terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Bela e oportuna reflexão

Ano Velho – Ano Novo

Ouvi o espocar de fogos de artifício!
Vi gente cantando alegremente adeus Ano Velho e Feliz Ano Novo!
Nas casas, nas ruas, nas praças não havia tristeza. Ela havia perdido para a alegria. Não se media o tempo com as horas, mas com a força contagiante e inebriante de quem se unia para dizer adeus ao velho amigo, que ficou conosco trezentos e sessenta e cinco dias. Saudava-se o novo amigo que acabara de chegar.
Luzes, festa e alegria foram a saudação que todos lhes dispensaram.
O que nos contagia na passagem de ano, manifesta como deveria ser cada dia. Uma história foi construída, mesmo que tenha exigido lutas e desafios e também galhardia.
Por detrás de tamanha alegria está escondido o desejo do ser humano de dizer não à tristeza ou amargura. Fomos feitos para viver de outro jeito: sem ódio, sem violência, sem a triste corrupção dos indignos da pátria.
Talvez a realidade do anonimato, principalmente nos grandes centros urbanos, seja superada exatamente nesse momento, pois há encontro, há conversa espontânea, estamos longe dos esquemas rígidos, talvez até necessários, do trabalho, da própria vida familiar. Nesse sentido, permita-me manifestar-lhe uma impressão: Por que há pessoas que tiram de si mesmas selfies e mais selfies e postam nas redes sociais? Certamente há medo da solidão. Outra vez os alaridos da passagem de ano têm sua razão de ser: Integram as pessoas, quebram a rotina, dão chance da alegria, rompem-se certas barreiras no relacionamento...
Fomos feitos para viver na paz e na alegria. Ou você acha que o Jardim do Éden é só uma fantasia? Não! Esse é o desejo de Deus! Ele é nossa alegria. Não é possível ser feliz sem Deus.
Um dia desses, alguém me disse: “Estamos numa viagem de volta, sem termos tido a viagem de ida”. É verdade. A vida é uma viagem. Somos todos viandantes. Somos caminheiros. Nessa viagem chegam sem pedir licença: o cansaço, o desânimo, as dúvidas. Nem o sábio, nem o poeta, nem o mendigo escapam do peso que ela traz. Viemos de Deus e estamos voltando para Ele.
Jesus conhece muito bem nossa condição humana, a ponto de nos dizer: “Vinde a mim vós todos que estais cansados” (Mt 11,28-30). Jesus é profundamente humano. Que coisa bonita: Um Deus que é profundamente humano! Isto nos faz acreditar mais e muito mais apostar nele, pois é o divino que se fez inteiramente humano. Outro momento que confirma essa verdade foi quando os discípulos voltaram de uma missão, e Jesus lhes disse: “Venham agora para um lugar deserto, onde vocês estejam sozinhos, e descansem um pouco” (Mc 6,31).
A festa, a alegria feita com a devida ponderação, sem os exageros que, às vezes são cometidos, é algo muito legítimo e necessário, e em nada se opõem ao querer de Deus. Ele se faz também parceiro, presente na alegria verdadeira. Nada há de mais sublime do que reconhecermos que Deus se faz parceiro na grande aventura da vida.
Toda realidade que nos cerca, certamente nos faz aprender mais um pouco, e se isso, de fato, acontece, progredimos.
Ano Novo nos traz essa sensibilidade e percepção de que é possível um mundo diferente, mais cheio de paz e de harmonia. Mas nada vem pronto do céu. Deus não tira a responsabilidade de nossa parte.
Deixemos, pois, o Ano Novo acontecer entre nós, e sabendo conduzir nele nossa história, a esperança e a alegria não nos deixarão órfãos. Felicíssimo Ano Novo para você.
                                                                                Padre Ferdinando Mancílio 
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