sobre a segunda sessão do Sínodo sobre Sinodalidade
Participando do Sínodo como presidente do Conselho Episcopal Latino Americano e Caribenho, o Celam, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, partilhou um texto com as suas considerações sobre o processo sinodal. A segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos começou, no Vaticano, no dia 2 de outubro e segue até o dia 27 deste mês.
Segundo o presidente da CNBB, o Sínodo sobre a sinodalidade representa um apelo para recordar, trazer à fala e aprofundar o caráter dinâmico da experiência de fé cristã. “Vivemos um tempo em que a Igreja está sendo desafiada a buscar meios, linguagem e métodos apropriados para transmitir a fé às novas gerações”, afirmou.
Resgate do Concílio Vaticano II
Trata, segundo dom Jaime, de uma oportunidade de resgatar as grandes linhas do Concílio Vaticano II. “Na verdade, se trata de desenvolver as intuições dos padres conciliares e encontrar caminhos viáveis para implementá-las”, reforçou.
O bispo recorda que a Igreja como Povo de Deus, comunhão de peregrinos, é um organismo vivo, o que “implica estar disposta, aberta para colher os sinais dos tempos, num mundo em rápidas transformações evolução”.
Escutar o que o Espírito Santo pede hoje à Igreja
Dom Jaime reforça que Sínodo é um ocasião propícia para, juntos, escutar o que o Espírito diz hoje à Igreja. A dinâmica sinodal, segundo ele, requer uma abertura constante ao Espírito de Deus e seu Santo modo de operar, por meio do qual vive e atua na Igreja o Cristo vivo e ressuscitado. “Ele continua enviando os discípulos em missão. Missão entendida como um acompanhamento no espírito do diálogo”, afirmou.
O arcebispo de porto Alegre (RS) aponta que, ao longo do caminho já feito, uma coisa está se tornando sempre mais evidente: é necessário encontrar meios para que as capacidades e disposições de todos sejam colocadas a serviço da missão. “Todos os batizados necessitam melhor compreender o que significa ser Igreja participativa, promovendo a comunhão e a missão. Isto implica formação e espiritualidade pertinentes”, afirmou.
Dom Jaime aponta que, neste caminho, não se pode temer as controvérsias e compreendê-las como algo que faz parte do processo. “O importante e decisivo é se o que está autenticamente em questão é a fidelidade ao Evangelho, à bela e rica tradição da Igreja e se as possíveis e necessárias respostas aos apelos de hoje trazem as marcas da vocação da própria Igreja: ser sal e luz no mundo!”.
Fotos – capa – padre Luiz Modino – Comunicação da CNBB Norte 1/Das mesas sinodais – VaticanMedia
Conversão pessoal e pastoral
O presidente do Celam afirma que a conversão pastoral de que a muito se fala, exige renovação de estruturas. Antes, porém, aponta a necessidade de conversão pessoal. “Urge tornar a tarefa evangelizadora mais inclusiva e aberta; instigar a todos os que reconhecem Jesus como Caminho, Verdade e Vida a ‘sair’, a compartilhar com quem encontrar a experiência de se sentir amado/a por Ele, pois fez também a experiência do encontro com Ele…”, reforçou.
O presidente da CNBB acredita que a metodologia aplicada ao processo sinodal inspire todos a se abrirem e a realizarem o caminho que o Espírito está indicando. “No Brasil, e na América Latina, muito do espírito que orienta os trabalhos sinodais já se está presente na pastoral ordinária das Igrejas Particulares. Porém sempre se pode avançar, aprender com outras realidades eclesiais, outras culturas. É por ai que passa a tão necessária e desejada renovação de métodos, expressões, linguagem, ardor, disposição e estruturas”, conclui.
Por Willian Bonfim com informações de dom Jaime Spengler
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