A tradução da terceira edição típica do
Missal Romano para o português foi um dos temas da entrevista coletiva deste
segundo dia da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB). O bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão Episcopal
Pastoral para a Liturgia, dom Edmar Peron, falou aos jornalistas sobre o
trabalho da Comissão para a Tradução dos Textos Litúrgicos (Cetel) para
oferecer à Igreja no Brasil a versão em Português da última edição do “livro
que garante a unidade entre o que a Igreja celebra e crê”. A tarefa da Cetel,
segundo o bispo, conta com uma dupla fidelidade na tradução: “ao latim e à
língua portuguesa”.
“O Missal garante a unidade porque o
celebrar é justamente expressar a fé que nós meditamos continuamente. Ele é o
livro que, favorecendo a boa celebração, também favorece a participação ativa,
consciente e frutuosa das pessoas”, disse dom Edmar aos jornalistas.
De acordo com o bispo, a terceira edição do
Missal Romano tem como referência São João Paulo II, que, ainda como Papa,
reuniu o conteúdo que havia sido publicado e determinado desde o pontificado de
Paulo VI e o enviou para todas as conferências episcopais, com o objetivo de
que fossem traduzidas para as próprias línguas.
“Às vezes imaginamos como se ele fosse um
livro de regras, mas muito pelo contrário: as celebrações ficam livres por
causa do missal. É um livro que vai ensinar todo mundo a rezar, por que o
centro dele é a Oração Eucarística. Ele é um livro, algo concreto, com orações,
textos a serem cantados, gestos a serem realizados, para manter a unidade da fé
e favorecer a participação”, destacou.
Para que a tradução do latim para o
português fosse possível, a Igreja no Brasil contou com a colaboração de
especialistas da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel), de modo
a não ferir nenhuma das duas línguas, descobrindo as palavras mais adequadas
para ajudar e melhorar a maneira de celebrar e de rezar.
“Nesta etapa da Assembleia, os bispos estão
sendo consultados sobre as Orações Eucarísticas e, em agosto, na etapa presencial,
será realizada a votação. Em seguida, todo o material será enviado para Roma,
para que seja aprovado ou não. O que nós tivermos mudado, por exemplo, se
acrescentamos um gesto, precisará estar no consentimento de Roma. Então: o que
foi modificado precisa de um consentimento, e o que foi traduzido precisa ser
confirmado”, esclareceu dom Edmar.
Segundo o prelado, “o missal, assim como a
Bíblia, precisa ser meditado, ou seja, o que está escrito precisa ser acolhido.
A grande mudança nesta terceira edição é a linguagem, que é mais atual. Nós
estamos todos ansiosos para que este processo pós agosto seja o mais rápido
possível. Eu ficaria contente se para o Tríduo Pascal do próximo ano nós
tivéssemos o Missal em sua terceira edição”, projetou.
O tema está em pauta neste início da tarde.
Dom Edmar apresenta aos bispos o trabalho realizado pela Cetel em trecho aberto
da Assembleia. Acompanhe:
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