domingo, 1 de outubro de 2023

Papa no Angelus deste domingo:

existe uma grande diferença entre entre o pecado e a corrupção

“Para o pecador há sempre esperança de redenção; para o corrupto, porém, é muito mais difícil”, destacou o Papa Francisco durante o Angelus deste XXVI Domingo do Tempo Comum.

Neste domingo, 1º de outubro, o Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

O Pontífice refletiu a passagem do evangelho que fala de dois filhos, aos quais o pai pede que vão trabalhar na vinha. Um deles responde imediatamente "sim", mas depois não vai. O outro, recusa no momento, mas depois reconsidera e vai.

“O que dizer sobre esses dois comportamentos?”, questionou o Papa, “imediatamente vem à mente que ir trabalhar na vinha exige sacrifício e que sacrificar custa, não acontece espontaneamente, apesar da beleza de reconhecer-se filhos e herdeiros”.

Segundo Francisco, o dilema contado não é tanto a resistência em ir trabalhar na vinha, mas a sinceridade, ou a falta dela, diante do pai e diante de si mesmo: “na verdade, nenhum dos dois filhos se comporta de maneira impecável, um deles mente, enquanto o outro erra, mas permanece sincero”.

O comportamento corrupto

Ao deter-se sobre o filho que diz sim, mas depois não vai, o Papa destacou que ele “não quer fazer a vontade do pai, mas também não quer discutir ou falar sobre isso”. E por este motivo ele se esconde atrás de um "sim", atrás de um consentimento falso, que encobre sua preguiça somente para salvar salva sua pele. E deste modo, consegue sobreviver sem conflitos, mas engana e decepciona o pai, desrespeitando-o de uma forma pior do que teria feito com um "não" direto.

“O problema com um homem que se comporta dessa maneira é que ele não é apenas um pecador, mas um corrupto, porque mente suavemente para cobrir e disfarçar sua desobediência, sem aceitar qualquer diálogo ou confronto honesto.”

Para o pecador há sempre esperança

“O outro filho”, continuou Francisco, “aquele que diz não, mas depois vai, é sincero. Não é perfeito, mas é sincero”, e ao manifestar sua relutância corajosa, “ele assume a responsabilidade por seu comportamento e age abertamente”.

O Santo Padre sublinhou, que através da sua atitude honesta como filho, aquele homem “acaba se questionando, chegando à conclusão de que estava errado e refazendo seus passos”.

“Ele é, poderíamos dizer, um pecador, mas não um corrupto. E para o pecador há sempre esperança de redenção; para o corrupto, porém, é muito mais difícil. Na verdade, o seu falso “sim”, suas aparências elegantes, mas hipócritas, e suas ficções que se tornaram hábitos são como uma espessa "parede de borracha", atrás da qual ele se protege dos apelos da consciência.”

"Esses hipócritas fazem muilto mal", enfatizou o Papa, pedindo aos fiéis para não se esquecerem deste ensinamento: "pecadores sim, corruptos não".

Sinceridade diante de Deus

Francisco conclui sua alocução antes da oração mariana com algumas perguntas, convidando os fiéis, à luz destes ensinamentos, a olharem para si mesmos e questionarem:

“Diante do esforço de viver uma vida honesta e generosa, de me comprometer de acordo com a vontade do Pai, estou disposto a dizer "sim" todos os dias, mesmo que isso custe? E quando falho, sou sincero ao confrontar Deus sobre minhas dificuldades, minhas quedas, minhas fragilidades? E quando eu digo "não", eu volto atrás? Devemos conversar com o Senhor sobre isso. Quando cometo um erro, estou disposto a me arrepender e refazer meus passos? Ou faço vista grossa e vivo usando uma máscara, preocupando-me apenas em parecer bom e decente? No final das contas, sou um pecador, como todo mundo, ou há algo corrupto em mim? Não se esqueça: pecadores sim, corruptos não.”

“Maria, espelho de santidade, ajude-nos a ser cristãos sinceros”, finalizou o Papa.

Thulio Fonseca - Vatican News

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Assista:

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Os apelos do Papa
e o anúncio de uma nova exortação apostólica

Aos 20 mil fiéis e peregrinos na Praça São Pedro, o Papa apresentou seus apelos após a oração do Angelus. Francisco recordou os desabrigados que fugiram da região do Cáucaso para a Armênia e afirmou que eles estão no centro de seus pensamentos. O Santo Padre pediu pelas vítimas do acidente de Stepanakert, pela paz na Ucrânia, pelas missões e pelo próximo Sínodo, e também anunciou a publicação de uma exortação apostólica sobre a mensagem de Santa Teresinha do Menino Jesus.

