Superação na comunicação
A
associação dos “Doutores da Alegria” transita pelos campos da saúde, da cultura
e da assistência social, com profissionais formados em Artes Cênicas.
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Dom José Francisco |
Quando
o pequeno os viu, começou a gargalhar: ele ficou eufórico, dançando e apontando
para o meu cavaquinho.
–
Toca, toca! – Ele pedia.
No
leito ao lado, uma menina olhou a bagunça e voltou a desenhar. Foram se
aproximando lentamente, cantando, e incluíram o seu nome na música a fim de
estabelecer uma relação. Mas a menina seguia indiferente, enquanto o menino
ria.
Só
quando a mãe chegou, percebeu-se que elas conversavam através de libras – a
língua brasileira de sinais – e tudo fez sentido. A menina era surda. Era uma
questão de comunicação: como tocar e cantar para alguém que não escuta?
A
descoberta trouxe uma nova interação: eles utilizaram o lápis colorido da mão
dela como varinha mágica. A menina foi rindo e se empolgando. Depois de muita
bagunça, ela ainda estava com fones de ouvido. A mãe explicou que, apesar da
deficiência, ela gostava da vibração que o som emite e consegue absorver o
ritmo.
–
Ela acaba ouvindo de outra forma! – disse a mãe.
Então,
eles pediram que a menina colocasse uma de suas mãos no cavaquinho e começaram
a tocar. Ela abriu um sorriso, sentindo a vibração e, encantada, olhou para
mãe, dizendo com sinais:
– Eu
estou sentindo, mãe! Estou sentindo!
A
mãe começou a dançar e todos na enfermaria dançaram juntos.
Mais
uma vez, era só uma questão de comunicação. Para tudo acontecer é preciso
sempre se colocar no lugar do outro e vibrar com ele.
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