quinta-feira, 25 de abril de 2024

Papa Francisco nesta quinta-feira:

a paz começa
no coração de cada um, quando decidimos perdoar

"Não nos esqueçamos de que a realização desse grande dom começa no coração de cada um de nós; começa na porta de casa, quando, antes de sair, decido se quero viver aquele dia como um homem ou uma mulher de paz", enfatizou Francisco aos peregrinos provenientes da Hungria, recebidos esta manhã (25/04), no Vaticano.

Na manhã desta quinta-feira, 25 de abril, o Papa recebeu na Sala Paulo VI, no Vaticano, um grande grupo de peregrinos húngaros. Ao discursar para os 1.200 fiéis, Francisco recordou sua viagem apostólica, realizada há um ano à Hungria.

"Essa peregrinação acontece um ano após minha viagem apostólica à Hungria, que trago no coração com muita gratidão. É por isso que eu gostaria de lembrá-la hoje, recordando que estive entre vocês como um peregrino, como um irmão e como um amigo."

A paz começa em casa

Francisco, ao sublinhar as realidades presentes no cenário global, destacou a paz como o caminho a seguir, não qualquer paz, mas a paz que Cristo Ressuscitado concedeu em sua saudação aos discípulos:

"Não nos esqueçamos, irmãos e irmãs, de que a realização desse grande dom começa no coração de cada um de nós; começa na porta de casa, quando, antes de sair, decido se quero viver aquele dia como um homem ou uma mulher de paz, ou seja, viver em paz com os outros. A paz começa quando decido perdoar, mesmo que seja difícil, e isso enche meu coração de alegria."

Coração aberto para os refugiados

Ao recordar os exemplos dos santos e beatos húngaros, o Papa enfatizou que eles nos encorajam com suas atitudes, principalmente na atenção às pessoas em dificuldades, os refugiados, os pobres, os marginalizados, e completou:

"Agradeço a vocês porque têm um coração aberto para os refugiados ucranianos que deixaram seu país por causa da guerra. E também aprecio seus esforços para integrar aqueles que vivem nas periferias da sociedade."


Testemunho de fé

Por fim, o Pontífice, ao fazer memória dos encontros vivenciados em sua visita ao país, incentivou os presentes a caminharem no diálogo com as gerações, valorizando suas raízes para estabelecerem uma base sólida ao futuro, fortalecendo-se nos valores que emanam vida: família, unidade, paz.

"Caminhemos juntos no caminho do Senhor como homens e mulheres 'pascais' e o reconheçamos no partir do pão, na mesa eucarística e na mesa dos famintos; em sua Palavra e no encontro com os outros. Obrigado por sua fidelidade a Cristo, manifestada no testemunho de fé e no ecumenismo que vocês vivem, em sua caridade acolhedora, mesmo com aqueles que são diferentes, em seu respeito por toda a vida humana e em seu cuidado responsável com o meio ambiente."

Pouco antes da audiência com os peregrinos húngaros, acompanhados pelo Primaz da Hungria, cardeal Péter Erdő, e pelo Presidente da Conferência Episcopal Húngara, dom András Veres, o Papa Francisco recebeu o Presidente da República da Hungria, Tamás Sulyok, em seu escritório na Sala Paulo VI.

Thulio Fonseca - Vatican News

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O Papa à Ação Católica:
faça crescer a 'cultura do abraço'

Os membros da Ação Católica Italiana acolheram Francisco na Praça São Pedro para o encontro intitulado “De braços abertos”: são muitos os abraços, os que faltaram e por causa de muitos conflitos "nestes dias diante dos nossos olhos", os abraços que salvam e aqueles que mudam a vida.

Cerca de sessenta mil membros da Ação Católica Italiana se reuniram na Praça São Pedro, para o encontro com o Papa Francisco no âmbito da XVIII Assembleia Geral do organismo católico que tem início nesta quinta-feira (25/04).

Em seu discurso, o Santo Padre recordou o título do encontro nacional escolhido pelos membros da Ação Católica Italiana: "De braços abertos". Segundo o Papa, "o abraço é uma das expressões mais espontâneas da experiência humana. A vida do ser humano se abre com um abraço, o dos pais, primeiro gesto de acolhimento, ao qual se seguem muitos outros, que dão sentido e valor aos dias e aos anos, até ao último, o da despedida do caminho terreno. E sobretudo está envolvida do grande abraço de Deus, que nos ama por primeiro e nunca deixa de nos manter perto de si, especialmente quando voltamos depois de nos termos perdido, como nos mostra a parábola do Pai misericordioso". "O que seria de nossa vida e como a missão da Igreja poderia ser realizada sem esses abraços?", perguntou o Papa, que a seguir propôs uma reflexão sobre três tipos de abraço: o abraço que falta, o abraço que salva e o abraço que muda a vida.

