um Santo Natal à luz de Cristo, nossa paz e esperança
As felicitações de
Natal, comemorado por muitas Igrejas Orientais que seguem o calendário juliano,
vieram do Papa Francisco, através do Twitter e da mensagem no Angelus de ontem
(6), e também do líder da Igreja Greco-Católica da Ucrânia. O arcebispo-mor de
Kiev-Halyic, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, se inspirou no anjo do Senhor
para dirigir uma mensagem aos fiéis do mundo neste 7 de janeiro: "Não
temais, pois eu vos anuncio uma grande alegria!"
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Papa aos cristãos das Igrejas Orientais |
Gabriella Ceraso e Andressa Collet - Vatican News - O Papa Francisco lançou um tweet nesta quinta-feira (7) por ocasião do dia de Natal festejado por muitos cristãos, na maioria ortodoxos, que festejam o nascimento de Jesus ao seguir o calendário juliano. Diz a mensagem do Pontífice, em referência ao Angelus desta quarta-feira (6), de Solenidade da Epifania do Senhor, quando já antecipava uma saudação especial pelo Santo Natal das Igrejas Orientais:
“Dirijo-me com afeto aos irmãos e irmãs das Igrejas Orientais, católicas e ortodoxas, que hoje celebram o Natal do Senhor. Os melhores votos de um Santo Natal à luz de Cristo, nossa paz e nossa esperança!”
Shevchuk: nunca
estaremos sozinhos
O arcebispo-mor de
Kiev-Halyic, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, também saudou os fiéis
greco-católicos da Ucrânia que festejam o Natal, como muitas Igrejas Orientais,
católicas e ortodoxas, uma vez que seguem o calendário juliano. Celebrar o
Natal nos dá a certeza de que nunca estaremos sozinhos e nos dá a força para
não ter medo de olhar para o futuro. E o motivo, refletiu ele, é que Deus se
fez homem e veio habitar entre nós.
O arcebispo de
Kiev, em entrevista ao Vatican News, também destaca os frutos deste momento
difícil marcado pela pandemia: a certeza de que só a solidariedade, a
fraternidade, a unidade nos salvará, só a descoberta da nossa pertença comum à
família humana, com toda a sua dignidade, mas também com a sua vulnerabilidade:
R. - Este
ano, o Natal é verdadeiramente especial. Antes de tudo, porque o celebramos no
contexto da pandemia, ou seja, de um problema que tocou o mundo inteiro. Mas o
próprio Natal para nós é a fonte da esperança, porque a esperança nasce da fé e
nós, cristãos, vemos neste Menino, o Deus feito carne. É precisamente essa fé
natalina que nos dá a esperança, que nos dá a luz, que nos dá a certeza de que
mesmo no ano que vem estaremos juntos com Ele, não seremos abandonados. No
Senhor nascido em Belém está a nossa esperança.
Geralmente, o
senhor passa o Natal na sua terra, com a sua comunidade. Qual é, em particular,
a sua mensagem aos fiéis da Ucrânia e de toda a sua região, ferida pela guerra
e pela pobreza, mas também forte na fé?
R. - A
mensagem de Natal é ‘não tenham medo, não temam!’. Essas são as palavras do
Anjo que se dirigiu aos pastores que estavam cuidando dos seus rebanhos. O anjo
diz: ‘Não temais, pois eu vos anuncio uma grande alegria que será a alegria
para todo o povo’. É precisamente o povo ucraniano que teme, há muitos medos
porque não tem segurança humana para o próximo ano. Nos sentimos realmente com
medo do nosso futuro. Mas justamente as palavras do anjo no Natal, dirigidas a
todos nós, nos animam: "Deus está conosco". Nos fazem compreender que
podemos superar o medo somente se compreendermos que nosso futuro não é
apocalíptico, no sentido da destruição da civilização, da morte ou das
dificuldades. Não, o nosso futuro é Cristo. Ele é o centro e o cume da história
humana, e não precisamos temer este futuro porque ele é apresentado a nós como
um Menino terno.
Falamos sobre o
ano que terminou. Um ano marcado também por uma nova encíclica do Papa e por
uma forte mensagem de fraternidade. Todos nós nos sentimos, também por causa da
situação que estamos vivendo, mais unidos, mais próximos. O Papa diz que
"estamos todos no mesmo barco". Em geral, que lições podemos aprender
com isso?
R. - Antes de
tudo, este ano, como nunca antes, entendemos que todos nós, homens, fazemos
parte da mesma natureza humana. O extremo individualismo da cultura moderna às
vezes nos fez duvidar da existência de algo que une todos os homens. Existe um
tecido único e fundamental da humanidade? Existe ou não? Hoje, a própria
experiência do coronavírus mostrou que somos todos iguais e vulneráveis. Na
minha opinião, o grande fruto da pandemia é a redescoberta da natureza humana
que é comum, da fraqueza comum que nos torna parte do ser humano com a sua
dignidade. E é precisamente essa comunhão na natureza humana, na humanidade
como um todo, que é a base da fraternidade. Caso contrário, todas as
declarações de que o meu vizinho é meu irmão, é minha irmã, permanecem um pouco
teóricas. Hoje, ao invés disso, experimentamos que sozinhos não sobreviveremos,
bem como diz o Papa. A solidariedade que se baseia em nossa história comum, a
nossa natureza humana comum, nos dá o fundamento para ver em cada ser humano o
meu irmão ou a minha irmã. Somente a solidariedade nos dará a esperança de
sobreviver a esta pandemia.
Imagino, portanto,
que este também seja o desejo que o senhor dirige ao mundo neste santo Natal?
R. - Espero
que o mundo redescubra que todos nós fazemos parte da mesma natureza humana que
sofre e se alegra junto. Uma natureza humana que compartilha as tristezas e as
esperanças. Somos todos parte da mesma família humana que, precisamente neste
contexto, tem sido para nós o nosso ‘hospital de campanha’, uma família humana
que é também, digamos, o foco da Igreja de Cristo.
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