sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Exercícios Espirituais - Décima meditação:

A bem-aventurança da sede
Pe. Tolentino fez a décima e última meditação dos Exercícios Espirituais em Ariccia. Papa regressa hoje ao Vaticano.
Cidade do Vaticano – O Papa Francisco e seus colaboradores concluíram na manhã de sexta-feira (23/02) os Exercícios Espirituais de Quaresma. O Pontífice deixa Ariccia e sua chegada ao Vaticano está prevista para o início da tarde.
O retiro quaresmal se concluiu com a décima meditação do Padre José Tolentino de Mendonça, que foi dedicada ao tema “A bem-aventurança da sede”.
As bem-aventuranças são mais do que uma lei, uma norma codificada, disse o sacerdote português. São uma configuração da vida, um verdadeiro chamado existencial. Além disso, são o autorretrato de Jesus: pobre em espírito, manso e misericordioso, sedento e homem de paz, faminto de justiça e com a capacidade de acolher a todos, vibrante de alegria ao testemunhar a ação do Pai nos últimos e nos pequeninos.
Deus tem sede de que a vida das suas criaturas seja uma vida de bem-aventuranças. Deus não desiste em dizer que toda vida – a nossa vida – é amada e beata. Esta é a sede de Deus.
Não domesticar o Evangelho
Por outro lado, o que fizemos nós do Evangelho das Bem-aventuranças? Como as anunciamos?, questiona Pe. Toletino. É tão fácil criar barreiras ao invés de pontes. Nosso coração está sempre pronto a se tornar arma de combate.
Esta atitude defensiva é um perigo para a Igreja, que deve se recordar que não é um clube exclusivo, restrito, feliz na medida em que exclui. É um hospital de campanha. E quando não vive a tensão de encruzilhada da humanidade, deve se perguntar se não estamos domesticando o Evangelho de Jesus.
Para o Pe. Toletino, é urgente redescobrir a bem-aventurança da sede, pois não há nada pior do que estar saciado de Deus. Ter ido à igreja, ter rezado, não nos isenta dos encontros fundamentais com as extraordinárias surpresas de Deus. Talvez tenhamos um imagem errada da vida cristã: fiel não é quem está saciado de Deus, mas quem tem fome e sede de Deus. A experiência de fé não resolve a sede, mas a amplifica, dilata o nosso desejo, intensifica a nossa busca. Devemos nos reconciliar com a nossa sede repetindo-nos: A minha sede é a minha bem-aventurança.
Escuta, honestidade e abertura
Neste percurso, o sacerdote português propõe a figura de Maria para nos inspirar. De modo especial, o seu diálogo com o anjo.
Primeiro: Maria é mulher de escuta. Deixa-se visitar, mantám as portas abertas do coração e da vida. Não raramente, afirma ele, vivemos uma cotidianidade
autística, tão envolvidos na nossa cápsula que até um anjo de Deus encontraria dificuldade de entrar: nada mais nos supreende. Mas um anjo pode nos visitar somente quando temos o coração desarmado, quando estamos dispostos a acolher o inesperado. Maria nos ensina justamente a hospitalidade da vida. Em segundo lugar, Maria é uma mulher honesta. Quando lhe é anunciado a sua maternidade, ela simplesmente pergunta: mas como, se não conheço homem?
Deus não se manipula, não é um ornamento da nossa prática religiosa. E é importante fazer perguntas a Ele porque também Ele faz perguntas a nós. E é importante abrir o nosso coração. Maria tem uma honestidade sem subterfúgios. Com a sua pergunta, é como se dissesse: Senhor, a minha condição é esta. Ela é clara com Deus
Por fim, Maria descobre no encontro com o anjo que a sua vida está a serviço de um projeto maior, de uma vida maior, que não se limita ao perímetro ideal da felicidade que provavelmente ela projetou para si. O Senhor a chama a fazer-se cúmplice da gestação do futuro de Deus. Lhe pede para acreditar na sede. Lhe diz: a tua sede está a serviço de uma sede maior. E Maria responde: eis a serva do Senhor. A Igreja se torna crível quando é serva do coração de Deus, quando se coloca a serviço para saciar a sede do homem.
O olhar de mãe
A coisa no mundo mais semelhante aos olhos de Deus são os olhos de uma mãe, que são “raios X” infalíveis. Não se detém nas aparências, mas penetram profundamente no íntimo da vida, interpretando e respeitando com delicadeza o segredo. O olhar de uma mãe humaniza o filho.
O teólogo von Balthasar dizia que sem a mariologia o cristianismo corre o risco de se desumanizar. A Igreja sem torna sem alma. Em cada época, a Igreja deve aprender de Maria a compaixão, a ternura e a cura que a sede de cada ser humano requer.
...........................................................................................................................................................
Rezemos com o Papa pela paz no mundo
“As vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias”, reiterou Francisco ao convocar este dia de jejum e oração pela paz durante o Angelus de 4 de fevereiro.
Cidade do VaticanoNo Angelus do domingo 4 de fevereiro, o Papa lançou um apelo em favor da paz, convocando para esta sexta-feira da primeira semana da Quaresma, um Dia de Oração e Jejum. 
Francisco ressaltou na ocasião que “as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias”.
“Diante da trágica continuação de situações de conflito em diversas partes do mundo, convido todos os fiéis a um Dia especial de Oração e Jejum pela Paz em 23 de fevereiro próximo, sexta-feira da Primeira Semana da Quaresma”.
“O ofereceremos em particular pelas populações da República Democrática do Congo e do Sudão do sul. Como em outras ocasiões similares, convido também os irmãos e irmãs não católicos e não cristãos para se associarem a esta iniciativa nas modalidades que considerarem mais oportunas, mas todos juntos”.
O Papa recordou que “o nosso Pai Celeste escuta sempre os seus filhos que gritam a Ele na dor e na angústia, «cura os corações feridos e enfaixa  suas feridas»”, e convidou a que cada um perguntasse na própria consciência: “O que eu posso fazer pela paz?”:
“Certamente podemos rezar; mas não só. Cada um pode dizer concretamente “não” à violência naquilo que depender dele ou dela. Porque as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar pela paz faz bem a todos!”
Esta não é a primeira iniciativa em favor da paz promovida por Francisco em seu pontificado.
Setembro de 2013
No dia 7 de setembro de 2013, véspera da Natividade de Maria, Rainha da Paz, a pedido do Papa foi realizado um dia de jejum e de oração pela paz na Síria, no Oriente Médio, e no mundo inteiro.
Junho de 2014
Em 8 de junho de 2014, um histórico encontro nos Jardins Vaticanos reuniu o Papa Francisco com os presidentes israelense e palestino, Simón Peres e Mahmud Abbas, para invocar juntos a paz no Oriente Médio.
O encontro teve por objetivo “fazer uma pausa na política para ver desde outra perspectiva e mostrar publicamente o desejo comum de que aconteça algo, de que caminhos que foram fechados se reabram, de voltar a sonhar com a paz”, explicou na ocasião o então Custódio da Terra Santa, o franciscano Pierbattista Pizzaballa, um dos organizadores do encontro.
Novembro de 2017
Em 23 de novembro de 2017, foi presidida pelo Pontífice no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, uma Vigília de Oração pela paz no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo.
.............................................................................................................................................................
Assista:
................................................................................................................................................
                                                                                                     Fonte: www.vaticannews.va

Nenhum comentário:

Postar um comentário