Quando o abraço se transforma em um punho, é muito perigoso

O abraço que falta. "O entusiasmo que hoje expressaram de forma tão festiva nem sempre é bem acolhido no nosso mundo: às vezes encontra fechamentos e, outras vezes, encontra resistências, de modo que os braços ficam rígidos e as mãos se fecham de forma ameaçadora, não se tornando mais veículos de fraternidade, mas de rejeição, de oposição, muitas vezes até violenta, também sinal de desconfiança em relação aos outros, próximos e distantes, a ponto de levar ao conflito", disse o Papa, acrescentando:  

Quando o abraço se transforma em um punho, é muito perigoso. Na origem das guerras geralmente há abraços que faltaram ou abraços rejeitados, que são seguidos de preconceitos, mal-entendidos e suspeitas, a ponto de ver o outro como inimigo. Tudo isso, infelizmente, está diante de nossos olhos hoje em dia, em muitas partes do mundo! Com sua presença e seu trabalho, no entanto, vocês testemunham a todos que o caminho do abraço é o caminho da vida.

O abraço misericordioso de Deus que salva

O abraço que salva. "Do ponto de vista humano, abraçar-se significa expressar valores positivos e fundamentais como o afeto, a estima, a confiança, o encorajamento, a reconciliação. Mas se torna ainda mais vital quando é vivido na dimensão da fé. No centro da nossa existência está o abraço misericordioso de Deus que salva, o abraço do Pai bom que se revelou em Cristo Jesus, e cujo rosto se reflete em cada seu gesto de perdão, de cura, de libertação, de serviço, e cuja revelação atinge o seu ápice na Eucaristia e na Cruz, quando Cristo oferece a sua vida pela salvação do mundo, para o bem de todo aquele que o acolhe com o coração sincero, perdoando até mesmo os seus crucificadores", disse ainda Francisco, convidando a todos a se deixarem abraçar pelo Senhor "como como crianças", pois "cada um de nós tem algo de criança no coração que precisa de um abraço. No abraço do Senhor aprendemos a abraçar os outros".

Mostrar caminhos de esperança

O abraço que muda a vida. "Um abraço pode mudar a vida, mostrar novos caminhos, caminhos de esperança", sublinhou Francisco. Há muitos santos em cuja existência o abraço marcou uma virada decisiva, como São Francisco, que deixou tudo para seguir o Senhor depois de ter abraçado um leproso, como ele mesmo recorda no seu testamento", disse ainda o Papa, recordando que o "abraço da caridade" é o "único sinal essencial dos discípulos de Cristo, regra, forma e fim de todos os meios de santificação e apostolado".

Amigos, vocês serão tanto mais presença de Cristo quanto mais souberem abraçar e apoiar cada irmão necessitado com braços misericordiosos e compassivos, como leigos engajados nos acontecimentos do mundo e da história, ricos de uma grande tradição, formados e competentes no que diz respeito às suas responsabilidades, e ao mesmo tempo humildes e fervorosos na via do espírito. Dessa forma, vocês poderão fazer sinais concretos de mudança segundo o Evangelho a nível social, cultural, político e econômico nos contextos em que trabalham.

Promover a "cultura do abraço"

Francisco incentivou os membros da Ação Católica a promoverem a "cultura do abraço" que "crescerá na Igreja e na sociedade, renovando as relações familiares e educativas, renovando os processos de reconciliação e de justiça, renovando os esforços de comunhão e de corresponsabilidade, construindo laços para um futuro de paz".

Levar adiante a sinodalidade

Por fim, vendo todos reunidos na Praça São Pedro, o Papa se lembrou "do Sínodo em andamento, que chega à sua terceira etapa, a mais desafiadora e importante: a profética". "Agora, trata-se de traduzir o trabalho das fases anteriores em escolhas que deem impulso e vida nova à missão da Igreja no nosso tempo. Porém, o mais importante deste Sínodo é a sinodalidade. Os temas devem levar adiante esta expressão da Igreja, que é a sinodalidade", disse ele. "Por isso, há necessidade de pessoas moldadas pelo Espírito, de "peregrinos da esperança", de homens e mulheres sinodais, que saibam dialogar, interagir, buscar juntos, como diz o tema do Jubileu que já se aproxima, homens e mulheres capazes de traçar e percorrer caminhos novos e desafiadores", concluiu.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

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