

João respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!”

O povo estava na expectativa e todos perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga”.

E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a Boa Nova.

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Reflexão do Pe. Johan Konings:
Alegria e exigência de mudança

Nossa sociedade perdeu a dignidade. A injustiça e a violência andam soltas. Sentimos indignação, desejamos o fim do reino do “vale tudo”. Não é “terrorismo moral” dizer às pessoas que devem mudar, tanto na vida pessoal como na social. Mas a exigência de mudança deve ser inspirada pela esperança e pela alegria pelo bem que Deus sempre nos proporciona. A conversão dos indivíduos e da sociedade será o reverso de uma mensagem de alegria e esperança.

Como no domingo passado, também hoje o evangelho apresenta João Batista, o profeta e porta-voz de Deus, que exige nossa conversão para podermos encarar a vinda do Reino de Deus e do Messias (Lc 3,10-18). Para isso, devemos deixar de lado toda injustiça, mesmo aquela que faz parte dos costumes de nossa sociedade, como sejam o ágio, a extorsão, os subsídios ilegais etc. Se fosse hoje, João Batista ensinaria certamente a pagar imposto e taxas sociais … Tudo isso faz parte da conversão para receber, com Jesus, o Reino de Deus.

Tal exortação exigente é, na realidade, parte integrante de uma mensagem de alegria: a mensagem da salvação que vem de Deus. “Deus estará no meio de ti”, anuncia o profeta Sofonias à cidade de Jerusalém (1ª leitura). Por isso, convém alegrar-nos e demonstrarmos nossa alegria na retidão e bondade de nosso proceder (2ª leitura).

No fim do evangelho ouvimos palavras fortes. Aquele que vem, o Messias, vai limpar a eira, vai separar, no terreiro, a palha do trigo. E a palha será queimada … João ainda não conhecia a pedagogia de Jesus. Na linha dos antigos profetas, pretendia converter as pessoas mediante ameaças. Jesus converte com o dom da própria vida. A intenção de João Batista é que preparemos nossa vida para a alegria de ter Deus no meio de nós. A presença de Deus significa bondade, harmonia, paz … Para que a alegria de Deus possa chegar até nós, o profeta exige conversão pessoal e conversão da sociedade. Os exemplos propostos por João Batista são significativos: os que têm reservas estocadas devem repartir com os indigentes; os funcionários do imposto imperial devem deixar de exigir comissão para si; os soldados devem contentar-se com seu soldo e não praticar extorsão contra a população. Não se tratava de comportamentos meramente pessoais. Todos praticavam esses abusos (como ainda hoje), e para não agir assim, era preciso que o mundo fosse outro. Ninguém pode ser virtuoso e piedoso sem modificar também os costumes das pessoas e os procedimentos da sociedade na qual vive. Ser santo sozinho é ilusão.

A alegria da proximidade de Deus nos faz viver de um jeito mais limpo, mais radiante. Mas isso só tem sentido, se tornarmos mais limpo também o mundo em que vivemos, isto é, se tomamos suas estruturas mais de acordo com o evangelho e o Reino. Senão, voltaremos a nos envolver na sujeira, como porco lavado que volta ao lamaçal.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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                                                       Fonte e ilustração: franciscanos.org.br       Banner: cnbb.org.br

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