domingo, 4 de setembro de 2016

Reflexão para seu domingo

Renunciar
“Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” (Lucas 14,33).
Quando nos apegamos a pessoas, lugares, animais, dinheiro ou a qualquer coisa, nem sempre é fácil renunciá-los. O que dirá dos vícios! Somente com o fortalecimento da vontade e em vista de uma necessidade ou um valor muito maior é que o fazemos.
Jesus nos desafia: “Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” (Lucas 14,33). Para fazer isso, precisamos  conhecer bem quem é Ele e sua proposta de benefício. Se alguém somente vir nele um líder religioso, pode não levar muito a sério o que Ele diz. Ele fala de seu Reino a se implantar aqui na nossa vida e ser coroado na eternidade. Mas ele já morreu. Como podemos conseguir o Reino definitivo feliz? No entanto,  Ele está presente entre nós e estará na eternidade porque não ficou na morte, como nós mortais. Sua ressurreição nos dá a certeza de quem Ele é. Por isso, suas palavras devem ser levadas em consideração. Precisamos sim renunciar a tudo, ou seja, superar nosso apego a tudo para nos ligarmos de forma total a Ele. As afeições humanas são relativas e devem ser pautadas pelo absoluto de Deus. Daí o respeito aos valores que superam o puro animalesco e instintivo. Tudo é bom, mas assumido e usado dentro dos parâmetros do Criador. A ética, a moral, o respeito à dignidade da vida, da pessoa humana, da família, do sexo e de todos os valores inerentes à lei natural e divina revelada pelo Filho são indispensáveis para vivermos como pessoas humanas que têm dignidade.
O próprio Divino Mestre nos ensina sobre a cruz na vida. Ela está presente em nossos limites, desafios, transtornos e dificuldades pessoais e relacionais. Ninguém se priva disso. Mas podemos reverter a amargura de tudo em tentos de resultado positivo, quando tudo suportamos com amor à causa e ao porquê da vida de sentido, assumidas para realizar o bem. Dessa maneira compreendemos porque Ele diz que está conosco ajudando-nos a carregá-la. Nosso mérito será grande diante dele. Tudo é armazenado na caução de benefício para aqui e a eternidade. Aliás, vemos até nossos sacrifícios serem motivo de prazer, quando, por exemplo, lutamos para a aquisição de casa própria. O esforço pode ser grande, mas, uma vez atingido o objetivo, vemos que o esforço foi compensado. É justamente em vista do objetivo da vida assumida conforme o projeto divino é que renunciamos a outras opções, mesmo prazerosas, em vista de um valor maior, sabendo da recompensa divina. Ao contrário, se já temos a recompensa aqui na terra, na busca desenfreada de satisfações lícitas e ilícitas moralmente falando, não teremos o benéfico eterno prometido pelo Filho de Deus.
Vale a pena a renúncia, em vista da obtenção de valores superiores. Quem usa a vida para chantagear, prejudicar e diminuir o semelhante, certamente não terá um resultado bom para a eternidade e até mesmo aqui na terra. Muitos pensam que a justiça humana não vai acontecer para muitos desmandos. Mas essa também pode chegar para os falsos, inescrupulosos, imorais e corruptos.
Deus é misericordioso e quer a conversão dos injustos e pecadores. Aliás, o Filho veio justamente para salvá-los. No entanto, é preciso haver a aceitação desses para acontecer o perdão e a mudança de vida. Enquanto é tempo, faz-se necessária a mudança de vida de quem se encaminha para o desvio de conduta na prática da injustiça. Da parte de quem já é convertido, a continuação da penitência e conversão deve ser permanente, pois, quem está de pé precisa  firmar-se para não cair.
                                          Dom  José Alberto Moura – Arcebispo de Montes Claros (MG
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                                          Fonte: cnbbleste2.org.br      Ilustração: vindeafonte.blogspot.com.br

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