quinta-feira, 14 de abril de 2016

Dom Alberto Taveira na missa desta quinta:
“Vamos a Belém ver o que o Senhor comunicou”
A manhã de quinta-feira (14) começou no Santuário Nacional com a Missa da Assembleia Geral da CNBB. Presidida por Dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém (PA), a celebração teve como tema central o 17º Congresso Eucarístico Nacional, que acontece neste ano na capital paraense.
Dom Taveira faz a homilia
Dom Taveira iniciou a homilia recordando os pastores que receberam a visita dos anjos a respeito do nascimento de Jesus. Após o anúncio, disseram: “Vamos a Belém para ver o que aconteceu, segundo o que o Senhor nos comunicou”.
Em seguida, refletindo sobre a leitura de Atos dos Apóstolos, o bispo explicou que o trecho narra o processo de iniciação cristã. Primeiro é feito o anúncio do Evangelho, depois a caminhada até o Batismo e, assim, a propagação da Boa Nova por meio do batizado.
Quem comunga tem a vocação de se entregar pelo mundo.
Bispos em oração
“Da mesma forma que a água do batismo mergulha a pessoa na vida nova de Cristo, assim o Pão Eucarístico pressupõe a fé”, afirmou o bispo destacando também que “comungar seu corpo entregue e seu sangue derramado é a condição para experimentar o sabor de sua ressurreição". Ele ainda acrescentou que quem comunga tem a vocação de se entregar pelo mundo, de partilhar Cristo.
Nesse sentido, Dom Alberto Taveira ressaltou que “o Brasil é convidado a conhecer, no Congresso em Belém, essa terra que tem pelo caminho da história a vocação da partilha”. E fez o convite: “Dentro de poucos meses, neste 2016, queremos convidar a todos, o Brasil, a cantar assim conosco: ‘A Eucaristia nos reúne nesta mesa; eleva a Deus um sacrifício de louvor; é missão de toda a Igreja viver no mundo a partilha do amor’”.
“Irmãos, vamos a Belém para ver o que aconteceu, segundo o Senhor nos comunicou!”, finalizou.
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CNBB divulga declaração sobre o momento nacional e documento sobre o Laicato
Dom Sergio da Rocha
Na última entrevista coletiva da 54ª Assembleia Geral da CNBB a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) atendeu aos jornalistas presentes em Aparecida (SP), nesta quinta-feira (14).
Na ocasião, o Arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha destacou as principais discussões apresentadas ao episcopado nos nove dias de assembleia.

