PAI, A BÊNÇÃO!
A celebração do Dia do Pais lembra-nos da
condição de filhos. O mandamento bíblico ensina que os filhos “honrem os pais”.
Por isso, é uma data especial para agradecimentos, reflexões, orações,
celebrações e manifestações de gratidão aos pais. O grande dom da vida foi o
primeiro presente que recebemos e não existe forma de retribuição maior que a
gratidão.
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Dom Rodolfo |
Os pais têm consciência que a paternidade é
um dom por terem gerado uma vida. Dá-se início a grande e desafiadora missão da
ação educativa dos filhos. Seu futuro é imprevisível, mas dependerá da atenção
e do cuidado dispensados pelos pais. É dia de aplaudir os pais que harmonizam
as suas atividades profissionais com o cuidado zeloso dos filhos. Dever-se-ia
ouvir o testemunho de cada pai para ter um retrato aproximado da realidade.
Também há a realidade dos pais que não
exercem a sua paternidade. No dia 07/07/2021 o colunista David Coimbra do
jornal ZH fez uma reflexão provocativa: “A falta que faz o pai”. Reproduzo
algumas frases. “A todo instante alguém descobre o problema do Brasil. A pessoa
diz: ‘O problema do Brasil é …’ (…) Agora, sério, vou dizer qual é o
maior problema do Brasil: somos nós, homens.” Depois descreve várias situações
onde constatou a ausência da família e dos pais. Afirma que “grande parte das
famílias brasileiras pode até ter um homem, mas não tem um pai”. (…) O que
tornou raros os pais do Brasil? Tínhamos que descobrir as respostas a essas
perguntas, porque elas são centrais, elas podem apontar um caminho para o
futuro”.
A consciência dos problemas da paternidade
é o ponto de partida para encontrar respostas que apontam caminhos, não como
soluções mágicas, mas como luzes para sinalizar o caminhar. Na carta
apostólica Com Coração de Pai o Papa Francisco fala das virtudes de
São José. Diz o papa que “os santos ajudam todos os fiéis a procurar a
santidade e perfeição do próprio estado. A sua vida é uma prova concreta de que
é possível viver o Evangelho”. Brevemente recordo como o papa descreve o pai
São José, luz para os pais.
José foi pai na ternura. “A ternura é
a melhor maneira de tocar o que há de frágil em nós. Muitas vezes, o dedo
apontado e o juízo que fazemos a respeito dos outros são sinais da incapacidade
de acolher dentro de nós mesmos a nossa própria fraqueza, a nossa fragilidade”.
José foi pai na obediência. Ele
recebeu a missão de ser o pai adotivo de Jesus e realizou a missão com seus
imprevistos e dúvidas. Depois de ser pai adotivo não podia mais pensar somente
nele, mas no bem da mãe e do filho.
José foi pai no acolhimento. Acolheu
Maria mesmo não conseguindo entender bem o que estava acontecendo. Foi um
“homem respeitoso, delicado que, mesmo não dispondo de todas as informações, se
decide pela honra, dignidade e vida de Maria”.
José foi pai trabalhador. Trabalhou
para o sustento da família. “Com ele, Jesus aprendeu o valor da dignidade e a
alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho”.
José foi pai na sombra. “Não se nasce
pai, torna-se pai …E não se torna pai apenas porque colocou um filho no mundo,
mas porque cuida responsavelmente dele. (…) Um pai sente que completou a sua
ação educativa e viveu plenamente a paternidade apenas quando se tornou
“inútil”, quando vê que o filho se torna maduro e caminha sozinho pelas sendas
da vida, quando se coloca na situação de José, que sempre soube que aquele
Menino não era seu: foi simplesmente confiado aos seus cuidados”.
DEUS ABENÇOE OS PAIS!
Dom Rodolfo Luís Weber - Arcebispo de Passo
Fundo (RS)
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