defende a vacina
para todos os brasileiros e a equidade no seu acesso
Em sua primeira
mensagem de 2021, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) defende que a vacina contra a covid-19 é um direito de todos os
brasileiros. A vacinação, de acordo com os bispos, é compreendida como
fato social, não individual, para alcançar metas indicadas pelos
epidemiologistas.
“É uma questão de
responsabilidade a rápida definição de estratégias para se começar
imediatamente a vacinação”, defende o documento.
Segundo a
presidência da CNBB, é imprescindível que todos caminhem juntos,
solidariamente, sem exclusões para a erradicação da covid-19 do mapa do Brasil.
“Não se vence uma pandemia isoladamente”, reforçam os bispos. “O novo que
buscamos neste ano de 2021 requer a união de todos os cidadãos de boa vontade”,
afirmam.
As vidas perdidas,
segundo o texto, não podem simplesmente compor quadros estatísticos. “É luto e
dor no coração das famílias. São histórias interrompidas por uma ameaça ágil,
perigosa e invisível, porém real”, defendem.
Os bispos
também conclamam os fiéis a não se deixarem vencer pelo cansaço, pelas
desinformações e a evitar as aglomerações. “Não podemos nos render à
indiferença de alguns, negacionismos de outros ou à tentação de nos
aglomerarmos, permitindo que nos contaminemos e nos tornemos instrumentos de
contaminação, sofrimento e morte de outras pessoas”, aponta o documento.
Em outro trecho, a
mensagem defende que a sociedade brasileira exige pronta união e atuação
dos governantes, nas diferentes esferas do poder, guiados pela ciência e sérias
indicações dos epidemiologistas, para que a vacinação comece urgentemente,
pois, a cada dia, vidas são perdidas para a pandemia, agravada também por seus
impactos econômico-sociais.
Confira, abaixo, a
íntegra do documento.
UNIDOS E RESPONSÁVEIS RUMO AO NOVO QUE DESEJAMOS
1. O novo que
buscamos neste ano de 2021 requer a união de todos os cidadãos de boa vontade
para enfrentamento da covid-19. Os números mostram que a pandemia está se
tornando mais grave no Brasil. Já são cerca de 200 mil mortos.
2. As vidas
perdidas não podem simplesmente compor quadros estatísticos. É luto e dor no
coração das famílias. São histórias interrompidas por uma ameaça ágil, perigosa
e invisível, porém real.
3. Para erradicar
a covid-19, é imprescindível que todos caminhem juntos, solidariamente, sem
exclusões. É preciso reconhecer que o vírus não respeita fronteiras, classes
sociais e qualquer outra forma de categorização que, com tanta frequência,
fundamentam lamentáveis discriminações.
4. A palavra de
ordem é, portanto, união. É preciso haver, cada vez mais, corresponsabilidade
no enfrentamento deste desafio sanitário e social. Não se vence uma pandemia
isoladamente. Cada pessoa deve cuidar de si e, principalmente, do outro, que é
irmão e irmã, com profundo respeito ao distanciamento social e atenção aos
protocolos sanitários indicados pelas autoridades em saúde.
5. Não podemos nos
render à indiferença de alguns, negacionismos de outros ou à tentação de nos
aglomerarmos, permitindo que nos contaminemos e nos tornemos instrumentos de
contaminação, sofrimento e morte de outras pessoas. Não deixemos que o cansaço
e a desinformação nos levem a atitudes irresponsáveis. Sejamos fortes!
Permaneçamos firmes!
6. A vacina seja
para todos. É uma questão de responsabilidade a rápida definição de estratégias
para se começar imediatamente a vacinação, compreendida como fato social, não
individual, para alcançar metas indicadas pelos epidemiologistas.
7. Justiça,
solidariedade e inclusão são os principais critérios a serem seguidos no
enfrentamento desta pandemia. Cada instituição e segmento da sociedade têm
graves responsabilidades neste processo. Por isso, a Igreja Católica assume seu
compromisso de colaborar como força educativa e solidária rumo a um novo estilo
de vida.
8. A sociedade
brasileira exige pronta união e atuação dos governantes, nas diferentes esferas
do poder, guiados pela ciência e sérias indicações dos epidemiologistas, para
que a vacinação comece urgentemente, pois, a cada dia, vidas são perdidas para
a pandemia, agravada também por seus impactos econômico-sociais.
9. Especial
atenção seja dedicada aos mais vulneráveis e pobres. É inaceitável e pouco
inteligente que a vacina chegue mais rapidamente a alguns, deixando a
descoberto a maior parte da população.
10. O Papa
Francisco, na Carta Encíclica Fratelli Tutti, ensina que a palavra
solidariedade expressa muito mais do que gestos esporádicos. “A solidariedade,
no seu sentido mais profundo, é uma forma de fazer história” (Carta Encíclica
Fratelli Tutti, n. 116). A humanidade está adoecida pela pandemia e só
encontrará a cura se caminhar unida, adotando a solidariedade como princípio
que orienta as relações, para que todos tenham a oportunidade de se vacinar,
para que cada pessoa assuma a própria responsabilidade no cuidado com o seu
semelhante e com a Casa Comum.
11. Deus, que nos
fez livres e corresponsáveis pela obra da Criação, pelo cuidado uns dos outros,
ajude-nos a aprender com as lições desta pandemia, para que possamos superá-la
e avançarmos na construção de um mundo mais saudável, a partir da fraternidade
e da solidariedade universal.
Brasília-DF, 6 de
janeiro de 2021
A íntegra da versão em formato pdf aqui
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