sábado, 26 de agosto de 2023

Vocação dos cristãos leigos e dos catequistas:

Os ministérios leigos na Igreja

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste mês vocacional, não poderíamos deixar de recordar e celebrar as vocações aos ministérios leigos na vida da Igreja, tendo presente que eles são os grandes protagonistas da vida da Igreja nas nossas comunidades. Neste ano em que celebramos o 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, com o tema: “Vocação: Graça e Missão”, e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”, queremos louvar a agradecer a Deus pela participação ativa dos leigos e leigas na ação e na missão evangelizadora nas comunidades da nossa Diocese. 

O Documento de Aparecida diz que “todos os homens e mulheres batizados devem tomar consciência de que foram configurados com Cristo Sacerdote, Profeta e Pastor, através do sacerdócio comum do Povo de Deus. Devem sentir-se corresponsáveis na construção da sociedade segundo os critérios do Evangelho, com entusiasmo e audácia, em comunhão com seus Pastores” (DAp. p. 264). 

Quando visito as nossas comunidades, percebo sempre mais a importância dos ministérios leigos para manter viva a vida de fé do Povo de Deus, e o quanto contribuem na ação evangelizadora, para que a Igreja seja viva e atuante na sua missão. Sem o envolvimento dos leigos, o próprio apostolado dos sacerdotes não teria o êxito desejado ou teria um alcance bem mais reduzido. Por isso, quero manifestar a minha gratidão aos batizados que, vivendo a graça do Batismo, procuram testemunhar a fé em Cristo Jesus, através de uma vida de oração, mas também assumindo responsabilidades, vivendo a vocação aos ministérios na vida da comunidade. Para que uma comunidade possa crescer e fortalecer os vínculos de comunhão e fé entre os seus participantes, é necessário reconhecer a diversidade de carismas e dons que Deus deu a cada um. Mas é igualmente importante que estes carismas e dons sejam vividos no serviço e nos ministérios dos leigos, tendo presente o bem da comunidade e o compromisso de todo batizado com o Reino de Deus. 

A Igreja precisa constantemente cuidar da formação dos leigos, para que eles possam, à luz do Evangelho, ser também os protagonistas de uma Igreja em saída, sinodal, missionária e solidária. Tendo presente que, pelo batismo, eles também são chamados para levar ao mundo o testemunho de Jesus Cristo, sendo fermento do amor de Deus na sociedade. E o fazem com espírito de amor, de fé, de esperança e na gratuidade, por causa de Cristo Jesus. 

Mas os leigos também são chamados a descobrir e alimentar uma espiritualidade apropriada à sua vocação. Não se trata de fugir das realidades temporais para encontrar Deus, mas de encontrá-lo ali, em seu trabalho, junto à sua família e na sua comunidade. Não podemos esquecer que a espiritualidade cristã sempre terá por fundamento os mistérios da encarnação e da redenção de Jesus Cristo. 

Dom José Gislon - Bispo de Caxias do Sul (RS)

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Dia do Catequista 2023

A celebração do Dia do Catequista, designado pela Igreja para o quarto domingo de agosto, está se aproximando. No contexto da ação pastoral da vida eclesial, destaca-se a relevância da missão do catequista, que atua como autêntico propagador do Evangelho. Tal importância é ilustrada pelo próprio Jesus, que, antes de iniciar seu ministério de pregação, selecionou doze discípulos. Estes discípulos foram encarregados de disseminar a mensagem da boa nova, ou seja, de efetuar a evangelização global. 

O valor do número doze é evidentemente simbólico nas Escrituras Sagradas, representando totalidade e plenitude. A propagação desses doze discípulos cresceu de forma exponencial, e dentre eles emergiram os catequistas, homens ou mulheres que se dispõem a transmitir a mensagem de Cristo a diversas faixas etárias: crianças, adolescentes, jovens e adultos. O objetivo é promover uma catequese renovada, alinhada com os princípios do Concílio Ecumênico Vaticano II. 

Catequistas assemelham-se a Jesus Cristo, não apenas por compartilharem o projeto do Pai com os outros, mas também por aspirarem a formar discípulos missionários. O paralelo com Jesus se estende à abordagem de evangelização, catequese e apostolado. Assim como Ele, que inicialmente abordava aspectos cotidianos da vida para conduzir as pessoas à compreensão do Evangelho, os catequistas também seguem métodos similares. 

Quando Jesus instruiu seus discípulos a “ide e pregai o Evangelho a toda criatura”, estava, de fato, inaugurando um processo de catequese, um legado que permanece vigente até os tempos contemporâneos, replicado por sucessivas gerações. Em um mundo assolado por conflitos, violência e ambição desmedida, a receptividade à Palavra de Deus é escassa. Por essa razão, o trabalho árduo dos catequistas é altamente admirável atualmente. Eles desempenham um papel vital ao despertar a consciência das pessoas para a relevância contínua da Palavra de Deus, independentemente da era. 

O papel fundamental do catequista como educador da fé cristã é uma das principais missões dos batizados. O Papa Francisco enfatiza que ser catequista requer um amor crescente por Cristo e pelo povo. Ele também relembra a famosa frase de São Francisco: “Pregai sempre o Evangelho e, se necessário, use palavras”, destacando a importância do exemplo. Neste mês vocacional, é um momento oportuno para agradecer aos catequistas por seu serviço generoso e pedir que o Senhor envie mais operários para a messe da Igreja.  

Nossa esperança repousa sobre a dádiva de Deus, que concede suas bênçãos generosas aos catequistas, que se voluntariam para transmitir os princípios cristãos. Que eles continuem perseverando em sua missão de evangelização e alcancem êxito na formação de novos indivíduos comprometidos com a obra do Senhor. Assim, contribuirão para a construção de uma nova geração de discípulos-missionários por meio da escola da nova evangelização. Parabéns aos catequistas por sua contribuição valiosa! 

Saudações em Cristo Jesus!  

Dom Eurico dos Santos Veloso - Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

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