sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Leituras da

Festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José
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1ª Leitura: Eclo 3,3-7.14-17a
Leitura do Livro do Eclesiástico:
Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe.
Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana.
Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros.
Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido.
Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe.
Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita a teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados e, na justiça, será para tua edificação.
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Salmo: 127
Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
- Feliz és tu, se temes o Senhor/ e trilhas seus caminhos!/ Do trabalho de tuas mãos hás de viver,/ serás feliz, tudo irá bem!
- A tua esposa é uma videira bem fecunda/ no coração da tua casa;/ os teus filhos são rebentos de oliveira/ ao redor de tua mesa.
- Será assim abençoado todo homem/ que teme o Senhor./ O Senhor te abençoe de Sião,/ cada dia de tua vida.
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2ª Leitura: Cl 13,12-21
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses:
Irmãos: Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também.
Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição.
Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos.
Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças.
Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai.
Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor.
Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas.
Filhos, obedecei em tudo aos ossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem.
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Evangelho: Mt 2,13-15.19-23
Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.
José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu Filho”.
Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel; pois aqueles que procuravam matar o menino já estão mortos”.
José levantou-se, pegou o menino e sua mãe, e entrou na terra de Israel. Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judeia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Por isso, depois de receber um aviso em sonho, José retirou-se para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: “Ele será chamado Nazareno”.
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Reflexão:
Famílias abertas para fazer a vontade de Deus

Na noite de Natal havia pedido que todos nós adoremos ao Deus Menino que nos foi dado 
O Papa Bento XV, em 1921, instituiu a Festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José. Há duas razões para a importância desta celebração: uma teológica e a outra sociológica. Teologicamente, percebe-se com maior clareza a identidade da família como “célula” primordial da Igreja. Cada família cristã é uma “Igreja doméstica”. Dentro do seu seio, a fé, a oração e as virtudes são inculcadas e cultivadas. Sociologicamente, torna-se cada vez mais aparente que a família é alvo de hostilidade da parte de muitos setores da cultura atual. Existem tentativas de pôr fim à realidade da família e de reestruturar a sociedade por completo numa base que não seja bíblica nem cristã. Assim, ao celebrar esta fé, nós, católicos, proclamamos a nossa fé na centralidade da família no projeto de Deus para a humanidade, e imploramos a poderosa intercessão de Jesus, Maria e José para proteger e fortalecer as nossas próprias famílias e ajudar a todos a valorizar a imensa bênção que é a família.
Dom Eurico dos Santos Veloso
A liturgia deste domingo propõe-nos a família de Jesus, como exemplo e modelo das nossas comunidades familiares. As leituras fornecem indicações práticas para nos ajudar a construir famílias felizes, que sejam espaços de encontro, de partilha, de fraternidade, de amor verdadeiro.
O Evangelho(cf. Mt 2,13-15.19-23) apresenta uma catequese sobre Jesus e a missão que o Pai lhe confiou; mas, sobretudo, propõe-nos o quadro de uma família exemplar – a família de Nazaré. Nesse quadro há duas coordenadas que são postas em relevo: trata-se de uma família onde existe verdadeiro amor e verdadeira solidariedade entre os seus membros; e trata-se de uma família que escuta Deus e que segue, com absoluta confiança, os caminhos por Ele propostos.
Como o patriarca José no Antigo Testamento, José de Nazaré é um homem de sonhos, Na Bíblia, os sonhos são uma forma de divina revelação, seja uma manifestação do significado de um mistério de Deus, seja um anúncio do futuro, seja uma ordem do Senhor a ser cumprida. Os sonhos de José no texto do Evangelho para a festa de hoje comunicam a ele a maneira de cumprir a divina vontade. E a vontade do divino Pai é a preservação da vida do seu Filho Jesus, o qual ele tinha confiado aos cuidados de José. O divino Pai e o humano pai adotivo trabalham juntos para salvaguardar a vida do Filho amado de ambos. O Pai eterno percebe os perigos que ameaçam o futuro de Jesus, mas ao invés de salvá-lo milagrosamente, ele pede a colaboração do seu servo fiel, José. Ele usa as virtudes e a maturidade de um humilde ser humano para proteger a vida daquele que lhe é mais precioso. São José é o modelo certo para todo pai cristão. Todo pai cristão é encarregado do cuidado de uma esposa e de seus filhos. Sua esposa – cada mulher – é, de maneira real, uma filha do Altíssimo, e, pelo Batismo, os seus filhos são filhos e filhas adotivos do próprio Deus. O pai cristão precisa ser atento(para receber a mensagem dos sonhos), esforçado(para cumprir a divina ordem), prudente(para tomar as melhores decisões na proteção de sua esposa e de seus filhos) e amoroso(porque o amor dos pais é a casa mais segura que um casal pode oferecer à sua prole).
A segunda leitura(cf. Cl 3,12-21) sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma muito especial, todos os que conosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
A primeira leitura(cf. Eclo 3,3-7.14-17a) apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.
Na noite de Natal havia pedido que todos nós adoremos ao Deus Menino que nos foi dado. Miremos nosso olhar para a Sagrada Família: Jesus, Maria e José, e vemos a face do Mistério do Encarnado que nasce no seio de uma família simples, acolhedora e aberta à vontade de Deus. Renovemos o nosso vivo desejo de viver a união familiar à exemplo da Sagrada Família de Nazaré. Que a Divina Família abençoe todas as nossas famílias.
                                    Dom Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora
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