A Páscoa de
Jesus foi o título da catequese feita pelo Papa Leão, no âmbito do ciclo
intitulado "Jesus Cristo Nossa Esperança", por ocasião do Ano Santo.
"O Filho de
Deus jaz no sepulcro, mas a sua 'ausência' não é um vazio: é uma espera":
no ciclo de catequeses por ocasião do Jubileu da Esperança, o Papa refletiu com
os fiéis presentes na Praça São Pedro para a Audiência Geral sobre o mistério do
Sábado Santo. É o dia do grande silêncio, um silêncio prenhe de significado,
disse Leão, como o ventre de uma mãe que segura o seu filho ainda não nascido,
mas já vivo.
O Sábado Santo é
também um dia de descanso. Segundo a lei judaica, nenhum trabalho deve ser
feito no sétimo dia. "O Filho também descansa não porque esteja cansado,
mas porque concluiu a sua obra de salvação; não porque tenha desistido, mas
porque amou plenamente", explicou o Pontífice.
“Lutamos para parar e descansar. Vivemos como se a vida nunca fosse suficiente. Apressamo-nos a produzir, a demonstrar, a não perder terreno. Mas o Evangelho ensina-nos que saber parar é um gesto de confiança que devemos aprender a fazer.”
No sepulcro,
Jesus, a Palavra viva do Pai, silencia. Mas é precisamente neste silêncio que a
vida nova começa a fermentar, disse ainda Leão, que acrescentou: "Deus não
teme o passar do tempo, porque é também o Senhor da espera. Assim, mesmo o
nosso tempo 'inútil', o das pausas, do vazio, dos momentos estéreis, pode
tornar-se um ventre de ressurreição". Cada silêncio acolhido pode ser a
premissa de uma nova Palavra. Cada tempo suspenso pode tornar-se um tempo de
graça se o oferecermos a Deus.
Naquele sábado
suspenso, afirmou o Papa, aprendemos que não nos devemos apressar a levantar:
primeiro, devemos permanecer, abraçar o silêncio, deixar-nos abraçar pelo
limite. Por vezes, procuramos respostas rápidas, soluções imediatas. Mas Deus
trabalha nas profundezas, no tempo lento da confiança. O sábado do sepultamento
torna-se assim o ventre do qual pode fluir a força de uma luz invencível, a da
Páscoa. Leão XIV encorajou:
"Queridos amigos, a esperança cristã não nasce no ruído, mas no silêncio de uma espera repleta de amor. Não é produto da euforia, mas de um abandono confiante. Quando parece que tudo está parado, lembremo-nos do Sábado Santo. Mesmo no túmulo, Deus está a preparar a maior surpresa. A verdadeira alegria nasce da espera vivida, da fé paciente, da esperança de que o que é vivido no amor, certamente ressurgirá para a vida eterna."
Bianca Fraccalvieri - Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário