quinta-feira, 5 de setembro de 2019

31ª Viagem Apostólica do Papa:

Às autoridades moçambicanas,
Francisco pede a "coragem da paz"
O primeiro compromisso oficial foi a visita de cortesia ao Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, no Palácio presidencial “Ponta Vermelha”.
Maputo - A quinta-feira do Papa Francisco em Maputo começou celebrando a missa em privado na nunciatura apostólica.
Durante a celebração, de acordo com o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, o Pontífice recordou o cardeal Roger Etchegaray, “homem de diálogo e de paz”, e o cardeal José de Jesús Pimiento Rodríguez, que faleceu em 3 de setembro.
Scholas Occurrentes
Depois da missa, o Papa reuniu-se com alguns responsáveis e um grupo de participantes dos programas criados pela Fundação Scholas Occurrentes em várias cidades do país, acompanhados do diretor Enrique Adolfo Palmeyro. Durante o encontro, foram ilustradas ao Santo Padre as atividades desenvolvidas pela Fundação, particularmente no campo do esporte e da formação humana.
Numa breve saudação, Francisco contou alguns episódios da sua infância em Buenos Aires, quando jogava futebol com bolas feitas de pano num pátio perto de sua casa, e destacou que jogo e trabalho devem sempre caminhar juntos. 
Solidariedade às vítimas do ciclone
Ao deixar a nunciatura, o primeiro compromisso oficial foi a visita de cortesia ao Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, no Palácio presidencial “Ponta Vermelha”.
Houve um encontro a portas fechadas, a apresentação da família do presidente e a troca de dons. Ali mesmo no Palácio presidencial o Pontífice dirigiu suas primeiras palavras às autoridades, aos representantes da sociedade civil e ao corpo diplomático.
Em seu discurso, o primeiro pensamento do Papa foi às vítimas dos recentes ciclones Idai e Kenneth.
“Infelizmente, não poderei ir pessoalmente até junto de vós, mas quero que saibais que partilho a vossa angústia, sofrimento e também o compromisso da comunidade católica para fazer frente a tão dura situação.”
A coragem da paz
Mas foi à paz que o Pontífice dedicou grande parte do seu pronunciamento. O Papa mencionou o recente acordo assinado na Serra da Gorongosa para a cessação definitiva das hostilidades militares e o Acordo Geral de 1992 em Roma. 
A história não deve ser escrita pela luta fratricida, disse o Papa, mas pela capacidade de se reconhecer como irmãos. É preciso ter “a coragem da paz! Uma coragem de alta qualidade: não a da força bruta e da violência, mas aquela que se concretiza na busca incansável do bem comum”.
Francisco prosseguiu afirmando que a busca pela paz é um trabalho árduo, requer determinação mas sem fanatismo, coragem mas sem exaltação, tenacidade mas de maneira inteligente: “não à violência que destrói, sim à paz e à reconciliação”.
O Pontífice encorajou as autoridades a prosseguirem no caminho do desenvolvimento, avançando nas áreas da educação e da saúde, “para que ninguém se sinta abandonado”, especialmente os jovens.
“Não cesseis os esforços enquanto houver crianças e adolescentes sem educação, famílias sem teto, trabalhadores sem trabalho, camponeses sem terra... Tais são as bases dum futuro de esperança, porque futuro de dignidade! Tais são as armas da paz.”
Tendência à espoliação
Por fim, o Papa recordou que a paz convida a olhar também para a Casa Comum. Moçambique foi “abençoada por sua beleza natural”, mas constata a tendência à espoliação, “guiada por uma ânsia de acumular que, em geral, não é cultivada sequer por pessoas que habitam estas terras, nem é motivada pelo bem comum do povo”.
Uma cultura de paz, concluiu Francisco, implica um desenvolvimento produtivo, sustentável e inclusivo, “onde cada moçambicano possa sentir que este país é seu”.
“Senhor Presidente, distintas Autoridades! Todos vós sois os construtores da obra mais bela a ser realizada: um futuro de paz e reconciliação. (…) Peço a Deus que possa – eu também – contribuir para que a paz, a reconciliação e a esperança reinem definitivamente entre vós. ”
.............................................................................................................................................................
Assista:
..............................................................................................................................................................
Papa aos jovens de Moçambique:
Continuem sendo testemunho de paz e reconciliação ao país
Numa festa inter-religiosa e culturalmente rica da juventude, o Papa Francisco pronunciou o segundo discurso do dia em Maputo, em Moçambique, nesta quinta-feira (5). Os jovens foram a expressão da paz e da reconciliação do país, através de cantos, apresentações artísticas e tradições religiosas, sempre encorajados pelo Pontífice que incentivou a não se resignar diante das provações e ter cautela com a ansiedade que pode criar barreiras para realizar os sonhos.
