sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Leituras do

25º Domingo do Tempo Comum


1ª Leitura: Am 8,4-7
Ouvi isto, vós, que maltratais os humildes e causais a prostração dos pobres da terra; vós que andais dizendo: “Quando passará a lua nova, para vendermos bem a mercadoria? E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos, e adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?”
Por causa da soberba de Jacó, jurou o Senhor: “Nunca mais esquecerei o que eles fizeram”.
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Salmo: 112
- Louvai o Senhor, que eleva os pobres!
- Louvai o Senhor, que eleva os pobres!
- Louvai, louvai, ó servos do Senhor,/ louvai, louvai o nome do Senhor!/ Bendito seja o nome do Senhor,/ agora e por toda a eternidade!
- O Senhor está acima das nações,/ sua glória vai além dos altos céus./ Quem pode comparar-se ao nosso Deus,/ ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono/ e se inclina para olhar o céu e a terra?
- Levanta da poeira o indigente/ e do lixo ele retira o pobrezinho,/ para fazê-lo assentar-se com os nobres,/ assentar-se com os nobres do seu povo.
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2ª Leitura: 1Tm 2,1-8
Caríssimo: Antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade.
Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, que se entregou em resgate por todos. Este é o testemunho dado no tempo estabelecido por Deus, e para este testemunho eu fui designado pregador e apóstolo, e — falo a verdade, não minto — mestre das nações pagãs na fé e na verdade. Quero, portanto, que em todo lugar os homens façam a oração, erguendo mãos santas, sem ira e sem discussões.
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Evangelho:  Lc 16,1-13
Naquele tempo, Jesus dizia aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’.
O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. Ah! Já sei o que fazer para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’.
Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!’
Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega a tua conta e escreve oitenta’.
E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz. E eu vos digo: usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas.
Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso?
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.
Reflexão
A riqueza bem utilizada
A presente liturgia, pela segunda semana seguida, está usando os textos de Amós como “aperitivo” para se ouvir, depois, as palavras de Jesus. A 1ª leitura é uma crítica

inflamada de Amós contra os que “compram os pobres por dinheiro”. Mas, no evangelho, Jesus conta uma parábola que parece louvar o suborno que um administrador de fazenda comete para “comprar” amigos para o dia em que ele for despachado do seu serviço. Como foi que Jesus escolheu este exemplo para explicar que ninguém pode servir a dois senhores (Deus e o dinheiro)? Entendamos bem.

Quando Jesus propõe uma parábola, devemos olhar bem em que consiste a comparação. Jesus não está igualando o suborno do homem ao bom comportamento moral. Não quer justificar a safadeza desse filho das trevas, mas apenas mostrar sua “previdência”: largou o peixe pequeno para apanhar o grosso. Diminuiu o débito dos devedores – perdendo inclusive sua comissão sobre uma parte das dívidas a cobrar – para lograr a amizade dessas pessoas, que ia ser mais útil que a comissão ganha sobre a cobrança da dívida… Então a lição é a seguinte: dar preferência àquilo que agrada a Deus e ao seu projeto, acima do lucro financeiro. E o projeto de Deus é: justiça e amor para com os seus filhos, em primeiro lugar os pobres.
A riqueza de nossa sociedade deve ser usada para estarmos bem com os pobres. A riqueza é passagem. Se vivermos em função dela, estaremos algum dia com a calça na mão. Mas se a tivermos investido num projeto de justiça e fraternidade para com os mais pobres, teremos ganho a amizade deles e de Deus, para sempre.
Jesus não nos propõe como exemplo a administração fraudulenta do administrador, mas a previdência dele. Observe-se que Jesus declara o dinheiro injusto – todo e qualquer dinheiro. Pois, de fato, o dinheiro é o suor do operário acumulado nas mãos daqueles que se enriquecem com o trabalho dele. Todo o dinheiro tem cheiro de exploração, de capital não investido em bens para os que trabalham. Mas já que a sociedade por enquanto funciona com este recurso injusto, pelo menos usemo-lo para a única coisa que supera a caducidade de todo esse sistema: o amor e fraternidade para com os outros filhos de Deus, especialmente os mais deserdados e explorados. Assim corresponderemos à nossa vocação de filhos de Deus. Não serviremos ao dinheiro, mas usaremos para servir ao único Senhor.
                                    Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                                Reflexão e ilustração: franciscanos.org.br   Banner: cnbb.org.br

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