culpar tudo e todos é perder tempo.
Purificar é derrotar o mal dentro de nós.
É tempo de purificar: este é o convite do
Papa Francisco. "Se olharmos dentro de nós, encontraremos quase tudo
aquilo que detestamos fora." Que Maria, então, purifique nosso coração,
superando o vício de culpar os outros e de reclamar de tudo.
"Há um modo infalível para vencer o
mal: começar a derrotá-lo dentro de nós." Assim o Papa Francisco comenta o
Evangelho deste domingo, 22º do Tempo Comum.
A Liturgia mostra alguns escribas e
fariseus escandalizados com a atitude dos discípulos de Jesus de não lavar as
mãos antes de tocar os alimentos.
“Por que Jesus e os seus discípulos ignoram
essas tradições?”, questiona o Papa, explicando que para o Mestre é importante
restabelecer a fé ao seu centro. É um risco observar formalidades externas
colocando em segundo lugar o coração da fé. "Também nós muitas vezes
'maquiamos' a alma." Para Francisco, trata-se do risco de uma
religiosidade da aparência: aparecer bem por fora, esquecendo de purificar o
coração.
“Há sempre a tentação de ‘sistematizar
Deus’ com alguma devoção exterior, mas Jesus não se contenta com este culto.
Não quer exterioridade, quer uma fé que chegue ao coração.
Palavras revolucionárias
A este espanto dos escribas e fariseus,
Jesus responde: "O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo
de fora. Mas é de dentro do coração humano que saem as más intenções".
O Papa define essas palavras como
“revolucionárias”, porque Jesus inverte a perspectiva: não faz mal o que vem de
fora, mas o que nasce de dentro.
Isto diz respeito também a nós, observa o
Pontífice. Com frequência, pensamos que o mal provenha sobretudo de fora:
dos comportamentos dos outros, de quem pensa mal de nós, da sociedade.
“É sempre culpa dos ‘outros’: das pessoas,
de quem governa, do azar. Parece que os problemas chegam sempre de fora. E
passamos o tempo a distribuir as culpas; mas passar o tempo a culpar os outros
é perder tempo.”
Culpar os outros é perda de tempo
Nervosismo, ressentimento, tristeza e
acidez afastam Deus do coração: “Não se pode ser realmente religioso na
lamentação”, recorda ainda Francisco.
“Peçamos hoje ao Senhor que nos liberte de
culpar os outros. Peçamos na oração a graça de não desperdiçar o tempo poluindo
o mundo com reclamações, porque isto não é cristão.”
O convite de Jesus é a olhar a vida e o
mundo a partir do nosso coração, pedindo que Ele o purifique para tornar o
mundo mais limpo. “Se olharmos dentro de nós, encontraremos quase tudo aquilo
que detestamos fora”, afirma o Papa.
Portanto, indica Francisco, há um modo
infalível para vencer o mal: começar a derrotá-lo dentro de nós. Os primeiros
Pais da Igreja e também muitos monges, acrescentou o o Pontífice, afirmam que o
primeiro passo no caminho da santidade é acusar a si mesmo. "Quantos de
nós, num momento do dia ou da semana são capazes de acusar a si próprios? 'Sim,
mas esta pessoa me fez isto, fez aquilo, o outro fez uma barbaridade... Mas eu
faço o mesmo. É uma sabedoria: aprender a acusar a si mesmo. Tentem fazer isto,
lhes fará bem. A mim faz bem, quando consigo."
“Que a Virgem Maria, que transformou a história através da pureza do seu coração, nos ajude a purificar o nosso, superando antes de tudo o vício de culpar os outros e de reclamar de tudo. Bianca Fraccalvieri
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