terça-feira, 12 de outubro de 2021

Nossa Senhora Aparecida,

 Mãe da Esperança

Em seu pontificado, inúmeras foram as referências de Francisco à Padroeira do Brasil. Em 2017, nos 300 anos do encontro da imagem, afirmou que “em Aparecida aprendemos a conservar a esperança, a deixar-nos surpreender por Deus e a viver na alegria".

2021.10.12 Papa em visita à Casa da Mãe Aparecida

Que cada brasileiro encontre Nossa Senhora “em seu coração, assim como os pescadores A encontraram no rio. Busquem nas águas de seus corações e a encontrarão, porque Ela é mãe” (outubro de 2018).

Em seu pontificado, inúmeras foram as referências de Francisco à Padroeira do Brasil.

Em visita à Casa da Mãe, em 2013, o Papa inclusive mencionou um fato que o impressionou ainda como Cardeal, por ocasião da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe: “ver como os Bispos – que trabalharam sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora”.

O Santuário Nacional, afirmou Francisco na ocasião, “faz parte da memória do Brasil” e “serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição".

“Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende.”

Brasileiros, não desanimem

Na mensagem pelos 300 anos do encontro da imagem (2017), o Pontífice afirmou que “em Aparecida, aprendemos a conservar a esperança, a deixar-nos surpreender por Deus e a viver na alegria. Esperança, querido povo brasileiro, é a virtude que deve permear os corações dos que creem, sobretudo, quando ao nosso redor as situações de desespero parecem querer nos desanimar”.

“Não se deixem vencer pelo desânimo. Não se deixem vencer pelo desânimo. Confiem em Deus, confiem na intercessão de nossa Mãe Aparecida. No Santuário de Aparecida e em cada coração devoto de Maria podemos tocar a esperança que se concretiza na vivência da espiritualidade, na generosidade, na solidariedade, na perseverança, na fraternidade, na alegria que, a sua vez, são valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.”

No dia 12 de outubro de 2019, no âmbito dos trabalhos do Sínodo dos Bispos para a Amazônia o Papa Francisco gravou uma mensagem ao povo brasileiro:

“No dia de Nossa Senhora Aparecida, trago no coração o povo brasileiro e envio uma saudação. Que Ela, pequenina e humilde, continue os cobrindo e acompanhando em seu caminho: caminho de paz, de alegria, de justiça. Que Ela os acompanhe em suas dores, quando não podem crescer por tantas limitações políticas ou sociais ou ecológicas, e de tantos lugares provêm. Que Ela os ajude a crescer e a se libertar continuamente. Que os abençoe.”

Mas voltemos ao ano de 2013, com o Ato de Consagração a Nossa Senhora:

Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil.

Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.

Recebei-me, ó Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado nos deu por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte.

Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade. Assim seja!

                                                                                                                       Bianca Fraccavieri

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Bela reflexão de dom Aparecido Donizete:

Maria e o respeito à dignidade de cada ser humano

Em uma sociedade marcada profundamente pelo preconceito e discriminação, um olhar atento e voltado para Maria, Mãe de Jesus Cristo, será, sem dúvida, de grande importância.

Dom Aparecido

Certamente, os que se sentem incomodados e inconformados com tal realidade, e buscam contribuir para a construção de um mundo melhor e mais humano, se sentirão, a partir deste olhar, mais instigados a trabalhar para que toda pessoa, independente de sexo, raça, cor, religião ou condição social seja respeitada com igual dignidade.

Maria, a jovem de Nazaré, nasceu e cresceu em um ambiente dominado pelo preconceito. No evangelho encontramos essa frase em Natanael: “de Nazaré, pode sair algo de bom?” (Jo 1,46). Na verdade, vários grupos sofriam preconceitos em meio ao povo judaico. Mas diante desta realidade onde os pobres, estrangeiros, mulheres e doentes eram discriminados, tem-se de outro lado, segundo as Escrituras, Deus que olha de forma preferencial para todos eles. É exatamente isso que se contempla em Maria. Deus, de fato, “olhou para a humildade de sua serva e depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou” (Lc 1,49. 52). Assim, contemplando Maria, pode-se dizer que cada pessoa, por mais simples e humilde que seja, deve ser reconhecida em sua grandeza e dignidade humana.

Nesta linha de pensamento, pode-se afirmar ainda que todos os que neste mundo sofrem preconceitos ou discriminações poderão encontrar em Deus o mesmo olhar que Maria recebeu. Um olhar de amor, um olhar de predileção. Deus, na verdade, ama a todos indistintamente, pois “faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos” (Lc 5,45). Contudo, somente aqueles que, a exemplo de Maria, souberem dar a devida atenção ao olhar de Deus e deixarem-se envolver por sua graça e seu amor poderão sentir a alegria e a verdadeira paz no coração. Deus é bom para com todos, mas nem todos buscam voltar o coração e a mente para Ele, buscando viver a partir de seu amor.

Além de ser modelo por excelência de alguém que viveu profundamente no amor de Deus e cuja vida só foi fazer a Sua vontade, Maria é também aquela que demonstrou amor profundo pelos outros. Vale recordar aqui a disponibilidade e o cuidado para com sua prima Isabel que estava grávida (cf. Lc 1,39-55) e sua sensibilidade ativa no casamento em Caná da Galileia, pois soube agir em favor de todos como intercessora junto ao seu filho Jesus Cristo (cf. Jo 2, 12). Ela é, sem dúvida, modelo por excelência de humildade, desprendimento, fé, caridade, serviço gratuito e generoso. Alguém cuja vida sempre foi totalmente para Deus e para o próximo.

Assim sendo, se compreende a razão pela qual na história muitos homens e mulheres desenvolveram um amor filial para com Maria na certeza que ela é Mãe que continua cuidando, protegendo e amparando seus filhos, sobretudo os que mais sofrem e padecem as tribulações neste mundo. Ela é venerada e amada com tantos títulos. Acima de tudo, ela é aquela que nos ensina a amar e a servir. Ela certamente nos quer discípulos de seu Filho Jesus e, por isso, nos leva sempre até Ele, pois sabe que somente n’Ele encontraremos o verdadeiro sentido para a vida. Ele é o caminho e a verdade que nos conduz ao Pai.

Que Maria, Senhora de Aparecida e de todos os povos, interceda por nós e nos ajude a construir um mundo onde todos sejam respeitados e tratados com igual dignidade.

            Dom Aparecido Donizete de Souza - Bispo auxiliar de Porto Alegre (RS)
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