o amanhã pertence às crianças que protegemos hoje
O Papa recorda com um tweet o Dia Mundial
contra o Trabalho Infantil. De fato, são dezenas de milhões de crianças, muitas
delas na África, muitas vezes forçadas a trabalhar em condições miseráveis, sem
proteção para a saúde e privadas de educação.
Naquele que as Nações Unidas estabeleceram
como o ano dedicado ao combate a este fenômeno, 2021 registra 160 milhões de
menores que passam seus dias trabalhando em vez de ir à escola e viver sua
infância com alegria.
Os apelos de Francisco
“Tantas pessoas, ao invés de fazê-los brincar, os fazem escravos: isso é um flagelo. Uma infância serena permite às crianças olhar com confiança para a vida e para o amanhã. Ai de quem nelas sufoca o alegre impulso da esperança”, disse o Papa em 2013, durante o primeiro ano de seu Pontificado. “Faço um apelo às instituições para que realizem todos os esforços para proteger os menores, preenchendo as lacunas econômicas e sociais que estão na base da dinâmica distorcida em que infelizmente estão envolvidos”, havia reiterado na véspera do Dia contra o Trabalho Infantil no ano passado.
Quadro que se agravou na pandemia
Com as consequências econômicas e sociais
da pandemia do coronavírus, o número de crianças forçadas a trabalhar aumentou
pela primeira vez em vinte anos. O convite do Pontífice dirigido aos países do
mundo na mensagem em vídeo por ocasião da 75ª Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 25 de setembro passado, foi o de "não ignorar as consequências
devastadoras da crise Covid-19 sobre as crianças", que aos milhões
"não podem voltar à escola. Uma situação que, "em muitas partes do mundo",
ameaça aumentar o trabalho infantil, a exploração, o abuso e a
desnutrição".
Drama de áreas pobres, mas não só
De acordo com dados fornecidos pelo
Instituto de Estudos Políticos Internacionais (ISPI), a maior parte dos menores
entre 5 a 17 anos envolvidos em trabalho infantil, mais de 86 milhões,
encontram-se na África Subsaariana, que é também o lugar onde as crianças
menores de idade de 11 anos são mais exploradas.
Na Ásia, o trabalho infantil afeta mais de
50 milhões de crianças, principalmente no Sudeste Asiático. É impressionante
que mesmo nas áreas mais ricas do planeta, Europa e América do Norte, existam
quase 4 milhões de menores trabalhando.
Michele Raviart - Cidade do Vaticano
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