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco, no seu segundo discurso oficial em Maputo nesta quinta-feira (5), encontrou os jovens no Pavilhão do Clube de Desportos do Maxaquene, conhecido como Maxaca - uma sociedade com tradição no futebol, tanto que já ganhou cinco títulos nacionais. Do esporte, porém, hoje o espaço acolheu mais de 4 mil jovens cristãos, muçulmanos e hinduístas para um grande encontro inter-religioso com o Pontífice.
Durante cerca de uma hora intensa com a juventude de Moçambique, o Papa conseguiu conhecer um pouco da realidade local das diferentes confissões religiosas que se apresentaram, através da arte do canto e de coreografias especiais, demonstrando diferentes temas e motivos de preocupação dos jovens do país. Um hino comum às denominações religiosas também foi interpretado na ocasião que precedeu o discurso do Pontífice.
Jovens: vocês são importantes e precisam saber disso!
“O que há de mais importante para um pastor do que encontrar-se com os seus jovens? Vocês são importantes! Precisam saber disso, precisam acreditar nisso: vocês são importantes! Mas com humildade porque não são apenas o futuro de Moçambique ou da Igreja e da humanidade; vocês são o presente de Moçambique! Com tudo o que são e fazem, já estão contribuindo para ele com o melhor que hoje podem dar.”
O Papa iniciou o discurso enaltecendo a expressão tão autêntica da alegria que caracteriza o povo de Moçambique. É uma “alegria que reconcilia e se torna o melhor antídoto capaz de desmentir todos aqueles que querem dividir, fragmentar ou contrapor. Como faz falta, em algumas regiões do mundo, a alegria de viver de vocês!”, sublinhou Francisco.
A presença das diferentes confissões religiosas no local também foi elogiada pelo Pontífice, demonstrando a união familiar através do “desafio da paz”, da esperança e da reconciliação. Com essa experiência, disse ele, é possível perceber que “todos somos necessários: com as nossas diferenças, mas necessários”.
“Vocês, jovens, caminham com dois pés como os adultos, mas, ao contrário dos adultos que os mantêm paralelos, vocês colocam um atrás do outro, pronto a arrancar, a partir. Vocês têm tanta força, são capazes de olhar com tanta esperança! São uma promessa de vida, que traz em si um certo grau de tenacidade (cf. Francisco, Exort. ap. pós-sinodal Christus vivit, 139), que não devem perder nem deixar que lhe roubem.”
As inimigas da esperança: resignação e ansiedade
O Papa, então, procurou responder a duas perguntas feitas pelos jovens, em questões interligadas, sobre como realizar os sonhos da juventude e como contribuir para solucionar os problemas que afligem o país. A indicação do Pontífice veio do próprio caminho de riqueza cultural apresentado pelos jovens, através da arte, uma expressão “de parte dos sonhos e realidades”, sempre regada de esperança, mas também de ilusões. Além disso, o Papa voltou a insistir com os jovens para não deixar que “roubem a sua alegria”, para não deixar de cantar e se expressar conforme as tradições de casa.
Francisco também alertou para ter cautela com “duas atitudes que matam os sonhos e a esperança: a resignação e a ansiedade”.
“São grandes inimigas da vida, porque normalmente nos impelem por um caminho fácil, mas de derrota; e a porta que pedem para passar é muito cara… O pedágio que pedem para passar é muito caro! É muito caro. Paga-se com a própria felicidade e até com a própria vida. Resignação e ansiedade: duas atitudes que roubam a esperança. Quantas promessas de felicidade vazias que acabam por mutilar vidas! Certamente conhecem amigos, conhecidos – ou pode mesmo ter acontecido com vocês – que, em momentos difíceis, dolorosos, quando parece que tudo cai em cima de vocês, ficam prostrados na resignação. É preciso estar muito atento, porque essa atitude «faz com que encaminhe pela estrada errada. Quando tudo parece estar parado e estagnante, quando os problemas pessoais nos preocupam, as dificuldades sociais não encontram as devidas respostas, não é bom dar-se por vencido» (Ibid., 141).”
A inspiração do esporte: Eusébio da Silva e Maria Mutola
E para dar um exemplo de inspiração em pleno tempo do futebol, o Papa recordou o jogador Eusébio da Silva, o “pantera negra”, que começou a carreira no clube de Maputo. O atleta não se resignou diante de graves dificuldades econômicas da família e da morte prematura do pai. O futebol o ajudou a perseverar, disse Francisco, “chegando a marcar 77 gols para o Maxaquene!”