A tragédia humanitária em curso em Nagorno-Karabakh, onde mais de 100.000 habitantes foram forçados a fugir para a Armênia por causa da guerra, está no centro dos pensamentos do Papa Francisco, que após a oração do Angelus renovou seu apelo por um diálogo entre o Azerbaijão e a Armênia: "estou acompanhando nestes dias a dramática situação dos deslocados em Nagorno-Karabakn", disse o pontífice, "e esperando que as conversações entre as partes, com o apoio da comunidade internacional, favoreçam um acordo duradouro que ponha fim à crise humanitária".

O auxílio da ONU 

De acordo com a Cruz Vermelha, são necessários cerca de 22 milhões de dólares para ajudar as pessoas em fuga, e uma missão da ONU acaba de chegar à região para avaliar as necessidades humanitárias da população, segundo um porta-voz da presidência do Azerbaijão. Essa é a primeira vez em 30 anos que a mais alta instituição internacional consegue ter acesso à região.

Uma oração pela paz na atormentada Ucrânia

Francisco também assegurou suas orações pelas vítimas da explosão do depósito de combustível, que na segunda-feira matou 170 pessoas perto de Stepanakert, a principal cidade da República de Artsakh. O Papa também reforçou seu pedido pela paz "na martirizada Ucrânia e em todas as terras feridas pela guerra".

Outubro, mês do Rosário e das missões

Hoje, no início do mês, o Papa lembrou que outubro é o mês do Rosário e das missões. "Peço a todos que experimentem a beleza de rezar o Rosário, contemplando com Maria os mistérios de Cristo e invocando sua intercessão pelas necessidades da Igreja e do mundo". Francisco também pediu que rezemos pela evangelização dos povos e pelo Sínodo dos Bispos, "que neste mês realizará sua primeira Assembleia sobre o tema da sinodalidade da Igreja".

Em 15 de outubro, a exortação apostólica sobre Santa Teresinha

Depois de destacar a beatificação, que aconteceu ontem (30 de setembro), em Piacenza, do Padre Giuseppe Beotti, morto por ódio à fé em 1944, "pastor segundo o coração de Cristo" e que "não hesitou em oferecer a vida para proteger o rebanho que lhe foi confiado", o Santo Padre recordou Santa Teresa do Menino Jesus, Santa Teresinha, que é celebrada neste 1º de outubro.

O Papa disse que ela é "a santa da confiança". E anunciou que uma Exortação Apostólica sobre a mensagem de Santa Teresinha, será publicada no próximo dia 15 de outubro. "Oremos a Santa Teresinha para que nos ajude a ter confiança e a trabalhar para as missões", concluiu. 

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O Papa e as crianças de todo o mundo juntos
no dia 06 de novembro

No final do Angelus, Francisco anunciou uma iniciativa "Aprendamos com as crianças", que será realizada na Sala Paulo VI, e promovida pelo Dicastério para a Cultura e a Educação. Uma oportunidade, explica Francisco, de "voltar a ter sentimentos puros como crianças".

Cinco crianças, representando os cinco continentes, acompanharam o Papa Francisco durante a oração do Angelus deste domingo (01). Diante dos muitos fiéis que as observavam, o Papa anunciou uma iniciativa que será realizada na tarde de 6 de novembro, na Sala Paulo VI, com o tema: "Aprendamos com as crianças", um evento organizado pelo Dicastério para a Cultura e a Educação.

"Um encontro para manifestar o sonho de todos nós: voltar a ter sentimentos puros como as crianças. Porque aquele que é puro como uma criança pertence ao Reino de Deus. As crianças nos ensinam a clareza dos relacionamentos, o acolhimento espontâneo de estranhos e o respeito por toda a Criação. Queridas crianças e todos vocês, estou esperando para aprender com vocês também", disse Francisco. 

As crianças que acompanharam o Pontífice são: Pamela, de 7 anos, que veio da Síria; Grigoryi, também de 7 anos, que veio da Ucrânia, o país devastado pela guerra, que está no coração do Papa. Alessio, de 10 anos, proveniente de Benin; Alejandro, de 7 anos, da Guatemala e, por fim, Tomas, de 9 anos, da Austrália.

Eles representam mais de 6.000 meninos e meninas de várias partes do mundo. A iniciativa também será promovida pela comunidade de Sant'Egidio, pela Cooperativa Auxilium e pela Federação Giuoco Calcio.

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