Aquela capela e aquela padaria...
Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||
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A caminho da
lavanderia onde levo meus paletós passo por uma capela e por uma padaria. O
templo é exíguo. Cabem oito banquinhos. Mas tem um sacrário. Um grupo de 30
devotos ali se reúne aos sábados!
A padaria é
ainda menor. Nem cadeira nem banco tem. E não oferece muitos produtos. Mas o
pãozinho que o padeiro produz é muito elogiado.
Dona Laura,
esses dias me disse algo que me fez refletir sobre a eucaristia dos católicos.
Disse ela:
“Não importa o
tamanho da construção, templo é templo. Lá se comunga o mesmo Jesus. Não
importa o pão de qualquer padaria. O certo que ele alimenta!”
E eu arrematei a
conversa dizendo:
“Mas já vi a
senhora elogiar o pão da padaria do Jardim Ismênia! Sinal de que, além de alimentar,
o pão de lá tem algum sabor especial”
***
Dona Laura, que
tem 76 anos e lecionou por muitos anos, fechou nossa conversa com chave de ouro.
Disse ela: “AQUELE PÃO, ALÉM DE TER MAIS SABOR, TEM MAIS CONSISTÊNCIA”
Ela falava de pão,
mas eu pensei nos sermões de alguns bispos e padres que conheci. Alimentavam
mais porque tinham mais consistência. Diziam coisa com coisa!
***
Hoje ouço muitos
casais a dizerem que sentem saudade dos sermões do padre N… e do bispo G...
Alimentavam o cérebro e o coração. Os fiéis sentiam-se como se Jesus estivesse
naquele púlpito.
***
Por que escrevo isto?
Porque de vez em quando ouço o povo católico se queixar dos sermões que ouve!
Dói ouvir que, segundo eles, falta unção, sabor ou consistência e cultura neste
ou naquele pregador.
***
Ninguém gosta de
ser criticado. Mas já fui criticado no palco e depois de missas e na minha
página de Facebook. Quem sobe a um palco ou a um púlpito sabe que está exposto.
Mas sua palavra tem que ter consistência e sabor de fraternidade e deve falar
mais de misericórdia do que diabo e inferno! Felizmente a maioria dos padres
que conheço prega misericórdia!
Penso nos
sermões de Padre Antônio Vieira dos anos 1600. Nas minhas aulas eu mandava os
alunos estudarem aqueles prodigiosos escritos que nunca envelheceram, tamanha
era sua consistência, sabor e conteúdo. Tinham cultura e solidez!

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