O Pontífice então fez a analogia do jogo em equipe para falar da importância de se empenhar pelo país com a tática da união e independentemente daquilo que diferencia as pessoas.
“Como é importante não esquecer que «a inimizade social destrói. E uma família se destrói pela inimizade. Um país se destrói pela inimizade. O mundo se destrói pela inimizade. E a inimizade maior é a guerra porque são incapazes de sentar e falar, de sentar e falar. Sejam capazes de criar a amizade social!"
O Papa lembrou, então, o provérbio africano conhecido e citado mundialmente para “sonhar junto”, que diz: «Se quiser chegar depressa, caminha sozinho; se quiser chegar longe, vai acompanhado». Mas sem que a ansiedade seja inimiga dos sonhos da juventude por um país melhor, alertou o Papa, porque eles são conquistados com “esperança, paciência e determinação, renunciando às pressas”.
O outro exemplo do esporte citado pelo Papa veio do testemunho de Maria Mutola, que aprendeu a perseverar, apesar de perder a medalha de ouro nos três primeiros Jogos Olímpicos que disputou. O tão sonhado título dourado veio na quarta tentativa, quando a atleta dos 800 metros alcançou venceu nas Olimpíadas de Sidney. “A ansiedade não a deixou absorta em si mesma”, ao conseguir nove títulos mundiais”, comentou Francisco.
A importância dos idosos e da Casa Comum
O Papa ainda aconselhou a não esquecer do apoio dos idosos, que podem ajudar a realizar sonhos sem que “o primeiro vento da dificuldade” venha a impedir. Escutar as pessoas mais experientes, valorizando as tradições e fazendo a própria síntese, como aconteceu com a música, o ritmo tradicional de Moçambique: da marrabenta nasceu o pandza, com toque moderno.
O comprometimento com o cuidado da Casa Comum também foi lembrado pelo Papa, num país que tamanha beleza natural, mas que também já sofreu com o embate de dois ciclones. O desafio de proteger o meio ambiente é um forma de permanecer unidos para ser “artesãos da mudança tão necessária”.
O poder da mão estendida e da amizade ao país
Dessa forma explicativa, Francisco procurou encorajar os jovens a encontrar novos caminhos de paz, liberdade, entusiasmo e criatividade, e “com o gosto da solidariedade”, para responder às provações e problemas vividos no país. “Grande é o poder da mão estendida e da amizade”, acrescentou o Papa, para que “a solidariedade cresça entre vocês e se torne na melhor arma para transformar a história. A solidariedade é a melhor arma para transformar a história”. E Francisco finalizou o discurso lembrando os jovens que não esqueçam o quanto Jesus os ama:
“[É o amor do Senhor que se entende mais de levantamentos que de quedas, mais de reconciliação que de proibições, mais de dar nova oportunidade que de condenar, mais de futuro que de passado» (Ibid., 116). Eu sei que vocês acreditam nesse amor que torna possível a reconciliação.] ”
.............................................................................................................................................................
Assista:
.............................................................................................................................................................
Francisco indica
como exemplo aos jovens dois atletas moçambicanos
Falando em Maputo durante o encontro inter-religioso com jovens moçambicanos, Francisco indicou como exemplo de coragem e de esperança dois famosos atletas moçambicanos: Eusébio da Silva e Maria Mutola.
Cidade do Vaticano - Durante o encontro inter-religioso com os jovens moçambicanos, Francisco deu dois exemplos de coragem e esperança, o famoso jogador de futebol Eusébio da Silva e a campeã olímpica de atletismo Maria Mutola os quais, apesar das dificuldades da vida, nunca deixaram de acreditar nos sonhos. “Não tenham medo de errar! … mas não caiam no erro de parar”, disse Francisco ao seu jovem e alegre público.
O jogador Eusébio da Silva Ferreira
Eusébio teve uma brilhante carreira no Benfica de Lisboa, onde permaneceu por 15 temporadas, de 1960 a 1975. Conhecido como “Pantera Negra” é conhecido como uma dos dez melhores jogadores do século XX. Nascido em Maputo de uma família pobre, Eusébio nunca renunciou ao seu sonho de ser jogador. Em Portugal, Eusébio é uma lenda e mora no coração dos portugueses e moçambicanos pela sua simplicidade, fair play e espírito de equipe. Eusébio faleceu em 5 de janeiro de 2014 aos 71 anos.
A atleta Maria de Lurdes Mutola
É a primeira atleta moçambicana a conquistar uma medalha olímpica, uma medalha de ouro pela qual lutou anos e anos e que coroou seus esforços depois de três derrotas nos Jogos precedentes. Na sua carreira Maria venceu 20 medalhas de ouro, das quais 3 nos Campeonatos Mundial de Atletismo. Depois de 20 anos como atleta, Maria criou uma fundação em Moçambique, para ajudar os pobres.