Questões como a importância do laicato, a comissão dos textos litúrgicos na tradução do missal romano, reflexões sobre a conjuntura política do Brasil, os 60 anos da Cáritas Brasileira, o estudo sobre o Dizimo, Jubileu dos 300 anos e entre muitos outros assuntos estiverem na pauta dos bispos.
Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade
O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner falou do documento sobre o laicato, que deve ser divulgado nos próximos dias pela conferência.
Dom Leonardo Steiner
Sobre o tema central da assembleia, dom Leonardo reafirmou o papel importante do leigo na Igreja. O secretário geral apontou o engajamento em pastorais e movimentos da Igreja como uma forma de contribuição do leigo.
“O documento quer trazer orientação e dar pistas de como os leigos podem nos ajudar mais. Fala da importância dos leigos na evangelização, da necessidade de uma Igreja evangelizadora onde os leigos exercem um papel muito importante”, afirmou.
Momento nacional
O Arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da CNBB, dom Murilo Krieger leu aos jornalistas a declaração da CNBB sobre o momento nacional. 
Dom Murilo Krieger
Entre os pontos citados no texto, dom Murilo reforçou que a conferência “acompanha atentamente esse processo e espera o correto procedimento das instâncias competentes, respeitado o ordenamento jurídico do Estado democrático de direito. A crise atual evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da República, restaure a credibilidade das instituições, assegure a governabilidade e garanta os direitos sociais”.
O vice-presidente da CNBB salientou que a preocupação da conferência é de apontar caminhos, mostrando a direção aos fiéis no diálogo e respeito ao outro. “O dialogo significa colocar-se no lugar do outro. Na verdade o que todos queremos é que haja paz e que a lei seja defendida e preservada”, salientou.
Presidência da CNBB
Respondendo aos jornalistas, dom Sergio da Rocha explicou que a CNBB segue na linha adotada em pronunciamentos anteriores de não manifestar uma posição de caráter político partidário.
“Insistimos em recordar que o caminho é o da orientação, acompanhamento e respeito. Acreditamos no diálogo, na sabedoria do povo brasileiro e no discernimento das lideranças na busca de caminhos que garantam a superação da atual crise e a preservação da paz em nosso país”, afirmou.
Ao final da coletiva de imprensa, dom Leonardo retomou uma expressão apresentada na nota em que destacou a importância da democracia e a superação de posições pessoais pelo bem no Brasil.
“O bem da nação requer de todos a superação de interesses pessoais, partidários e corporativistas. A polarização de posições ideológicas, em clima fortemente emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a divisões e violências que ameaçam a paz social”, destaca parágrafo da nota.
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DECLARAÇÃO SOBRE O MOMENTO NACIONAL
“Quem pratica a verdade aproxima-se da luz” (Jo 3,21).
Nós, bispos católicos do Brasil, reunidos em Aparecida, na 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), frente à profunda crise ética, política, econômica e institucional pela qual passa o país, trazemos, em nossas reflexões, orações e preocupações de pastores, todo o povo brasileiro, pois, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (Gaudium et Spes, 1).
Logo oficial da CNBB
Depois de vinte anos de regime de exceção, o Brasil retomou a experiência de um Estado democrático de direito. Os movimentos populares, organizações estudantis, operárias, camponesas, artísticas, religiosas, dentre outras, tiveram participação determinante nessa conquista. Desde então, o país vive um dos mais longos períodos democráticos da sua história republicana, no qual muitos acontecimentos ajudaram no fortalecimento da democracia brasileira. Entre eles, o movimento “Diretas Já!”, a elaboração da Carta Cidadã, a experiência das primeiras eleições diretas e outras mobilizações pacíficas.
Neste momento, mais uma vez, o Brasil se defronta com uma conjuntura desafiadora. Vêm à tona escândalos de corrupção sem precedentes na história do país. É verdade que escândalos dessa natureza não tiveram início agora; entretanto, o que se revela no quadro atual tem conotações próprias e impacto devastador. São cifras que fogem à compreensão da maioria da população. Empresários, políticos, agentes públicos estão envolvidos num esquema que, além de imoral e criminoso, cobra seu preço. 
Quem paga pela corrupção? Certamente são os pobres, “os mártires da corrupção” (Papa Francisco). Como pastores, solidarizamo-nos com os sofrimentos do povo. As suspeitas de corrupção devem continuar sendo rigorosamente apuradas. Os acusados sejam julgados pelas instâncias competentes, respeitado o seu direito de defesa; os culpados, punidos e os danos, devidamente reparados, a fim de que sejam garantidas a transparência, a recuperação da credibilidade das instituições e restabelecida a justiça. 
A forma como se realizam as campanhas eleitorais favorece um fisiologismo que contribui fortemente para crises como a que o país está enfrentando neste momento.
Uma das manifestações mais evidentes da crise atual é o processo de impeachment da Presidente da República. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acompanha atentamente esse processo e espera o correto procedimento das instâncias competentes, respeitado o ordenamento jurídico do Estado democrático de direito. 
A crise atual evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da República, restaure a credibilidade das instituições, assegure a governabilidade e garanta os direitos sociais.  
De acordo com a Constituição Federal, os três Poderes da República cumpram integralmente suas responsabilidades. O bem da nação requer de todos a superação de interesses pessoais, partidários e corporativistas. A polarização de posições ideológicas, em clima fortemente emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a divisões e violências que ameaçam a paz social.
Conclamamos o povo brasileiro a preservar os altos valores da convivência democrática, do respeito ao próximo, da tolerância e do sadio pluralismo, promovendo o debate político com serenidade. Manifestações populares pacíficas contribuem para o fortalecimento da democracia. Os meios de comunicação social têm o importante papel de informar e formar a opinião pública com fidelidade aos fatos e respeito à verdade.
Acreditamos no diálogo, na sabedoria do povo brasileiro e no discernimento das lideranças na busca de caminhos que garantam a superação da atual crise e a preservação da paz em nosso país. “Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a se preocupar com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco).
Pedimos a oração de todos pela nossa Pátria. Do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, invocamos a bênção e a proteção de Deus sobre toda a nação brasileira.
Aparecida - SP, 13 de abril de 2016.
Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de Brasília - Presidente da CNBB
Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger - Arcebispo São Salvador da Bahia - Vice-Presidente
Dom Leonardo Ulrich Steiner - Bispo Auxiliar de Brasília - Secretário-Geral da CNBB
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    Fonte das duas primeiras matériasa12.com    Terceira matéria e banner: cnbb.org.br

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