quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

É Natal:

a festa do encontro e da alegria
“Eu vos anuncio uma grande alegria que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor.” (Lc 2,10-11)
Celebramos a festa mais esperada e comemorada por povos e em nações de todo o mundo. Mesmo sendo um evento de motivação cristã, o Natal fala a pessoas e comunidades de diferentes crenças e credos, pois a mensagem do nascimento de Jesus sobrepõe-se aos limites das inúmeras confissões religiosas espalhadas pelo planeta. É para todos os homens de boa vontade, para todos que aspiram à paz e à convivência fraterna.
Do presépio da Matriz de São José - Paraisópolis - MG
O que o Natal tem a nos dizer mais uma vez hoje, o que tem a nos ensinar? O Deus Criador de todos e de tudo, que é essencialmente amor, quis e quer ser e estar próximo de cada homem, cada mulher, de todos nós. Quer encontrar-se com a humanidade toda para permanecer e caminhar conosco. Para isso, na ternura e simplicidade de uma pobre gruta dos arredores de Belém, um esquecido povoado da Judeia, assume o humano por inteiro, torna-se um de nós. Despoja-se da grandeza do “Único que é” e se faz uma frágil criança, um menino, que abraça a humanidade toda.
Em um mundo de desencontros, conflitos e guerras, o Natal é a festa da reconciliação, do encontro, da paz. Em uma sociedade, que, acima de tudo, valoriza o ter, o poder e apenas o que é prazeroso, o Natal se contrapõe com a valorização das dimensões do servir, do partilhar e do fazer o outro feliz, especialmente o pobre, o esquecido, o excluído da mesa da dignidade e da vida.
Jesus nasce para, em meio às alegrias e tristezas, conquistas e fracassos, luzes e sombras, caminhar conosco. Quer que sua proposta de “vida e vida em plenitude” (Cf. Jo 10,10) seja assumida por todos. Deseja que deixemos nosso comodismo para sair não apenas para as periferias geográficas, mas também, nas palavras do Papa Francisco, para as “periferias existenciais”, onde esperam nossa proximidade, afeto e solidariedade os sofridos no corpo, na alma e nos corações, os solitários, sem carinho, esperanças e perspectivas.
O Natal convida-nos a resgatar a beleza e a profundidade do nascimento do Filho de Deus. Festejar o Natal em sua essência é valorizar a vida no despojamento do que é acessório, na partilha do que somos e temos, na incessante busca do encontro com o outro, da redescoberta da dignidade e de valores esquecidos e da felicidade para todos.
E, providencialmente, as festividades natalinas veem nascer sete dias após, o Novo Ano, com expectativas e esperanças de renovação. O genuíno ensinamento do encontro de Deus com seus filhos e filhas transborda-se na geração do novo no tempo, para mais uma etapa de vida da humanidade, nas 365 páginas que somos chamados a escrever em 2015.
Que o Natal e o Ano Novo tenham o brilho da simplicidade e da ternura daquela distante e nostálgica noite na pequenina Belém! Que, nas famílias, corações e almas se encontrem e se abracem na generosidade da vida! Que famílias encontrem famílias e fortaleçam laços de amizade e carinho! Que povos e nações construam pontes de entendimento, concórdia e paz! Que a humanidade permanentemente se renove com a seiva do amor de Deus, que quer renascer no coração e na vida dos homens e das mulheres de nosso tempo! Que hoje e sempre se cante a “Glória de Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados” (Lc 2,14).
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Luiz Gonzaga da Rosa
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