sábado, 3 de setembro de 2016

Editorial da Rádio Vaticano

Operária do Amor

Neste fim de semana os olhos dos fiéis do Brasil e do mundo inteiro estarão voltados para Roma. Dois eventos que tocam os corações de brasileiros e não brasileiros. O primeiro evento diz mais respeito a nós; a entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida nos Jardins do Vaticano. Entre as muitas imagens de um oásis no centro da capital da cristandade, estará a nossa “Virgem Morena”, Nossa Senhora Aparecida. Será a expressão da fé do povo brasileiro entre as muitas representações de Nossa Senhora no Vaticano.
Bênção do Monumento a Nossa Senhora Aparecida
Neste contexto estamos prestes a celebrar os 300 anos do encontro da imagem nas águas do Paraíba. São trezentos anos de uma história de amor que envolveu e envolve católicos e não católicos no abraço da Mãe da Misericórdia. A imagem que estará nos jardins do Vaticano, obra do artista Claudio Pastro, recorda os pescadores no momento do encontro da imagem. Uma homenagem pensada e realizada pela Arquidiocese de Aparecida, através do Cardeal Raymundo Damasceno Assis e pela representação brasileira junto à Santa Sé, na pessoa do Embaixador Denis Fontes de Souza Pinto.
Um evento que passa à história, pelo simples fato, que não temos no Vaticano uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, será a primeira, oficialmente. Nossa Senhora Aparecida é a expressão do amor dos filhos da Terra de Santa Cruz por Jesus, e esse amor se percebe e se sente na multidão de romeiros que todos os anos chega à terra da Padroeira para pedir e agradecer graças. Ali na Casa da Mãe, todos se sentem filhos.
Outro evento deste final de semana aqui no Vaticano é a canonização de Madre Teresa de Calcutá. Madre Teresa, que tanto amou os últimos, os deserdados, será canonizada como uma Santa dos nossos dias.
Uma multidão de fiéis está sendo esperada para a Missa que será presidida pelo Papa Francisco na Praça São Pedro.
Neste mundo tão difícil e conturbado o exemplo de Madre Teresa continua sendo fonte de inspiração para milhões de pessoas, e a sua vida, sinal de que tudo é possível quando o amor impera. Ela, mulher de compleição física minuta e simples, com um amor preferencial pelos pobres.
Madre Teresa de Calcutá sempre dizia: a pior pobreza é não ser amado, ser rejeitado e abandonado. “Todos temos necessidade de amor para podermos nos mover”.
Madre Teresa, a Santa dos Pobres
Madre Teresa na sua simplicidade sempre repetia: “eu vim a Calcutá para transformá-la, mas depois de um tempo vejo que é Calcutá que está me transformando”. Esse foi o grande presente que Madre Teresa recebeu, pois carregava consigo os valores dos mais pobres entre os pobres, que são pessoas que nos ensinam muito, nos ensinam a aceitar o que a vida nos oferece. Madre Teresa jamais deu um passo atrás na defesa da dignidade das pessoas.
Para quem conhece um pouco a vida de Madre Teresa e a sua radical escolha pelos últimos, naturalmente virá à memória imagens e fotografias dessa “grande” mulher entre os deserdados de Calcutá, mas também entre os grandes da terra e ao lado de um grande amigo, São João Paulo II. Ela era “o pequeno lápis nas mãos de Deus”, como gostava de se definir. Deus escrevia a sua história.
Essa mulher marcou a nossa história recente, a história dos homens de boa vontade e da igreja. Ela demonstrou com a seu modo simples, mas decidido, que é possível entregar tudo nas mãos daquele que é Amor Misericordioso. Marcou também a vida daqueles que a conheceram e daqueles que seguiram o seu exemplo e hoje formam o grande exército das Missionárias da Caridade.
Certamente também Calcutá vive com particular emoção a canonização de Madre Teresa.
Alegria e gratidão: este o binômio comum em todos os lugares onde estão presentes as Missionárias da Caridade; das grandes cidades às grandes periferias geográficas.
A “Mãe dos pobres”, promotora da dignidade da pessoa, desde a sua concepção até a morte natural, era também uma líder capaz de colocar juntos partes em conflito e resolver controvérsias aparentemente irresolvíveis. Um compromisso que lhe valeu o Nobel da Paz em 1979.
Madre Teresa continua a inspirar a todos no compromisso de chegar até aos mais necessitados e marginalizados com amor e compaixão. Não deixar jamais ninguém para trás, ocupando-se dos excluídos e deserdados onde quer se encontrem.
Os refletores de todo o mundo estão concentrados na obra de amor e paz realizada por esta pequena-grande mulher, “operária do amor”.
Neste Ano da Misericórdia, certamente, a Canonização de Madre Teresa será o evento mais planetário deste ano extraordinário de fé. A mensagem que brota é a mensagem de sempre: no centro da vida da Igreja, e, portanto, da vida de todos nós cristãos, está a caridade. Elemento que forma nossa personalidade, que dá sentido à nossa existência. Este é o coração do Evangelho, que moveu e deu sentido à vida da “Santa dos Pobres”.
                                                                                                                       Silvonei José
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