segunda-feira, 4 de junho de 2018

Papa Francisco nesta segunda-feira:

O ecumenismo é sempre mais uma necessidade e um desejo
À delegação da Igreja Evangélica Luterana Alemã, Francisco encorajou o diálogo teológico e um maior envolvimento dos fiéis no ecumenismo.

Cidade do Vaticano - A semana do Papa Francisco começou com o tema do ecumenismo. O Pontífice recebeu no Vaticano uma delegação da Igreja Evangélica Luterana Alemã, guiada pelo bispo Ulrich.
Em seu discurso, Francisco recordou “com alegria” os momentos vividos juntos no ano passado por ocasião da Comemoração comum da Reforma.
“Graças a Deus, constatamos que os 500 anos de história que nos contrapuseram – às vezes muito dolorosa e em conflito –, deixaram espaço nos últimos 50 anos a uma crescente comunhão.”
Lógica do Evangelho
Os encontros fraternos, acrescentou o Papa, foram realizados segundo a lógica do Evangelho e não de estratégias humanas – o que permitiu superar antigos preconceitos de ambas as partes.
Francisco destacou que a Comemoração da Reforma confirmou que o ecumenismo continuará a marcar o caminho conjunto, pois está se tornando sempre mais uma necessidade e um desejo.
“Não podemos nos esquecer de partir da oração, para que não sejam os projetos humanos a indicar o caminho, mas o Espírito Santo.”
Ecumenismo de sangue e da caridade
O Papa voltou a falar do ecumenismo de sangue e do ecumenismo da caridade. Católicos e luteranos são chamados antes de tudo a se amarem intensamente, mas são chamados também a aliviar juntos as misérias dos necessitados e dos perseguidos.
“Os sofrimentos de tantos irmãos oprimidos por causa da fé em Jesus são também um premente convite a alcançar uma unidade sempre mais concreta e visível entre nós.”
Diálogo teológico
Francisco encorajou o diálogo teológico, propondo como temas a Igreja, a Eucaristia e o ministério eclesial. Pediu ainda que o ecumenismo não seja elitista, mas envolva o mais possível os inúmeros irmãos e irmãs na fé, “crescendo como comunidade de discípulos que rezam, amam e anunciam”.
“Que o Senhor nos acompanhe, para que o nosso ser cristão seja mais centralizado Nele e corajoso na missão; para que o cuidado pastoral se enriqueça de serviço”, concluiu o Pontífice.
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Papa a jornalistas:
Responsabilidade no exercício da profissão
"Ser jornalista tem a ver com a formação das pessoas, de sua visão do mundo e seus comportamentos em relação aos eventos", disse Francisco.

Cidade do Vaticano - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (04/06), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de setenta membros da delegação do Prêmio Internacional de Jornalismo “Biagio Agnes”, “um dos mais conhecidos jornalistas italianos, defensor do serviço público, que muitas vezes interveio no papel de jornalista como garante de informações corretas, confiáveis, autênticas e oportunas”.
O Papa os convidou a se comprometerem “com uma comunicação que saiba colocar a verdade antes dos interesses pessoais ou de corporações. Observando o que é produzido pela indústria cultural, com este prêmio vocês indicam para a sociedade os jornalistas que se destacam pela responsabilidade no exercício da profissão."
“De fato, ser jornalista tem a ver com a formação das pessoas, de sua visão do mundo e seus comportamentos em relação aos eventos. É um trabalho exigente, que neste momento está passando por um período marcado pela convergência digital e pela transformação dos meios de comunicação.”
Francisco sublinhou que muitas vezes vê durante suas viagens apostólicas ou outros encontros, “uma diferença nos métodos de produção: desde as clássicas equipes de TV até os jovens que com um telefone celular conseguem redigir uma notícia para um portal. Ou de rádios tradicionais a verdadeiras entrevistas feitas com um celular".
"Tudo isso mostra que estamos realmente vivendo uma transformação premente de formas e linguagens da informação. É difícil entrar nesse processo de transformação, mas é cada vez mais necessário se quisermos continuar sendo educadores das novas gerações. Disse que é difícil e acrescento que é necessária uma vigilância sábia”.
Citando um trecho da Encíclica ‘Laudato si’ o Papa afirmou que “as dinâmicas dos meios de comunicação e do mundo digital, […] quando se tornam onipresentes, não favorecem o desenvolvimento da capacidade de viver com sabedoria, pensar em profundidade, amar com generosidade. Neste contexto, os grandes sábios do passado correriam o risco de ver sufocada a sua sabedoria no meio do ruído dispersivo da informação”.
“Não existem receitas”, frisou o Papa destacando três palavras: periferias, verdade e esperança.
Periferias
"Muitas vezes, os pontos nevrálgicos da produção de notícias se encontram nos grandes centros. Mas isso nunca deve nos fazer esquecer as histórias de pessoas que vivem distantes, longe, nas periferias."
“São histórias às vezes de sofrimento e degradação; outras vezes são histórias de grande solidariedade que podem ajudar a todos a olhar para a realidade de forma renovada ”
Verdade
"Todos sabemos que um jornalista é chamado a escrever o que pensa, o que corresponde à sua consciente e responsável compreensão de um evento. É necessário ser exigente consigo mesmo para não cair na armadilha das lógicas de contraposição por interesses ou ideologias.”
“Hoje, num mundo onde tudo é rápido, é cada vez mais urgente recorrer à dolorosa e árdua lei da pesquisa aprofundada, do confronto e, se necessário, também do calar em vez de ferir uma pessoa ou um grupo de pessoas ou deslegitimar um fato. Eu sei que é difícil, mas a história de uma vida se entende no final, e isso deve nos ajudar a nos tornar corajosos e proféticos.”
Esperança
“Não se trata de contar um mundo sem problemas: seria uma ilusão. Trata-se de abrir espaços de esperança, denunciando situações de degradação e desespero.”
"Um jornalista não deveria se sentir bem pelo simples fato de ter relatado, de acordo com sua responsabilidade livre e consciente, um evento. É chamado a manter aberta uma área de saída, de significado, de esperança”, concluiu o Papa.
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