Papa pede a toda a Igreja para rezar pela paz
Francisco convida todos os pastores do
mundo a se unirem à Vigília de Pentecostes celebrada pelos Ordinários Católicos
na Igreja de Santo Estêvão, em Jerusalém.
A Igreja inteira unida com a Vigília de Pentecostes celebrada em Jerusalém. Foi o que anunciou o Papa Francisco, na manhã desta sexta-feira (21/05), no final de seu discurso aos novos embaixadores não-residentes credenciados junto à Santa Sé. O Papa convidou as Igrejas de todo o mundo a rezar e implorar a paz na Terra Santa, unindo-se à celebração promovida pelos Ordinários católicos na Cidade Santa.
"O meu pensamento", disse Francisco, "é para o que está acontecendo nestes dias na Terra Santa. Agradeço a Deus pela decisão de deter os confrontos armados e espero que se percorram os caminhos do diálogo e da paz. Amanhã à noite, os Ordinários católicos da Terra Santa celebrarão junto com seus fiéis a Vigília de Pentecostes na Igreja de Santo Estêvão, em Jerusalém, implorando o dom da paz".
"Aproveito a ocasião",
acrescentou o Papa, "para pedir a todos os pastores e fiéis da Igreja
católica que se unam a eles na oração. Que se eleve em cada comunidade a
súplica ao Espírito Santo para que israelenses e palestinos encontrem o caminho
do diálogo e do perdão, para serem pacientes construtores de paz e de justiça,
abrindo-se, passo a passo, a uma esperança comum, a uma convivência entre
irmãos".
Estas últimas palavras ecoam o apelo pela
paz na Terra Santa já feito no domingo passado.
...........................................................................................................................................................
Novidades para o Sínodo:
tem início a
partir das Igrejas locais
Em outubro próximo, o Papa dará início a um
caminho sinodal de três anos e articulado em três fases (diocesana,
continental, universal), feito de consultas e discernimento, que culminará com
a assembleia de outubro de 2023 em Roma.
"Um à escuta dos outros; e todos à
escuta do Espírito Santo." Para tornar concreta e visível aquela
sinodalidade desejada por Francisco desde o início de seu pontificado, o
próximo Sínodo dos Bispos será celebrado não somente no Vaticano, mas em cada
Igreja particular dos cinco continentes, seguindo um itinerário trienal
articulado em três fases, feito de escuta, discernimento, consulta. Leigos,
sacerdotes, missionários, consagrados, bispos, cardeais, mesmo antes de
discutir, refletir e questionar-se sobre a sinodalidade na assembleia de
outubro de 2023 no Vaticano, se encontrarão, portanto, vivendo-a em primeira
pessoa. Cada um em sua diocese, cada um com seu papel, com as suas instâncias.
Um processo sinodal integral
O itinerário sinodal, que o Papa aprovou, é
anunciado em um documento da Secretaria do Sínodo no qual são explicadas suas
modalidades. "Um processo sinodal integral só será realizado de forma
autêntica se as Igrejas particulares estiverem envolvidas nele", diz o
texto. Além disso, também será importante a participação dos "órgãos
intermediários da sinodalidade, isto é, os Sínodos das Igrejas católicas
orientais, os Conselhos e Assembleias das Igrejas sui iuris e as
Conferências episcopais, com suas expressões nacionais, regionais e
continentais".
Pela primeira vez, um Sínodo
descentralizado
Esta é a primeira vez, na história desta
instituição querida por Paulo VI em resposta ao desejo dos padres conciliares
de manter viva a experiência colegial do Concílio Vaticano II, que um Sínodo
começa descentralizado. Em outubro de 2015, o Papa Francisco, comemorando o 50º
aniversário desta instituição, expressou o desejo de um caminho comum de
"leigos, pastores, Bispo de Roma" através do
"fortalecimento" da assembleia dos bispos e "uma
descentralização salutar". O desejo agora se torna realidade.
