domingo, 11 de fevereiro de 2018

Celebra-se neste domingo o

Dia Mundial do Enfermo
Na sua mensagem para este Dia Francisco reafirma o serviço da Igreja aos doentes e destaca o exemplo de Maria no cuidado para com essas pessoas.
Cidade do VaticanoNeste dia 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora  de Lourdes,  a Igreja recorda o Dia Mundial do Enfermo. Todos os anos o Papa  envia uma mensagem de fé e esperança aos profissionais e voluntários que trabalham na área da saúde. Para a celebração da data este ano,  o Papa Francisco escolheu as palavras de Jesus, elevado na cruz, que se dirige à sua mãe e a João, dizendo: “Eis o seu filho! (…) Eis a sua mãe!” (Jo 19, 26-27). 
Esta data, de origem religiosa, tem o objetivo de apelar à sociedade e à comunidade mundial por melhores condições de tratamento e atenção às pessoas doentes, seja nos hospitais, postos de saúde ou mesmo em casa. O Dia Mundial do Enfermo foi criado em 11 de fevereiro de 1992, por iniciativa do Papa João Paulo II.
A mensagem para este Dia Mundial do Enfermo foi divulgada no último dia 11 de dezembro. No texto, Francisco reafirma o serviço da Igreja aos doentes e destaca o exemplo de Maria no cuidado para com essas pessoas.
A mensagem traz como tema as palavras que Jesus, do alto da cruz, dirige a Maria e a João: «“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua» (Jo 19, 26-27). São Palavras que deram origem à vocação materna de Maria em relação a toda a humanidade, explica Francisco na mensagem.
Segundo o Papa, a vocação materna da Igreja para com os necessitados e doentes concretizou-se em uma série de iniciativas em favor dos enfermos e constitui uma história de dedicação que não deve ser esquecida.
“A imagem da Igreja como ‘hospital de campo’, acolhedora de todos os que são feridos pela vida, é uma realidade muito concreta, porque, nalgumas partes do mundo, os hospitais dos missionários e das dioceses são os únicos que fornecem os cuidados necessários à população”.
O Santo Padre destaca ainda no texto o trabalho da Pastoral da Saúde como necessário e essencial e recorda a ternura e perseverança de tantas famílias ao acompanhar seus doentes. Segundo o Papa, os cuidados por parte da família são testemunho de amor pela pessoa humana e devem ser apoiados.
“Portanto, médicos e enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários, familiares e todos aqueles que se empenham no cuidado dos doentes, participam nesta missão eclesial. É uma responsabilidade compartilhada, que enriquece o valor do serviço diário de cada um”.
Francisco concluiu a mensagem confiando a Maria todos os doentes no corpo e no espírito, para que os sustente na esperança. “A Virgem Maria interceda por este XXVI Dia Mundial do Doente, ajude as pessoas doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão com o Senhor Jesus, e ampare aqueles que cuidam delas”.
Eis a íntegra da mensagem:
MENSAGEM DE SUA SANTIDADE FRANCISCO PARA O XXVI DIA MUNDIAL DO DOENTE
(11 DE FEVEREIRO DE 2018)
Mater Ecclesiae: «“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua» (Jo 19, 26-27)
Queridos irmãos e irmãs!
O serviço da Igreja aos doentes e a quantos cuidam deles deve continuar, com vigor sempre renovado, por fidelidade ao mandato do Senhor (cf. Lc 9, 2-6, Mt 10, 1-8; Mc 6, 7-13) e seguindo o exemplo muito eloquente do seu Fundador e Mestre.
Este ano, o tema do Dia do Doente é tomado das palavras que Jesus, do alto da cruz, dirige a Maria, sua mãe, e a João: «“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua» (Jo 19, 26-27).
1. Estas palavras do Senhor iluminam profundamente o mistério da Cruz. Esta não representa uma tragédia sem esperança, mas o lugar onde Jesus mostra a sua glória e deixa amorosamente as suas últimas vontades, que se tornam regras constitutivas da comunidade cristã e da vida de cada discípulo.
Em primeiro lugar, as palavras de Jesus dão origem à vocação materna de Maria em relação a toda a humanidade. Será, de uma forma particular, a mãe dos discípulos do seu Filho e cuidará deles e do seu caminho. E, como sabemos, o cuidado materno dum filho ou duma filha engloba tanto os aspetos materiais como os espirituais da sua educação.
O sofrimento indescritível da cruz trespassa a alma de Maria (cf. Lc 2, 35), mas não a paralisa. Pelo contrário, lá começa para Ela um novo caminho de doação, como Mãe do Senhor. Na cruz, Jesus preocupa-Se com a Igreja e toda a humanidade, e Maria é chamada a partilhar esta mesma preocupação. Os Atos dos Apóstolos, ao descrever a grande efusão do Espírito Santo no Pentecostes, mostram-nos que Maria começou a desempenhar a sua tarefa na primeira comunidade da Igreja. Uma tarefa que não mais terá fim.
2. O discípulo João, o amado, representa a Igreja, povo messiânico. Ele deve reconhecer Maria como sua própria mãe. E, neste reconhecimento, é chamado a recebê-La, contemplar n’Ela o modelo do discipulado e também a vocação materna que Jesus Lhe confiou incluindo as preocupações e os projetos que isso implica: a Mãe que ama e gera filhos capazes de amar segundo o mandamento de Jesus. Por isso a vocação materna de Maria, a vocação de cuidar dos seus filhos, passa para João e toda a Igreja. Toda a comunidade dos discípulos fica envolvida na vocação materna de Maria.
3. João, como discípulo que partilhou tudo com Jesus, sabe que o Mestre quer conduzir todos os homens ao encontro do Pai. Pode testemunhar que Jesus encontrou muitas pessoas doentes no espírito, porque cheias de orgulho (cf. Jo 8, 31-39), e doentes no corpo (cf. Jo 5, 6). A todos, concedeu misericórdia e perdão e, aos doentes, também a cura física, sinal da vida abundante do Reino, onde se enxugam todas as lágrimas. Como Maria, os discípulos são chamados a cuidar uns dos outros; mas não só: eles sabem que o Coração de Jesus está aberto a todos, sem exclusão. A todos deve ser anunciado o Evangelho do Reino, e a caridade dos cristãos deve estender-se a todos quantos passam necessidade, simplesmente porque são pessoas, filhos de Deus.
4. Esta vocação materna da Igreja para com as pessoas necessitadas e os doentes concretizou-se, ao longo da sua história bimilenária, numa série riquíssima de iniciativas a favor dos enfermos. Esta história de dedicação não deve ser esquecida. Continua ainda hoje, em todo o mundo. Nos países onde existem sistemas de saúde pública suficientes, o trabalho das congregações católicas, das dioceses e dos seus hospitais, além de fornecer cuidados médicos de qualidade, procura colocar a pessoa humana no centro do processo terapêutico e desenvolve a pesquisa científica no respeito da vida e dos valores morais cristãos. Nos países onde os sistemas de saúde são insuficientes ou inexistentes, a Igreja esforça-se por oferecer às pessoas o máximo possível de cuidados da saúde, por eliminar a mortalidade infantil e debelar algumas pandemias. Em todo o lado, ela procura cuidar, mesmo quando não é capaz de curar. A imagem da Igreja como «hospital de campo», acolhedora de todos os que são feridos pela vida, é uma realidade muito concreta, porque, nalgumas partes do mundo, os hospitais dos missionários e das dioceses são os únicos que fornecem os cuidados necessários à população.
5. A memória da longa história de serviço aos doentes é motivo de alegria para a comunidade cristã e, de modo particular, para aqueles que atualmente desempenham esse serviço. Mas é preciso olhar o passado sobretudo para com ele nos enriquecermos. Dele devemos aprender: a generosidade até ao sacrifício total de muitos fundadores de institutos ao serviço dos enfermos; a criatividade, sugerida pela caridade, de muitas iniciativas empreendidas ao longo dos séculos; o empenho na pesquisa científica, para oferecer aos doentes cuidados inovadores e fiáveis. Esta herança do passado ajuda a projetar bem o futuro. Por exemplo, a preservar os hospitais católicos do risco duma mentalidade empresarial, que em todo o mundo quer colocar o tratamento da saúde no contexto do mercado, acabando por descartar os pobres. Ao contrário, a inteligência organizativa e a caridade exigem que a pessoa do doente seja respeitada na sua dignidade e sempre colocada no centro do processo de tratamento. Estas orientações devem ser assumidas também pelos cristãos que trabalham nas estruturas públicas, onde são chamados a dar, através do seu serviço, bom testemunho do Evangelho.
6. Jesus deixou, como dom à Igreja, o seu poder de curar: «Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: (...) hão de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados» (Mc 16, 17.18). Nos Atos dos Apóstolos, lemos a descrição das curas realizadas por Pedro (cf. At 3, 4-8) e por Paulo (cf. At 14, 8-11). Ao dom de Jesus corresponde o dever da Igreja, bem ciente de que deve pousar, sobre os doentes, o mesmo olhar rico de ternura e compaixão do seu Senhor. A pastoral da saúde permanece e sempre permanecerá um dever necessário e essencial, que se há de viver com um ímpeto renovado começando pelas comunidades paroquiais até aos centros de tratamento de excelência. Não podemos esquecer aqui a ternura e a perseverança com que muitas famílias acompanham os seus filhos, pais e parentes, doentes crónicos ou gravemente incapacitados. Os cuidados prestados em família são um testemunho extraordinário de amor pela pessoa humana e devem ser apoiados com o reconhecimento devido e políticas adequadas. Portanto, médicos e enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários, familiares e todos aqueles que se empenham no cuidado dos doentes, participam nesta missão eclesial. É uma responsabilidade compartilhada, que enriquece o valor do serviço diário de cada um.
7. A Maria, Mãe da ternura, queremos confiar todos os doentes no corpo e no espírito, para que os sustente na esperança. A Ela pedimos também que nos ajude a ser acolhedores para com os irmãos enfermos. A Igreja sabe que precisa duma graça especial para conseguir fazer frente ao seu serviço evangélico de cuidar dos doentes. Por isso, unamo-nos todos numa súplica insistente elevada à Mãe do Senhor, para que cada membro da Igreja viva com amor a vocação ao serviço da vida e da saúde. A Virgem Maria interceda por este XXVI Dia Mundial do Doente, ajude as pessoas doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão com o Senhor Jesus, e ampare aqueles que cuidam delas. A todos, doentes, agentes de saúde e voluntários, concedo de coração a Bênção Apostólica.
Vaticano, 26 de novembro – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo – de 2017.
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Papa no Angelus:
“Nenhuma doença é causa de impureza
Francisco recordou que neste domingo celebra-se o Dia Mundial dos Enfermos, memória de Nossa Senhora de Lourdes.
Cidade do Vaticano - “Nestes domingos, o Evangelho, segundo a narração de Marcos, nos apresenta Jesus que cura os doentes de todos os tipos. Neste contexto, se insere bem o Dia Mundial dos Enfermos que se celebra precisamente hoje, 11 de fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lourdes. Portanto, com o olhar do coração dirigido à gruta de Massabielle, contemplamos Jesus como o verdadeiro médico dos corpos e das almas, que Deus Pai enviou ao mundo para curar a humanidade, marcada pelo pecado e suas consequências”. Com essas palavras o Papa Francisco iniciou a sua alocução que precedeu a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, no Vaticano.
O estigma social jamais deve nos afastar daqueles que sofrem. “Nenhuma doença é causa de impureza: a doença certamente envolve toda a pessoa, mas de modo algum afeta ou impede seu relacionamento com Deus. Pelo contrário, uma pessoa doente pode estar ainda mais unida a Deus”, disse o Papa Francisco.
“O pecado, esse sim nos torna impuros!”, disse o Pontífice enfatizando que “o egoísmo, o orgulho, o entrar no mundo da corrupção, essas são doenças do coração das quais é preciso sermos purificados, dirigindo-se a Jesus como o leproso: ‘Se queres, tens o poder de purificar-me'. “Ao ouvir isso - recordou o Papa – Jesus sente compaixão, muito importante para fixar a atenção sobre essa ressonância interna de Jesus, como fizemos longamente durante o Jubileu da Misericórdia. Não se entende a obra de Cristo, não se entende o próprio Cristo, se não entrarmos no seu coração cheio de compaixão. É isso que o leva a estender a mão ao homem que sofre de lepra, tocá-lo e dizer-lhe: “Eu quero, fica purificado”. 
“No Antigo Testamento – recordou Francisco - era considerado uma grave impureza e comportava a separação do leproso da comunidade. A sua condição era realmente dolorosa, porque a mentalidade do tempo o fazia sentir-se impuro diante de Deus e dos homens”.
Segundo o Papa, “o fato mais perturbador é que Jesus toca o leproso, porque isso era absolutamente proibido pela lei mosaica. Tocar um leproso significava ser também contagiado também dentro, no espírito, isto é, tornar-se impuros. Mas, neste caso, o influxo não vai do leproso a Jesus para transmitir o contágio, mas de Jesus ao leproso para dar-lhe a purificação. Nesta cura, admiramos, além da compaixão, também a audácia de Jesus, que não se preocupa nem com o contágio, nem com as prescrições, mas é movido somente pela vontade de libertar aquele homem da maldição que o oprime”.
Então o Papa pediu aos fiéis presentes na Praça São Pedro para fazerem um exame de consciência e depois repetir com ele as palavras do leproso: ‘Se queres, tens o poder de purificar-me'. “Toda vez que nos aproximamos do sacramento da Reconciliação com o coração arrependido, o Senhor – explicou Francisco - repete também a nós: “Eu quero, fica purificado!”. Assim a lepra do pecado desaparece, voltamos a viver com alegria o nosso relacionamento filial com Deus e somos readmitidos plenamente na comunidade”.
Francisco concluiu invocando a intercessão da Virgem Maria, Nossa Mãe Imaculada: “peçamos ao Senhor, que trouxe aos enfermos a saúde, que cure também as nossas feridas internas com a sua infinita misericórdia, para assim nos dar novamente a esperança e a paz do coração”.
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Assista:
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