Encontro de Jesus com Nossa Senhora
1 – A fé é
constituída de encontros e desencontros, de vitórias e derrotas. A de Jesus
Cristo não foi muito diferente. Veio ao nosso encontro, tornando-se um dos
nossos. Chamou discípulos, mas houve também inimigos, entre eles fariseus, que
o importunavam e Judas Iscariotes que o traiu. O encontro com Pilatos, e
Herodes, também não foi muito positivo.
O primeiro, foi arrogante
em seu diálogo com Jesus. Queria discutir: o que é verdade? Mas não queria
aprender. O segundo foi um imoral, a quem Jesus nem respondeu.
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Dom Carmo João |
2 – A mim,
porém, interessam outros encontros, de modo especial, o de Jesus, com sua mãe,
que na vida buscou sempre estar próximo dele, preocupando-se com Ele e sua
missão (Mc 3,31-39) Jesus foi, de fato, o homem dos encontros. Interessa-me
agora o do encontro maternal, que Maria teve com o Filho, quando este é levado
para a morte. Ela com todo seu esforço, não conseguiu diminuir as dores do
Filho querido, mas com toda a certeza a psico-espirituais.
A Escritura não
fala do conteúdo do encontro. Aliás, momentos há, em que falar, sem palavras, é
falar mais alto: é comunicar-se melhor. Encontro de Jesus com a mãe foi
indiscutivelmente triste. Poderia ter sido diferente? Não, certamente, não.
Nunca um encontro foi mais salutar que este: seus olhares se cruzaram e seus
corações feridos sentiram o mesmo conforto, pois, ambos cumpriram a própria
missão: Maria, a maternal e o Jesus aquela salvífica.
3 – Encontro
do qual vou falar, agora, foi iniciado por Jesus já na Cruz. O momento final se
aproximava célere. Jesus vendo a mãe e o discípulo amado, juntos a Cruz,
confia nova missão agora a ambos. Entrega João à Maria e esta a Ele, dizendo:
Eis aí teu filho, eis aí tua mãe.
Queridos irmão e
irmãs: João, hoje somos todos nós. Eu, tu, nós. Maria certamente estava ao lado
da missão do apóstolo.
Diz o texto
bíblico que ele a levou para sua casa. Ele a levou, e nós? Sim, não adiantaria
refletirmos esta cena, tão comovente, tocante e agradável, se nós hoje, em dia
não, a levássemos para nossas casas. Não penso eu possíveis imagens de Maria,
mas na presença dela em nossas vidas e famílias, em nossas alegrias,
dificuldades e sofrimentos, cruzes e doenças e até em nossa morte, quando ela
nos ceifar a vida. Sim a mãe de Jesus cumprirá sua missão como já o fez em toda
a história da Igreja. Não por nada o Papa Francisco, confiou a Ucrânia e a
Rússia a seus maternais cuidados. Os santuários marianos do mundo, não o
comprovam? Aparecida, Fátima, Lourdes e outros tantos? Não são elas as melhores
catedrais de evangelização existentes? Católicos, quem está com Maria, nunca
está longe de Cristo. Sejamos então marianamente cristocêntricos e eclesiais.
Conclusão: Jesus
se encontrou com a mãe, na vida, como vimos, também na morte. Nós com Maria,
queremos chegar a jesus. E assim a casa paterna para sempre.
Dom Carmo João Rhoden, SCJ - Bispo Emérito de Taubaté (SP)
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