Igreja em estado permanente de missão
“O cristão é convidado a comprometer-se
missionariamente, “como tarefa diária", em “levar o Evangelho às pessoas
com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos” de modo
informal, “durante uma conversa”, “espontaneamente, em qualquer lugar",
“de modo respeitoso e amável". O primeiro momento é o diálogo, que
estimula a partilhar alegrias, esperanças e preocupações; o segundo é a
apresentação da Palavra, “sempre recordando o anúncio fundamental: o amor de
Deus".
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Viagem Apostólica a Malta - Santa Missa na Piazzale dei Granai, em Floriana, Malta (Vatican Media) |
“Recordemos que a missão não é fazer
proselitismo. A missão baseia-se no encontro entre as pessoas, no testemunho de
homens e mulheres que dizem: "Eu conheço Jesus, gostaria que tu também O
conhecesses". Em outubro de 2021, início do caminho sinodal e no dia em
que era celebrado o Dia Mundial das Missões, o Papa Francisco fez o convite a
rezar "para que cada batizado participe na evangelização e que cada
batizado esteja disponível para a missão através do seu testemunho de vida. E
que este testemunho de vida tenha o sabor do Evangelho".
Depois de “Papa Francisco e tarefa missionária”, tema tratado no programa passado, padre Gerson Schmidt* nos propõe hoje uma reflexão sobre o tema “Igreja em estado permanente de missão”:
“As Diretrizes anteriores da Conferência
dos Bispos do Brasil (2015-2019) já apontavam o título e a expressão “Igreja em
estado permanente de missão”, no documento número 102. Nesse documento anterior
das Diretrizes gerais se dizia que “A Igreja oferece a todos o Evangelho de
Jesus Cristo, assumindo com renovado ardor missionário e criatividade uma nova
evangelização”, acolhendo aos fiéis que frequentam regularmente a comunidade e
aos que, embora não tenham frequência regular, conservam uma fé católica intensa
e sincera. Também procura as pessoas batizadas que já não vivem as exigências
do batismo. A eles a Igreja oferece oportunidade de conversão, que os pode
levar a reencontrar a alegria da fé, o compromisso com o Evangelho e a vivência
comunitária. As missões populares, em suas diversas modalidades, respondendo ao
apelo da Missão Continental, têm se mostrado um caminho eficaz de
evangelização. Também as visitas sistemáticas nos locais de trabalho, nas
moradias de estudantes, nas favelas e nos cortiços, nos alojamentos de
trabalhadores, nas instituições de saúde, nos assentamentos, nas prisões, nos
albergues e junto aos moradores de rua, entre outros, são testemunho de uma
“Igreja em saída”, que se sente interpelada a buscar maior organicidade e
eficácia neste serviço.
As Diretrizes anteriores alertavam assim:
“Uma Igreja em estado permanente de missão nos leva a assumir a
missão ad gentes, dando “de nossa pobreza”, em outras regiões e
além-fronteiras. Uma Igreja Particular não pode esperar atingir a plena maturidade
eclesial para, só então, começar a se preocupar com a missão para além de seu
território. Através dos Conselhos Missionários, cada diocese é chamada a
articular e animar as iniciativas de missão em seu território, com abertura à
missão além-fronteiras” (DGAE, Doc. 102, n.78-79).
As atuais Diretrizes da CNBB (2019-2023),
no Pilar da Ação Missionaria, destacam novamente a expressão Igreja em estado
permanente de missão. No número 186 nos diz: "Onde Jesus nos envia? Não há
fronteiras, não há limites: envia a todos" (ChV, n. 177). Deve ser meta
das comunidades cristãs consolidar a mentalidade missionária. A missão é o
paradigma de toda a ação eclesial. Ela, então, precisa ser assumida dessa forma
(EG, n. 15). Por isso, o Papa Francisco apresenta um modelo missionário para os
nossos tempos: a iniciativa de procurar as pessoas necessitadas da alegria da
fé; o envolvimento com sua vida diária e seus desafios, tocando nelas a came
sofredora de Cristo; o acompanhamento paciente em seu caminho de crescimento na
fé; o reconhecimento dos frutos, mesmo que imperfeitos; a alegria e a festa em
cada pequena vitória (EG, n. 24)”.
E continuam as diretrizes no número 187: “O
cristão é convidado a comprometer-se missionariamente, “como tarefa
diária", em “levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos
mais íntimos como aos desconhecidos” de modo informal, “durante uma conversa”,
“espontaneamente, em qualquer lugar", “de modo respeitoso e amável".
O primeiro momento é o diálogo, que estimula a partilhar alegrias, esperanças e
preocupações; o segundo é a apresentação da Palavra, “sempre recordando o
anúncio fundamental: o amor de Deus que se fez homem, entregou-se por nós e,
vivo, oferece sua salvação e sua amizade; por fim, “se parecer prudente e
houver condições, e bom que esse encontro fraterno e missionário se conclua com
uma breve oração que se relacione com as preocupações que a pessoa manifestou”
(EG, n. 127-128).”
*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em
2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é
graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
Jackson Erpen
.................................................................................................................................................. Fonte: vaticannews.va
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