sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Leituras do

3º Domingo do Advento

1ª Leitura: Sf  3,14-18a
Profecia de Sofonias
Alegra-te, filha de Sião! Rejubila-te, Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, filha de Jerusalém!  Javé retirou tua condenação e afastou o teu inimigo. Javé é Rei de Israel em teu seio: não verás mais a infelicidade. Naquele dia, dirão a Jerusalém: “Nada temas, Sião! Não desfaleçam as tuas mãos! Javé, teu Deus, está em teu seio, o herói, o salvador! Por ti ele exulta de alegria e seu amor renovar-te-á. Por ti ele se rejubila com alegria, como nos dias do Encontro.
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Salmo: Is 12,2-3.4bcd.5-6
Clama de alegria e júbilo, habitante de Sião! É grande, entre vós, o Santo de Israel!
Clama de alegria e júbilo, habitante de Sião! É grande, entre vós, o Santo de Israel!

Eis o Deus de minha salvação, confio e não temo: Javé é minha força e meu canto, a minha salvação!”. 3 Com alegria haurireis a água nas fontes da salvação
Louvai a Javé, invocai seu Nome! Entre os povos anunciai suas maravilhas! Proclamai que seu Nome é sublime!
Cantai a Javé, que mostrou sua grandeza! Que se publique por toda a terra! 6 Clama de alegria e júbilo, habitante de Sião! É grande, entre vós, o Santo de Israel!”.
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2ª Leitura: Fl 4,4-7
Carta de São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito-vos: alegrai-vos! Que a vossa delicadeza seja conhecida de todos os homens. O Senhor está perto! Não vos preocupeis com coisa alguma; manifestai, porém, a Deus as vossas necessidades por meio de orações e súplicas com ação de graças. Então a paz de Deus, que supera todo o entendimento, guardará vossos corações e vossos pensamentos em Cristo Jesus.
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Evangelho: Lc 3,10-18
Evangelho de São Lucas:
Naquele tempo: O povo perguntava a João: “Então que devemos fazer?”. João respondia: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem nenhuma; e quem tem o que comer faça o mesmo”. Os cobradores de impostos foram também para se batizar e lhe perguntaram: “Mestre, que devemos fazer?”. Ele respondeu: “Não exijais nada além do que foi estabelecido”. A1guns soldados também lhe perguntaram: “E nós? Que devemos fazer?”. Respondeu: “Não maltrateis ninguém para extorquir dinheiro, nem façais denúncia falsa; e contentai-vos com o vosso ordenado”. Como o povo estava na expectativa e todos perguntavam a si próprios se João era ou não o Messias, ele respondeu a todos: “Eu vos batizo com água, mas já está vindo alguém que é mais poderoso do que eu. Não sou digno de desamarrar-lhe as correias das sandálias. Ele é quem vos batizará com o Espírito Santo e o fogo. Tem nas mãos a pá com que limpar sua área e recolher o trigo no celeiro. E queimará a palha no fogo inextinguível”. Assim e por muitas outras exortações, anunciava ao povo a Boa-Nova.

