o 16º Domingo do Tempo Comum
"O Profeta fala dos maus governantes
que dispersam as pessoas do povo e se esquecem que o mandato foi dado por Deus
e o povo pertence a Ele. Medo e angústia não podem ser sentimentos presentes na
população e nem nas pessoas. Um governante segundo o coração de Deus, reúne as
pessoas e faz valer a justiça e o que é correto."
![]() Jeremias 23,1-6; Efésios 2, 13-18 e Marcos 6, 30-34 são as leituras propostas para este XVI Domingo do Tempo Comum - Ano B (BAV, Vat.lat.39, f.67v) |
A primeira leitura, Jeremias 23, 2-6, fala
dos maus pastores que perdem e dispersam o rebanho e dos castigos à não correspondência
à confiança divina. Concretamente está pensando no rei Joaquim, que ama o luxo
e não se interessa pelos pobres. Por outro lado, o Senhor reunirá todos os
restos dos rebanhos dos países para onde foram expulsos e fará com que voltem
aos campos de onde foram excluídos e dará novos pastores. As ovelhas não terão
mais medo e nenhuma delas se perderá.
O grande Pastor será um descendente de
Davi. Será um rei sábio e praticará a justiça e a retidão.
O Profeta fala dos maus governantes que
dispersam as pessoas do povo e se esquecem que o mandato foi dado por Deus e o
povo pertence a Ele. Medo e angústia não podem ser sentimentos presentes na
população e nem nas pessoas. Um governante segundo o coração de Deus, reúne as
pessoas e faz valer a justiça e o que é correto. Daí, que o Senhor reunirá
todos os refugiados e devolverá a eles suas terras e dará novos governantes que
se espelharão em Jesus e serão sábios e retos. Tanto os habitantes do Norte,
como os do Sul viverão em paz e o Governante será chamado “Nossa Justiça”.
O Evangelho, extraído de Marcos 6, 30-34,
em contraposição aos líderes da primeira leitura, apresenta Jesus como o Líder
e, por isso, seus liderados que, no Evangelho da semana passada, foram à
labuta, agora retornam gloriosos, cheios de alegria pela realização de
prodígios pastorais. O líder Jesus os leva a um lugar propício ao justo
descanso. Contudo, o povo sedento de ensinamentos sábios e retos, não os deixa
e se adianta na chegada ao lugar de descanso. Vendo isso, Jesus teve compaixão da
multidão e retoma a pregação dos seus sábios ensinamentos.
Se os discípulos não tem tempo para
descanso, mas tem o que comer, o povo não tem nada, “são como ovelhas sem
pastor”, disse Jesus. E como é um povo formado por necessitados,
conseguem mesmo a pé, chegar antes de Jesus e de seus discípulos, que estavam
na barca. É a necessidade que imprime velocidade, podemos crer! Como o povo já
não suporta mais as lideranças mentirosas e opressoras, não se importa em
partir para o deserto, e vê em Jesus aquele que traz a vida em si.
No versículo 34 fala que Jesus teve
compaixão do povo, como vimos acima. E nós, nos apiedamos do nosso povo? Temos
compaixão ou nos fazemos surdos e cegos, fazemos “olhar de paisagem”?
A segunda leitura, carta de São Paulo aos
Efésios 2, 13-18, fala que Cristo é a nossa paz! O rebanho que estava dividido
se uniu e foi criado “um só homem novo, estabelecendo a paz”, conclui o
versículo 15. Paulo vai mais adiante e diz que Jesus, o Líder, destruiu em si
mesmo (ao ser crucificado) a inimizade entre os povos judeu e pagão. O líder
não apenas pastoreia, mas une o rebanho e o leva até à fonte da Vida, versículo
18.
Padre César Augusto dos Santos SJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário