O "Espírito Santo no
Batismo de Jesus" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência
Geral desta quarta-feira, realizada na Sala Paulo VI. Ao ser ungido com o
Espírito de Deus, Cristo confere a todos os cristãos a tarefa de espalhar o seu
"bom perfume" no mundo e não o "mau cheiro" do próprio
pecado.
A Sala Paulo VI acolheu
milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral desta quarta-feira, 21 de
agosto. O Papa deu continuidade ao ciclo de catequeses acerca do Espírito e da
Esposa, meditando sobre como o Espírito Santo desceu em forma de pomba quando
Jesus foi batizado por João, e dali se espalhou pelo Seu Corpo, que é a Igreja.
“Toda a Trindade se reuniu
naquele momento nas margens do Jordão!”, comentou Francisco. O batismo de Jesus
foi tão importante, que todos os evangelistas falaram sobre ele. E a
importância reside no fato de, naquele episódio, Deus Pai ungiu Jesus com o Seu
Espírito, isto é, consagrou Jesus como Rei, Profeta e Sacerdote.
Na verdade, Jesus estava
repleto de Espírito Santo desde o momento da Encarnação, mas no Batismo recebe
a unção com o Espírito para a sua missão. Essa missão o Senhor comunica-a à
Igreja, Seu Corpo místico, e assim nos tornamos um povo sacerdotal, profético e
régio. A imagem da unção com o Espírito nos remete ao Sacramento da
Confirmação, no qual fomos ungidos com o óleo perfumado do Crisma e recebemos o
dom do Espírito para a missão, para espalhar pelo mundo o bom odor de Cristo.
"A unção nos perfuma
e também uma pessoa que vive com alegria a sua unção perfuma a Igreja, perfuma
a comunidade, perfuma a família com este perfume espiritual", acrescentou
Francisco. O Papa então fez uma ressalva:
"Sabemos que, infelizmente, por vezes os cristãos não espalham o perfume de Cristo, mas sim o mau cheiro do seu próprio pecado. E jamais nos esqueçamos: o pecado nos afasta de Jesus, o pecado torna o óleo ruim. E o diabo, não esqueçam disto, normalmente o diabo entra pelo bolso. Fiquem atentos."
Isto, porém, não deve
distrair-nos do compromisso de realizar, tanto quanto pudermos e cada um no seu
ambiente, esta sublime vocação de ser o bom perfume de Cristo no mundo. O
perfume de Cristo é libertado do “fruto do Espírito”, que é “caridade, alegria,
paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (Gal 5,22).
"Foi o que disse
Paulo e é belo encontrar uma pessoa que tenha essas virtudes. (...) É belo
encontrar uma pessoa boa, uma pessoa fiel, uma pessoa mansa, que não seja
orgulhosa. Se nos esforçarmos por cultivar este fruto, então, antes que nos
apercebamos, alguém sentirá um pouco da fragrância do Espírito de Cristo à
nossa volta. Peçamos ao Espírito Santo que nos faça ungidos mais conscientes,
ungidos por Ele", concluiu o Pontífice.
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