Leão XIV recebeu
três ordens religiosas na manhã desta sexta-feira (06/06), no Vaticano. O
Pontífice recordou a origem de seus carismas, destacou a importância da união
entre vida contemplativa e ação missionária, e encorajou os religiosos a
seguirem com fervor sua vocação para a Igreja e para o mundo.
Na manhã desta
sexta-feira, 6 de junho, o Papa Leão XIV recebeu em audiência, na Sala do
Consistório no Vaticano, os membros da Terceira Ordem Regular de São Francisco,
da Sociedade das Missões Africanas e do Instituto dos Servos do Paráclito. O
encontro com as três ordens religiosas se deu no contexto de capítulos gerais e
celebrações próprias de cada instituto. Em seu discurso, o Pontífice ressaltou
o valor do momento vivido pelas congregações e exortou todos a unirem vida
contemplativa e zelo missionário:
“Rezemos, portanto, antes de tudo, ao Senhor por seus Institutos e por todas as pessoas consagradas, para que, tendo em vista unicamente e acima de tudo a Deus, unam a contemplação, com a qual aderem a Deus com a mente e com o coração, ao ardor apostólico, com o qual se esforçam para colaborar com a obra da redenção.”
Três rostos
carismáticos da Igreja
Leão XIV
destacou que os três institutos representam carismas diversos, nascidos em
épocas distintas da história da Igreja, mas que convergem na beleza do Corpo
Místico de Cristo. Em seguida, deteve-se em aspectos importantes de cada grupo,
começando pela Terceira Ordem Regular de São Francisco, a mais antiga das
ordens presentes. O Papa recordou suas origens em São Francisco de Assis,
elevadas a ordem religiosa por Papa Nicolau V, em 1447. Encorajou os religiosos
a enfrentarem os temas do capítulo – vida comum, formação, vocações – à luz do
carisma penitencial neste 113º Capítulo Geral:
“É importante que, como indica o título que vocês deram aos seus trabalhos, enfrentem esses temas à luz do seu carisma ‘penitencial’. Isso, de fato, nos recorda que – segundo as palavras do próprio São Francisco – só por meio de um constante caminho de conversão podemos oferecer aos irmãos ‘as fragrantes palavras de nosso Senhor Jesus Cristo’.”
Sociedade das
Missões Africanas
O Papa evocou a
fundação da Sociedade das Missões Africanas, em 1856, pelo venerável bispo
Melchior de Marion Brésillac, como um sinal do coração missionário da Igreja:
“A fidelidade à missão, de fato, fazendo com que vocês superassem, ao longo do tempo, mil dificuldades internas e externas às suas comunidades, permitiu-lhes crescer, tirando inclusive das adversidades ocasião e inspiração para partir rumo a novos horizontes apostólicos na África e em outras partes do mundo. Que grande sinal para toda a Igreja!”
Instituto dos
Servos do Paráclito
Por fim, o Santo
Padre falou do mais jovem dos três institutos, fundado por padre Gerald
Fitzgerald, em 1942, com a missão de cuidado pastoral de sacerdotes em
dificuldade:
“Vocês exercem, em várias partes do mundo, seu ministério de proximidade humilde, paciente, delicada e discreta para com pessoas feridas no profundo, propondo-lhes caminhos terapêuticos que, a uma vida espiritual simples e intensa, pessoal e comunitária, associam uma assistência profissional altamente qualificada. Todos nós, embora chamados a sermos ministros de Cristo, médico das almas, somos, antes de tudo, também nós mesmos doentes necessitados de cura.”
Dimensão
luminosa da Igreja
Ao concluir seu
discurso, Leão XIV expressou gratidão pela presença dos religiosos e pela
contribuição que oferecem ao povo de Deus:
“Obrigado pela sua presença, que hoje, nesta sala, nos mostra a Igreja em três dimensões luminosas de sua beleza: o empenho da conversão, o entusiasmo da missão e o ardor da misericórdia. Obrigado por todo o trabalho que fazem em todo o mundo.”
Thulio Fonseca - Vatican News
____________________________________________________________________________________Leão XIV em audiência:
Na audiência aos
moderadores, responsáveis internacionais e delegados das agregações eclesiais,
Leão XIV sublinha que estas realidades “têm um papel fundamental na
evangelização” e os exorta a “colaborar” com o Papa para a unidade e a missão.
O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta sexta-feira (06/06), no Vaticano, os moderadores de associações de fiéis, de movimentos eclesiais e de novas comunidades, reconhecidas ou erigidas pela Santa Sé, por ocasião do encontro anual organizado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.
