Os 72 anos da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, celebrados neste dia 14 de outubro, foram marcados por uma
missa, presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquatro, e
concelebrada pelos bispos auxiliares de Brasília, dom Ricardo Hoepers,
secretário-geral da CNBB, dom Antônio Aparecido de Marcos Filho e dom Denilson
Geraldo. Também concelebraram os padres assessores das Comissões da
Conferência, do ordinariado militar e da nunciatura. Os frades do Santuário São
Francisco de Assis animaram os cantos da celebração.
Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, em razão de saúde não pode celebrar como estava previsto, mas trechos de sua homilia, escrita especialmente para a celebração, foram lidos pelo secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoespers. A homilia destacou inicialmente a alegria de ter o que agradecer – os 72 anos da CNBB – em torno da mesa da Eucaristia. “Tudo aqui tem a ver com a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”, refletiu.
Apóstolos Suos
A homilia destacou um trecho do que diz a Carta Apostólica de São João Paulo II, de maio de 1998, sobre o sentido de uma conferência episcopal: “Instituição permanente, como agrupamento dos Bispos de uma nação ou determinado território, que exercem em conjunto certas funções pastorais a favor dos fieis do seu território, a fim de promoverem o maior bem que a Igreja oferece ao homens, sobretudo por formas e métodos de apostolado convenientemente ajustados às circunstâncias do tempo e do lugar, nos termos do direito”.
Dom Ricardo destacou que tal compreensão se
verifica na história da CNBB. “Hoje estamos aqui na sede da CNBB para agradecer
os 72 anos de história desta que é uma das mais antigas e maiores conferências
de bispos do mundo. “O sonho de comunhão, participação e missão tem um longa
trajetória da Igreja no Brasil. Foi antes mesmo do Concílio Vaticano II, com o
empenho de dom Helder Câmara, que foi criada com sede no Rio de Janeiro, então
capital federal, a CNBB em 14 de outubro de 1952”, ressaltou.
De acordo com o texto da homilia, desde
então a evangelização proposta pela Igreja Católica no Brasil tornou-se cada
vez mais um projeto eclesial articulado, organizado, planejado e avaliado com o
zelo apostólico das centenas de bispos que serviram e servem ao povo
brasileiro.
Igreja sinodal
“Evitando qualquer sombra de orgulho, não é exagero afirmar que a Igreja no Brasil antecipou nas estruturas de sua Conferência Episcopal alguns dos principais traços de uma Igreja sinodal. Os encontros, as assembleias, os estudos, as análises, as conversações, os debates… sempre estiveram presentes como passos em busca de uma palavra sólida que animassem as comunidades, seus membros e servidores”, destacou um trecho.
Na homilia também foi destacado a história
de planejamento da ação evangelizadora que remonta ao Plano de Emergência, ou o
primeiro Plano de Pastoral da Igreja do Brasil, elaborado no início dos anos
1960 em resposta ao pedido do Papa São João XXIII. “Desde então, os bispos
brasileiros nunca deixaram de se encontrar e, entre suas atividades, de propor
de tempos em tempos, novas e atualizadas diretrizes evangelizadoras”.
Em outro trecho, foi ressaltado que o
mandato de evangelizar permanece sempre como a palavra de ordem da CNBB, como
está descrito em seu objetivo geral. Dom Ricardo reforçou na homilia que a CNBB
é um organismo composto por bispos, mas que sempre pode contar com um inúmeros
colaboradores, homens e mulheres, padres e religiosas, leigos e leigas que na
comunhão da mesma fé se somaram aos bispos para ver a Igreja do Brasil
realização sua missão de evangelizar.
Ao final da celebração, o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquatro, destacou o fato de dom Jaime ter assumido a presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho, o Celam, o que representa a importância da Igreja no Brasil para a América Latina e também para a Igreja de Roma, com sua recente nomeação como cardeal. “Devemos todos trabalhar juntos para que a Igreja, corpo de Cristo, se fortaleça cada vez mais também com a doação da Igreja no Brasil”, disse.
Texto: Willian Bonfim
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