18º Domingo do Tempo Comum
Deus não respondeu
ao povo com recriminações e castigos, mas ao contrário, dando alimento em
abundância.
Quando, no
deserto, o povo judeu começou a sentir fome e sede, pôs-se a lamentar-se,
lembrando o passado recente, no Egito, quando, apesar da escravidão, estava
sempre bem alimentado com muito pão e muita panela cheia de carne.
Deus os ouviu e como Pai providente, saciou-os com maná e codornas. Afinal fora Ele quem providenciara a libertação do senhorio egípcio, do mesmo modo que havia, séculos atrás, providenciado a ida e a ascensão de José, filho de Jacó, ao posto de vice-rei daquela terra dos faraós.
Agora, ao ouvir
este novo clamor de seu querido povo, o Senhor fez coincidir as migrações
daqueles pássaros com a fome dos judeus, como também fez coincidir o
gotejamento de um arbusto típico do deserto sinaítico com a passagem do mesmo
povo. Portanto, as aves e os pingos açucarados, ou seja, o maná, atividade
normal da natureza naquele período, foram vistos e acolhidos pelos judeus como
milagre.
Deus não respondeu
ao povo com recriminações e castigos, mas ao contrário, dando alimento em
abundância.
Por outro lado,
Deus, como pedagogo, trabalhou o ponto frágil do povo que era a confiança em
Sua Providência. Os israelitas deviam, a cada dia, esperar o alimento das mãos
de Deus. As aves deveriam ser abatidas; não era possível criá-las e o maná, por
sua vez, não podia ser armazenado, pois se estragava. A cada dia dispunham de
alimento físico e também espiritual, isto é alimentar-se de fé na Providência.
No Evangelho,
Jesus proporcionou ao povo alimento em abundância. Apenas viu frustrado seu
objetivo, quando alimentou o povo com peixes e pão. O Senhor desejava, com esse
sinal, mostrar o valor da partilha de todos os bens, isto é, alimentá-los com o
dom de serem generosos, de partilharem seus bens, mas o povo queria apenas o
alimento perecível.
Jesus, então,
alertou o povo dizendo: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo
alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará.” O
Senhor sabe que os alimentos comuns - comida, viagens, estudos - nada nos
satisfaz, mas apenas Sua Palavra, que é Palavra de Vida. “Eu sou o pão da vida.
Quem vem a mim, não terá mais fome; e quem crê em mim nunca mais terá sede.”
A segunda leitura
se refere à nossa inconstância, apesar do compromisso radical feito no Batismo.
Deveremos diariamente, possibilitar o crescimento do homem novo, renovando
nossa fé em Jesus, buscando o alimento que não perece, confiando sempre em sua
Providência.
Se algo nos falta
ou aos nossos irmãos, saibamos que de há muito Deus providenciou, mas alguém o
subtraiu, não partilhando. A carência material de alguns denuncia a pobreza
espiritual de outros.
Padre Cesar Augusto
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