Vocês representam milhares de pessoas que vivem sua experiência de fé e seu apostolado dentro de associações, movimentos e comunidades. Portanto, em primeiro lugar, gostaria de lhes agradecer pelo serviço de orientação e animação que realizam. Apoiar e encorajar os irmãos no caminho cristão implica responsabilidade, compromisso, muitas vezes também dificuldades e incompreensões, mas é uma tarefa indispensável e de grande valor. A Igreja lhes é grata por todo o bem que fazem.
"Os grupos
aos quais vocês pertencem são muito diferentes uns dos outros, por natureza e
história, e todos são importantes para a Igreja", disse ainda o Papa.
"Alguns nasceram para compartilhar um propósito apostólico, caritativo, de
culto, ou para apoiar o testemunho cristão em ambientes sociais específicos.
Outros, no entanto, originaram-se de uma inspiração carismática, um carisma
inicial que deu vida a um movimento, a uma nova forma de espiritualidade e
evangelização. ", sublinhou.
Leão XIV
recordou que "no desejo de associação, que deu origem ao primeiro tipo de
agregação, encontramos uma característica essencial: ninguém é cristão sozinho!
Fazemos parte de um povo, de um corpo que o Senhor constituiu". A seguir,
citou Santo Agostinho a propósito dos primeiros discípulos de Jesus: «Eles
certamente se tornaram templo de Deus, e não apenas como indivíduos, mas todos
juntos se tornaram templo de Deus».
"A vida
cristã não se vive isoladamente, como se fosse uma aventura intelectual ou
sentimental, confinada em nossa mente e no nosso coração. Ela se vive com os
outros, em grupo, em comunidade, porque Cristo ressuscitado se faz presente
entre os discípulos reunidos em seu nome", sublinhou.
Portanto, tudo na Igreja é entendido em referência à graça: a instituição existe para que a graça seja sempre oferecida, os carismas são suscitados para que essa graça seja acolhida e dê frutos. Sem carismas, corre-se o risco de que a graça de Cristo, oferecida em abundância, não encontre o terreno fértil para recebê-la! É por isso que Deus suscita carismas, para que estes despertem nos corações o desejo de encontrar Cristo, a sede da vida divina que Ele nos oferece, numa palavra, a graça!
O Pontífice
reiterou, na esteira de seus predecessores e com o Magistério da Igreja,
especialmente a partir do Concílio Vaticano II, "que os dons hierárquicos
e os dons carismáticos «são coessenciais à constituição divina da Igreja
fundada por Jesus»".
Graças aos carismas que deram origem aos seus movimentos e suas comunidades, muitas pessoas se aproximaram de Cristo, redescobriram a esperança na vida, descobriram a maternidade da Igreja e desejam ser ajudadas a crescer na fé, na vida comunitária, nas obras de caridade e a levar aos outros, através da evangelização, o dom recebido.
A seguir, Leão
XIV disse que "unidade e missão são dois pilares da vida da Igreja e duas
prioridades no ministério petrino. Por isso, convido todas as associações e
movimentos eclesiais a colaborarem fiel e generosamente com o Papa,
especialmente nestas duas áreas".
O Papa os
convidou a "ser fermento de unidade", pois "experimentam
continuamente a comunhão espiritual que os une. É a comunhão que o Espírito
Santo cria na Igreja. É uma unidade que tem seu fundamento em Cristo: Ele nos
atrai, nos atrai a si e, assim, nos une também entre nós".
Segundo Leão
XIV, esta unidade que eles vivem em grupos e comunidades, estende-se "na
comunhão com os Pastores da Igreja, na proximidade com outras realidades
eclesiais, fazendo-os próximos das pessoas que encontram, para que os seus
carismas permaneçam sempre a serviço da unidade da Igreja e sejam eles mesmos
«fermento de unidade, de comunhão e de fraternidade» num mundo tão dilacerado
pela discórdia e pela violência".
A propósito da
missão, o Papa disse que ela marcou a sua experiência pastoral e moldou a sua
vida espiritual. "Vocês também viveram este caminho. Do encontro com o
Senhor, da vida nova que invadiu o seu coração, nasceu o desejo de fazê-lo
conhecido. Vocês envolveram muitas pessoas, dedicaram muito tempo, entusiasmo e
energia para fazer o Evangelho conhecido nos lugares mais distantes, nos
ambientes mais difíceis, suportando dificuldades e fracassos. Mantenham sempre
vivo entre vocês este impulso missionário: os movimentos também têm hoje um
papel fundamental na evangelização".
"Coloquem seus talentos a serviço da missão, tanto nos lugares de primeira evangelização quanto nas paróquias e estruturas eclesiais locais, para alcançar muitos que estão distantes e, às vezes sem saber, aguardam a Palavra de vida. Mantenham sempre o Senhor Jesus no centro! Este é o essencial, e os carismas servem a esse propósito. O carisma é funcional ao encontro com Cristo, ao crescimento e ao amadurecimento humano e espiritual das pessoas, à edificação da Igreja", concluiu.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
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