para um futuro de paz, que haja maior comunhão entre cristãos
Nossa atitude diante da crise pandêmica
E questiona sobre a nossa atitude como
cristãos diante desta situação. “Também nós – continua o Papa - somos
seriamente chamados a nos perguntar se queremos voltar a fazer tudo como antes,
como se nada tivesse acontecido, ou se queremos aceitar o desafio desta crise.
A crise, como revelada pelo significado original da palavra, implica um julgamento,
uma separação entre o que é bom e o que é ruim”. E completa:
“A crise nos pede, portanto, que façamos
uma seleção, que discernamos, que paremos e consideremos o que, de tudo o que
fazemos, permanece e o que passa”
O amor que não busca seu próprio interesse
E o Papa afirma que como cristãos sabemos
que o que nos resta para sempre é o amor! E explica: “Certamente não estamos
falando de amor romântico, centrado em si mesmo (...) estamos falando de amor
concreto, vivido no caminho de Jesus. É o amor pela semente que dá vida ao
morrer na terra, que dá frutos ao quebrar. É o amor que ‘não busca seu próprio
interesse", que "desculpa tudo, espera tudo, suporta tudo’. Em outras
palavras”, continua, “o Evangelho assegura frutos abundantes não para os que
acumulam para si mesmos, não para os que olham para seu próprio benefício, mas
para os que compartilham abertamente com os outros, semeando com abundância e
gratuitamente, em um humilde espírito de serviço”.
Novo impulso ao nosso caminho
E o Papa sugere:
“Queridos irmãos e irmãs, não chegou o
momento, com a ajuda do Espírito, de dar um novo impulso ao nosso caminho para
abater velhos preconceitos e superar definitivamente as rivalidades
prejudiciais?”. E segue questionando: “Sem ignorar as diferenças que terão de
ser superadas através do diálogo, da caridade e da verdade, não poderemos
inaugurar uma nova fase nas relações entre nossas Igrejas, caracterizada por
caminhar mais juntas, por querer dar verdadeiros passos em frente, por nos
sentirmos verdadeiramente co-responsáveis umas pelas outras?” E conclui:
“Se formos dóceis ao amor, o Espírito Santo
que é o amor criativo de Deus e traz harmonia à diversidade, abrirá o caminho
para uma fraternidade renovada”
Nosso testemunho, sinal de esperança para
todos
Por fim Francisco recorda ainda que “o
testemunho da crescente comunhão entre nós cristãos será também um sinal de
esperança para muitos homens e mulheres, que se sentirão encorajados a promover
uma fraternidade mais universal e uma reconciliação capaz de corrigir as
injustiças do passado. Esta é a única maneira de abrir um futuro de paz”.
Na conclusão o Papa enviou suas saudações
ao Patriarca Bartolomeu e recordou o encontro previsto para outubro deste ano
no 30° aniversário da sua eleição. No Angelus de 29 de junho de 2020 o Papa
tinha evidenciado a ausência do Patriarca:
"Segundo a tradição, nesta comemoração
uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla vem a Roma, mas este
ano não foi possível por causa da pandemia. Por conseguinte, envio um abraço espiritual
ao meu querido irmão Patriarca Bartolomeu, na esperança de podermos retomar o
mais depressa possível as nossas visitas recíprocas".
Jane Nogara
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