Abertura solene no Vaticano com o Papa
Superando qualquer "tentação de
uniformidade", mas visando uma "unidade na pluralidade", a
abertura do Sínodo terá lugar tanto no Vaticano quanto em cada diocese. O
caminho será inaugurado pelo Papa no Vaticano nos dias 9 e 10 de outubro.
Seguir-se-ão três fases - diocesana, continental, universal - que visam tornar
possível uma verdadeira escuta do povo de Deus e, ao mesmo tempo, envolver
todos os bispos em diferentes níveis da vida eclesial.
Fase diocesana: consulta e participação do
Povo de Deus
Seguindo o mesmo esquema, ou seja, com um
momento de encontro/reflexão, oração e celebração eucarística, as Igrejas
particulares começarão seu caminho no domingo 17 de outubro, sob a presidência
do bispo diocesano. "O objetivo desta fase é a consulta do povo de Deus
para que o processo sinodal se realize na escuta da totalidade dos
batizados", lê-se no documento. Para facilitar a participação de todos, a
Secretaria do Sínodo enviará um texto preparatório acompanhado de um
questionário e um vade-mécum com as propostas para a realização da consulta. O
mesmo texto será enviado a Dicastérios da Cúria, Uniões dos Superiores e das
Superioras Maiores, Uniões ou Federações de Vida Consagrada, Movimentos leigos
internacionais, Universidades ou Faculdades de Teologia.
Um responsável diocesano
Cada bispo, antes de outubro de 2021,
nomeará um responsável diocesano como ponto de referência e conexão com a
Conferência episcopal, que acompanhará a consulta na Igreja particular a cada
passo. Por sua vez, a Conferência episcopal nomeará um responsável ou uma
equipe como ponto de referência junto aos responsáveis diocesanos e à
Secretaria Geral do Sínodo. O discernimento diocesano culminará em uma "Reunião
pré-sinodal" no final da consulta. As contribuições serão enviadas a sua
própria Conferência episcopal, até uma data determinada por esta última.
O discernimento dos pastores
Caberá então aos bispos reunidos em
assembleia abrir um período de discernimento para "escutar o que o
Espírito suscitou nas Igrejas a eles confiadas" e fazer uma síntese das
contribuições. A síntese será enviada para a Secretaria do Sínodo, assim como
as contribuições de cada Igreja em particular. Tudo isso será feito antes de
abril de 2022. Da mesma forma, também serão recebidas contribuições enviadas
por Dicastérios, Universidades, União de Superiores Gerais, Federações de Vida
Consagrada, Movimentos. Uma vez obtido o material, a Secretaria Geral do Sínodo
elaborará o primeiro Instrumentum laboris, que servirá de esboço de
trabalho para os participantes da assembleia no Vaticano e que será publicado
em setembro de 2022 e enviado às Igrejas particulares.
Fase continental: diálogo e discernimento
Assim tem início a segunda fase do caminho
sinodal, o caminho "continental", programado para durar até março de
2023. O objetivo é dialogar a nível continental sobre o texto do Instrumentum
laboris e realizar, em seguida, "um ato ulterior de discernimento à
luz das particularidades culturais específicas de cada continente". Cada
reunião continental dos episcopados nomeará, por sua vez, antes de setembro de
2022, um responsável que atuará como referência junto aos próprios episcopados
e à Secretaria do Sínodo. Nas Assembleias continentais será elaborado um
documento final, a ser enviado em março de 2023 para a Secretaria do Sínodo. Ao
mesmo tempo das reuniões continentais, também se deverão realizar assembleias
internacionais de especialistas, que poderão enviar suas contribuições. Por
fim, será elaborado um segundo Instrumentum laboris, cuja publicação está
prevista para junho de 2023.
Fase universal: os bispos do mundo em Roma
Este longo percurso, que quer configurar
"um exercício da colegialidade dentro do exercício da sinodalidade",
culminará em outubro de 2023 com a celebração do Sínodo em Roma, de acordo com
os procedimentos estabelecidos na Constituição promulgada em 2018 pelo Papa
Francisco Episcopalis Communio.
Salvatore Cernuzio
Nenhum comentário:
Postar um comentário