sexta-feira, 1 de junho de 2018

Leituras do

9º Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura: Dt 5,12-15
Livro do Deuteronômio:
Assim fala o Senhor: “Guarda o dia de sábado, para o santificares, como o Senhor teu Deus te mandou.
Trabalharás seis dias e neles farás todas as tuas obras.
O sétimo dia é o do sábado, o dia do descanso dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu boi, nem teu jumento, nem algum de teus animais, nem o estrangeiro que vive em tuas cidades, para que assim teu escravo e tua escrava repousem da mesma forma que tu.
Lembra-te de que foste escravo no Egito e que de lá o Senhor teu Deus te fez sair com mão forte e braço estendido. É por isso que o Senhor teu Deus te mandou guardar o sábado”.
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Salmo: 80
Exultai no Senhor, a nossa força!
Exultai no Senhor, a nossa força!
- Cantai salmos, tocai tamborim, harpa e lira suaves tocai! Na lua nova soai a trombeta, na lua cheia, na festa solene!
- Porque isso é costume em Jacó, um preceito do Deus de Israel; uma lei que foi dada a José, quando o povo saiu do Egito.
- Eis que ouço uma voz que não conheço: “Aliviei as tuas costas de seu fardo, cestos pesados eu tirei de tuas mãos. Na angústia a mim clamaste, e te salvei.
- Em teu meio não exista um deus estranho nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei”.
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2ª Leitura: 2Cor 4,6-11
Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios:
Irmãos: Deus, que disse: “Do meio das trevas brilhe a luz”, é o mesmo que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para tornar claro o conhecimento da sua glória na face de Cristo.
Ora, trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós.
Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; por toda parte e sempre levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos.
De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal.
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Evangelho: Mc 2, 23-3,6
Evangelho de São Marcos:
Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam.
Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?”
Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”.
E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é Senhor também do sábado”.
Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!” E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram. Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada. Ao saírem, os fariseus, com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.

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Reflexão:
O Dia do Senhor 
Considera-se grande progresso a abertura do comércio, aos domingos, nos hipermercados e shopping-centers. A distinção entre dia útil e domingo caiu. Qual é a prática cristã a respeito do “Dia do Senhor”, o domingo?
O termo “Dia do Senhor”, na Bíblia, não indica em primeiro lugar o domingo, mas o dia em que Deus mostra sua atuação (o êxodo e a derrota dos egípcios no Mar Vermelho é “o dia que o Senhor fez”), sobretudo no fim da História (o juízo final). O descanso semanal chama-se o shabbat. Os primeiros cristãos descansavam em honra de Deus no sábado, como os judeus; e na noite do sábado para o “primeiro dia da semana” celebravam a ressurreição de Jesus (cf. Mt 28, 1; Mc 16,2; Lc 24,1; Jo 20,1.19.24; 1 Cor 16,2). Como a “ressuscitação” de Jesus foi a atuação de Deus por excelência e, além disso, estava na perspectiva da volta final, essa celebração acabou recebendo o nome de “Dia do Senhor”, entendendo-se por “Senhor” o Cristo ressuscitado. Em latim, dizia-se dies Domini ou dies dominicalis, de onde nosso “domingo”, que é de fato o primeiro da semana. O cristão começa a semana com cara de domingo e não de segunda-feira …
A 1ª leitura nos ensina que o sentido profundo do “repouso” semanal (shabbat) é a libertação. Na escravidão do Egito, os israelitas não podiam descansar. Na Terra Prometida, eles gozavam do descanso no sétimo dia, em recordação e agradecimento a Deus que os libertou da escravidão. Por isso, deviam conceder descanso também a seus empregados e mesmo ao gado. Se não fizessem assim, comportar-se-iam como o faraó do Egito! Descansar e deixar descansar é marca do povo de Deus. O sábado pertence a Deus, é “dia do Senhor”.
No tempo de Jesus, os mestres da lei achavam a imobilidade no sábado mais importante que a razão de sua celebração, a libertação. Transformaram o fazer-nada em obsessão em vez de sinal da libertação. Criticam Jesus porque permite aos discípulos arrancarem umas espigas, e tramam sua morte porque, no sábado, cura um homem com a mão doente (evangelho). Mas, para Jesus, o sábado é para o bem da pessoa humana. Ele diz isso em virtude de sua autoridade como Filho do Homem, plenipotenciário de Deus (Me 2,28).
Os cristãos transferiram o repouso semanal para o novo “dia do Senhor”, o domingo da ressurreição de Jesus, sobrepondo à lembrança da libertação do Egito a da libertação dos laços da morte. O descanso nesse dia não deve ser absolutizado, como algo que existe para si. É um sinal, uma recordação, uma referência. Deve ser interpretado com o “divino humanismo” de Jesus, como uma instituição para o bem do ser humano. Por isso, a Igreja permite a manutenção dos serviços essenciais, no domingo. Mas prescreve “abster-se das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo” (Catec. Igr. Cat.). Como quer o sentido inicial em Israel, é preciso libertar-se do trabalho-escravidão. E da escravidão do consumismo …
O domingo é também o dia da comunidade cristã, que recorda a ressurreição de Cristo na celebração da Eucaristia. Neste espírito, o domingo serve para aprofundar a caridade e a solidariedade, mesmo em forma de mutirão ou de outros serviços livres e libertadores.
                             Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                                                                                    Reflexão franciscanos.org.br

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