sexta-feira, 12 de abril de 2024

3º Domingo da Páscoa:

Leituras e Reflexão
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1ª Leitura: At 3,13-15.17-19

Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos 

Naqueles dias, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: “O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo Jesus. Vós o entregastes e o rejeitastes diante de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo. Vós rejeitastes o Santo e o Justo, e pedistes a libertação para um assassino. Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas.

E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes. Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados”.

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Responsório: Sl 4

— Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!

— Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!

— Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça!/ Vós, que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição,/ atendei-me por piedade e escutai minha oração!

— Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo,/ e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece!

— Muitos há que se perguntam: “Quem nos dá felicidade?”/ Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!

— Eu tranquilo vou deitar-me e na paz logo adormeço,/ pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à minha vida!

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2ª Leitura: 1Jo 2-1-5a
Leitura da Primeira Carta de São João

Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro.

Para saber que o conhecemos, vejamos se guardamos os seus mandamentos. Quem diz: “Eu conheço a Deus”, mas não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Naquele, porém, que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado.

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Evangelho: Lc 24,35-48

Proclamação do Evangelho de São  Lucas

Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão.

A realidade da ressurreição - Ainda estavam falando, quando Jesus apareceu no meio deles, e disse: «A paz esteja com vocês.» Espantados e cheios de medo, pensavam estar vendo um espírito. Então Jesus disse: «Por que vocês estão perturbados, e por que o coração de vocês está cheio de dúvidas? Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo. Toquem-me e vejam: um espírito não tem carne e ossos, como vocês podem ver que eu tenho.» E dizendo isso, Jesus mostrou as mãos e os pés. E como eles ainda não estivessem acreditando, por causa da alegria e porque estavam espantados, Jesus disse: «Vocês têm aqui alguma coisa para comer?» Eles ofereceram a Jesus um pedaço de peixe grelhado. Jesus pegou o peixe, e o comeu diante deles.

A missão cristã - Jesus disse: «São estas as palavras que eu lhes falei, quando ainda estava com vocês: é preciso que se cumpra tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.» Então Jesus abriu a mente deles para entenderem as Escrituras. E continuou: «Assim está escrito: ‘O Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia, e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. E vocês são testemunhas disso.

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Reflexão do padre Johan Konings:

Era preciso que o Cristo padecesse?

O sofrimento de Jesus é entendido de muitas maneiras, nem sempre aceitável. Há quem diga que Jesus teve de pagar nossos pecados com seu sangue. Mesmo se é verdade que o sofrimento de Jesus nos resgatou, não é porque Deus exigiu que ele pagasse com seu sangue a nossa dívida. Seria injusto e cruel. Os homens é que “castigaram” Jesus, mas Deus o reabilitou. “Aquele que conduz à vida, vós o matastes, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos” (1ª leitura). Era preciso que o Cristo padecesse (evangelho), não porque Deus o desejava, mas porque as pessoas o rejeitaram e o fizeram morrer. Mas Deus quis mostrar publicamente que Jesus, assumindo a morte infligida ao justo, teve razão. É isso que significa a ressurreição. O próprio Ressuscitado cita os discípulos os textos da Escritura que falam nesse sentido (Lc 24,44).

Muitas vezes, a gente só descobre o sentido profundo das coisas depois que aconteceram. Assim também foi preciso primeiro o Cristo morrer e ressuscitar, para que os discípulos descobrissem que nele se realizou o modo de agir de Deus, do qual falam as Escrituras. Muitas vezes o Antigo Testamento fala do justo perseguido ou rejeitado (p. ex., Sl 22, Sl 69; Sb 2), do Servo Sofredor (Is 52, 13-53,12). Esses textos nos ensinam que aquele que quer praticar a justiça segundo a vontade de Deus há de enfrentar perseguição e morte. Ora, esses textos encontraram em Jesus uma realização inesperada e incomparável: aquele que Deus chama seu Filho morre por estar comprometido com o amor e a justiça de Deus. Em frente dessa morte, a ressurreição é a homenagem de Deus a seu Filho. O que foi rebaixado pelos injustos, é reerguido por Deus e mostrado glorioso aos que nele acreditaram. A ressurreição é a prova de que Deus dá razão a Jesus e de que seu amor é mais forte que a morte.

Se Deus dá razão a Jesus, se Deus endossa a prática de vida que Jesus nos ensinou por seu exemplo, já não podemos hesitar em alinhar nossa vida com a sua. Jesus “ressuscitou por nós”, isto é, para nos mostrar que o certo é viver e morrer como ele. Quem, morrendo ou vivendo, dá a vida pelos irmãos, não é um ingênuo; Deus lhe dá razão.

Que significa então: “Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados”(2ª leitura)? À luz do que dissemos acima, esta expressão não significa que Jesus é um sacrifício oferecido para pagar a dívida em nosso lugar, mas que aquilo que os antigos queriam realizar pelas vítimas de expiação – reconciliar-se com Deus – foi realizado de modo muito superior pela vida de justiça que Jesus viveu até à morte por amor. E, na medida em que o seguirmos nessa prática de vida, guardando seu manda mento, o amor de Deus se torna verdade em nós (1 Jo 2,3-5).

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella

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Fonte: franciscanos.org.br   Imagem: vaticannews.va  Banner: Fr. Fábio M. Vasconcelos

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