sexta-feira, 6 de agosto de 2021

19º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: 1Rs 19,4-8

Leitura do Primeiro Livro dos Reis:

Naqueles dias, Elias entrou deserto adentro e caminhou o dia todo. Sentou-se finalmente debaixo de um junípero e pediu para si a morte, dizendo: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais”.

E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: “Levanta-te e come!”

Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado debaixo da cinza e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir.

Mas o anjo do Senhor veio pela segunda vez, tocou-o e disse: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”.

Elias levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus.

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Salmo Responsorial: 33

Provai e vede quão suave é o Senhor!

Provai e vede quão suave é o Senhor!

- Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,/ seu louvor estará sempre em minha boca./ Minha alma se gloria no Senhor,/ que ouçam os humildes e se alegrem!

- Comigo engrandecei ao0 Senhor Deus,/ exaltemos todos juntos o seu nome!/ Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,/ e de todos os temores me livrou.

- Contemplai a sua face e alegrai-vos,/ e vosso rosto não se cubra de vergonha!/ Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,/ e o Senhor o libertou de toda angústia.

- O anjo do Senhor vem acampar/ ao redor dos que o temem, e os salva./ Provai e vede quão suave é o Senhor!/ Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

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2ª Leitura: Ef 4,30-5,2

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios:

Irmãos: Não contristeis o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação.

Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós, como toda espécie de maldade.

Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo.

Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama. Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor.

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Evangelho: Jo 6,41-51

Leitura do Evangelho de São João:

Naquele tempo, os judeus começaram a murmurar a respeito de Jesus, porque havia dito: “Eu sou o pão que desceu do céu”.

Eles comentavam: “Não é este Jesus o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como pode então dizer que desceu do céu?”

Jesus respondeu: “Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai, e por ele foi instruído, vem a mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna.

Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.


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Reflexão do Pe. Johan Konings:
Jesus, Pão descido do céu

Continuamos nossa meditação sobre o capítulo 6 de João, que constitui o fio das leituras dominicais por este tempo. No domingo passado, Jesus se apresentou como o pão descido do céu, com palavras que lembravam as declarações de Isaías sobre a palavra e o ensinamento de Deus. Hoje aprofundamos o sentido disso. Jesus é alimento da parte de Deus por ser a Palavra de Deus (Jo 1,1), que nos faz viver a vida que está nas mãos de Deus – a vida que chamamos de “eterna”. (Esta não é mero prolongamento indefinido de nossa vida terrestre, o que não valeria a pena, mas é “de outra categoria”: da categoria de Deus mesmo. Neste sentido, vida eterna e vida divina são sinônimos).

Jesus nos alimenta para essa vida divina por tudo aquilo que ele é e fez. Sua vida é o grande ensinamento que nos encaminha na direção do Pai. Na antiga Aliança, Moisés e seus sucessores ensinavam o povo, mas nem sempre de melhor maneira. Agora, realiza-se a Nova Aliança, em que todos se tornam discípulos de Deus (Jo 6,45; Jr 31,33; Is 54,13). Quem escuta Jesus, que é a Palavra de Deus em pessoa, não precisa mais de intermediários (Jo 1,17). Ninguém jamais viu Deus, a não ser aquele que desce de junto dele, o Filho que no-lo dá a conhecer (6,46; cf. 1,18). Jesus conhece Deus por dentro. Escutando Jesus, aprendemos a conhecer Deus, sem mais intermediários.

Escutar Jesus alimenta-nos para a vida com Deus, para sempre. Ora, João diz que quem crê já tem a vida eterna (5,24). Como é essa vida eterna, divina? Será talvez esse bem-estar incomparável que sentimos quando ficamos mortos de cansaço por nos termos dedicado aos nossos irmãos até não poder mais? Quando arriscamos nossa vida na luta pela justiça e o amor fraterno. Quando doamos o melhor de nós, material e espiritualmente. A felicidade de quem dá sua vida totalmente. Pois é isso que Jesus nos ensina da parte de Deus. E porque ele fez isso, ele é o ensinamento de Deus em pessoa.

Para Israel, o ensinamento de Deus está na Escritura e na tradição dos mestres: é a Torá, a “Instrução” (termo traduzido de modo inadequado por “Lei”). Para nós, a Torá viva é Jesus.

Sabemos que o tipo de vida que Jesus nos mostra e ensina é endossado por Deus, como ele comprovou ressuscitando seu filho dentre os mortos. É a vida que Deus quer. E o pão que alimenta essa vida é Jesus. Alimenta-a pela palavra que falou, pela vida que viveu, pela morte de que morreu: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu…. O pão que eu darei é minha carne dada para a vida do mundo”(6,51, evangelho do próximo dom.).

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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                                                       Fonte e ilustração: franciscanos.org.br       Banner: cnbb.org.br

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