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Reflexão:
Atitudes para acolher Jesus
O tema deste 3º Domingo pode girar à volta da pergunta: “e nós, que devemos fazer?” Preparar o “caminho” por onde o Senhor vem significa questionar os nossos limites, o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus.
A figura maiúscula de São João Batista continua conosco neste terceiro domingo do advento. Ele foi chamado para anunciar a chegada do Messias. São João Batista falou para muitos: para os pobres, para os publicanos, para as multidões e todos os que se abriram para ouvir a sua voz e acolher a sua mensagem estavam acolhendo a chegada do Senhor Jesus Cristo. São João Batista mostrou que aquele que vai chegar é maior do que ele. Quem deseja encontra-lo deve andar no caminho da justiça, da honestidade, do bem, da misericórdia, da partilha e do respeito pelos outros. Respeitar a todos, até aqueles que nos incomodam e que são pedras em nosso sapato.
 Dom Eurico dos Santos Veloso 
O Evangelho (cf. Lc 3,10-18) sugere três aspectos onde essa transformação é necessária: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é “batizado no Espírito”, recebe de Deus vida nova e tem de viver de acordo com essa dinâmica.
No relacionamento das pessoas, na superação do radicalismo, no reconhecimento dos valores de cada um, na capacidade de diálogo, inclusive diálogo entre as nações, deixando cada vez mais para trás o recurso à guerra como único caminho para se resolverem os conflitos, no respeito à própria natureza, crescendo sempre mais a consciência de que é preciso defender os bens que são de todos, como a água, o verde, e até o silêncio e a harmonia. E, se muita coisa continua errada – como atestam os assaltos e as violências de todo tipo – é porque os homens não estão aceitando a proclamação do Evangelho. É porque nós, cristãos, não sabemos ser esse fermento na massa que modifica o mundo numa santificadora levedação espiritual. Não sabemos ser essa luz que ilumina pelo exemplo de sabedoria. Não sabemos ser o sal que tempera a sociedade com o sabor do bem e da virtude. Temos que aprender de São João Batista a não sermos caniços que o vento dobra, nem criaturas cheias de vaidade.
A primeira leitura(cf. Sf 3,14-18a) sugere que, no início, no meio e no fim desse “caminho de conversão”, espera-nos o Deus que nos ama. O seu amor não só perdoa as nossas faltas, mas provoca a conversão, transforma-nos e renova-nos. Daí o convite à alegria: Deus está no meio de nós, ama-nos e, apesar de tudo, insiste em fazer caminho conosco.
A segunda leitura (cf. Fl 4,4-7) insiste nas atitudes corretas que devem marcar a vida de todos os que querem acolher o Senhor: alegria, bondade, oração.
Deus não pede a mesma coisa aos cobradores de impostos e aos soldados, mas pede a todos para fazerem algo que manifeste mais justiça, mais generosidade, mais paz. É no momento em que os homens se deixam batizar na água do Jordão que perguntam o que devem fazer. Se vêm encontrar João Batista, é porque procuram converter-se, procuram tornar-se homens novos. Aceitam viver outra coisa a fim de se tornarem outros. Mas vem o dia, anuncia o Percursor, em que a conversão não é apenas obra do homem, mas ação comum de Deus e dos homens: vem Aquele que batizará no Espírito Santo e no fogo para fazer surgir um mundo novo e varrer o velho mundo. A Boa Nova que João Batista anuncia ao povo é precisamente a intervenção de Deus em pessoa pela vinda do Messias que vai comprometer a humanidade nesta renovação radical, fruto da Aliança Nova selada entre Deus e a humanidade, Aliança com os dois parceiros da salvação: Deus e o homem.
Vamos, nestes dias em que já iniciamos a Novena de Natal, procurar fazer uma boa confissão para a celebração do Natal. No perdão sempre recebemos a alegria do céu; tanto quem perdoa, como quem é perdoado, nós experimentamos pela confissão a verdadeira liberdade. Quando pedimos o perdão de Deus e iniciamos uma nova vida para bem celebrar o Natal estamos praticando a justiça e a partilha que nos prepara para acolher bem e melhor o Messias que vai chegar!
A voz de São João Batista continua nos interpelando: a exortação de ontem de São João Batista para as multidões à partilha com os mais pobres deve ser um imperativo para viver bem o Natal. Hoje, São João Batista nos diria para transformarmos a festa comercial de Natal numa ocasião de partilha mais generosa. A atenção ao quotidiano sugerir-nos-á como partilhar! Não são necessárias coisas extraordinárias. Basta deixar iluminar pela Boa Nova de Jesus a nossa vida de todos os dias com a partilha generosa e com a acolhida sincera.
                Dom Eurico dos Santos Veloso - Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
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             Reflexão: cnbbleste2.org.br     Banner: cnbb.org.br     Ilustração: franciscanos.org.br

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