sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Em coletiva do Sínodo, dom Pedro Cipollini fala da necessidade

de três conversões: espiritual, pastoral e de estruturas

O bispo de Santo André (SP), dom Pedro Carlos Cipollini, participou na quinta-feira, 17 de outubro, da Coletiva de Imprensa da segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade começou dia 2 de outubro, em Roma, e segue até o próximo dia 27. A Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade está prestes a concluir as reflexões sobre o terceiro Módulo do Instrumentum Laboris, que fala de lugares.

Além de dom Pedro, participaram da coletiva, a secretária da Comissão de Comunicação, Sheila Pires, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, a superiora geral das irmãs de Nossa Senhora das Dores, irmã Samuela Maria Rígon, o arcebispo de Rangoon (Mianmar), cardeal Charles Bo e o arcebispo de Quebec (Canadá), cardeal Gérard Lacroix.

O bispo de Santo André (SP), um dos 5 dos cinco delegados eleitos pelos bispos do Brasil, destacou a questão das mudanças como tema transversal, insistindo em que no processo sinodal alguma coisa deve mudar. Mudanças que na linguagem bíblica são chamadas de conversão. Por isso ele sublinhou que o Sínodo está exigindo mudança, conversão.

O bispo de Santo André falou sobre três conversões: pastoral, que tem a ver com o modo de exercer a missão, também na mídia, alargar os lugares de evangelização; conversão estrutural, mais desafiadora, tendo como horizonte o Reino de Deus; conversão espiritual, a partir do encontro com a pessoa de Jesus, que é a referência, ponto de partida e de chegada, insistindo na importância da Palavra de Deus e do testemunho pessoal de vida.

“As palavras podem convencer, mas é o testemunho que arrasta”, enfatizou dom Pedro Cipollini. Ele defendeu a necessidade de uma mudança racional e emocional, e para isso se faz necessário “aprender a dar adeus a coisas antigas que já cumpriram sua missão e acolher o novo que está chegando neste Sínodo”.

Temas abordados

Durante a coletiva foi falado sobre as dificuldades e o drama dos migrantes, a criação de uma Assembleia Eclesial Mediterrânea, uma região onde as igrejas têm criado estruturas de redes. Foi abordada a questão de novas propostas para o atendimento aos jovens, a reconfiguração das paróquias em redes de pequenas comunidades, como caminho para agilizar a sinodalidade. O trabalho da Rede Talitha Kum, com os migrantes e vítimas do tráfico de pessoas, o acompanhamento sem paternalismos das pessoas com necessidades especiais, a necessidade de abalar as consciências dos católicos com relação aos pobres, a presença da Igreja onde o Espírito sopra, nas encruzilhadas, lugares de sinodalidade e não se fechar em lugares seguros.

Por sua vez, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, destacou o serviço da Vida Religiosa, a importância da relação entre sinodalidade e primazia, com a contribuição das igrejas orientais, as contribuições dos fóruns teológicos, o papel das conferências episcopais, como responder às perguntas da cultura e do contexto. Junto com isso, o valor das igrejas locais, o papel dos bispos, a necessidade de não ter medo da sinodalidade, o status das conferências episcopais, a importância da escuta do Papa aos fiéis e a centralidade da Eucaristia, entre outras questões. Finalmente, Ruffini lembrou que nesta sexta-feira haverá um encontro dos membros da Assembleia Sinodal com mais de 150 jovens na Sala Sinodal.

Por Willian Bonfim, com informações do VaticanNews

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