A “Fudanção Lurdes Mutola” tem como missão o desenvolvimento profissional, social, intelectual e físico dos jovens, dando bases para seu futuro. Mas não é tudo. A Fundação sustenta inúmeras iniciativas sociais, entre as quais a favor das pessoas com deficiências, doentes, ou vítimas das 500.000 minas antipessoais espalhadas pelo território moçambicano durante a luta pela independência e a guerra civil.
...............................................................................................................................................................
Assista:
............................................................................................................................................................
Papa a consagrados:
Encontrar na doação a fonte da nossa identidade
“O sacerdote é o mais pobre dos homens, se Jesus não o enriquece com a sua pobreza; é o servo mais inútil, se Jesus não o trata como amigo; é o mais louco dos homens, se Jesus não o instrui pacientemente como fez com Pedro; o mais indefeso dos cristãos, se o Bom Pastor não o fortifica no meio do rebanho. Não há ninguém menor que um sacerdote deixado meramente às suas forças”: disse o Papa no encontro em Maputo com bispos, sacerdotes, religiosos, seminaristas.
Cidade do Vaticano - Reavivemos nosso chamado vocacional, e que o nosso sim comprometido proclame as grandezas do Senhor e alegre o espírito do nosso povo em Deus nosso Salvador. E encha de esperança, paz e reconciliação o vosso país, nosso querido Moçambique. Foi o que disse o Papa Francisco no aguardado encontro com os bispos, sacerdotes, religiosos, consagrados, seminaristas, catequistas e animadores pastorais, na tarde desta quinta-feira (05/09) na Catedral da Imaculada Conceição, em Maputo, capital do país do sudeste da África, primeira etapa desta sua 31ª Viagem Apostólica Internacional.
Testemunhos: desafios, sofrimentos e esperança viva
O discurso do Santo Padre foi precedido, além da saudação de boas-vindas ao ilustre visitante feito pelo presidente da Comissão para o Clero e a Vida Consagrada, Dom Hilário da Cruz Massinga, do testemunho de um sacerdote, de uma religiosa e de um catequista, testemunhos marcados pelos sérios desafios, sofrimentos, mas também pela viva esperança.
Na reflexão do Pontífice, um convite a renovar a resposta ao chamado vocacional, a renovar a fé e a esperança:
“Encontramo-nos nesta catedral, dedicada à Imaculada Conceição da Virgem Maria, para compartilhar como família aquilo que nos acontece; como família, que nasceu naquele sim que Maria deu ao anjo. Ela, nem por um momento olhou para trás. Quem narra estes acontecimentos do início do mistério da Encarnação é o evangelista Lucas. No seu modo de o fazer, talvez possamos descobrir resposta para as perguntas que fizestes hoje, e encontrar também o estímulo necessário para responder com a mesma generosidade e solicitude de Maria.”
Contrastar a crise de indentidade sacerdotal
Perguntáveis que fazer com a crise de identidade sacerdotal, como lutar contra ela? A propósito, o que vou dizer relativamente aos sacerdotes é algo que todos (bispos, catequistas, consagrados, seminaristas) somos chamados a cultivar e fomentar, ressaltou Francisco.
“Perante a crise de identidade sacerdotal – disse o Papa –, talvez tenhamos que sair dos lugares importantes e solenes; temos de voltar aos lugares onde fomos chamados, onde era evidente que a iniciativa e o poder eram de Deus. Às vezes sem querer, sem culpa moral, habituamo-nos a identificar a nossa atividade quotidiana de sacerdotes com certos ritos, com reuniões e colóquios, onde o lugar que ocupamos na reunião, na mesa ou na sala é de hierarquia.”
Se Jesus não o enriquece, sacerdote é o mais pobre de todos
“Creio não exagerar se dissermos que o sacerdote é uma pessoa muito pequena: a grandeza incomensurável do dom que nos é dado para o ministério relega-nos entre os menores dos homens”, ressaltou o Pontífice, acrescentando:
“O sacerdote é o mais pobre dos homens, se Jesus não o enriquece com a sua pobreza; é o servo mais inútil, se Jesus não o trata como amigo; é o mais louco dos homens, se Jesus não o instrui pacientemente como fez com Pedro; o mais indefeso dos cristãos, se o Bom Pastor não o fortifica no meio do rebanho. Não há ninguém menor que um sacerdote deixado meramente às suas forças.”
Voltar a Nazaré para nos renovarmos como pastores
Tendo precedentemente aludido ao Anúncio do Anjo feito a Zacarias em Jerusalém e a Maria em Nazaré, apresentado pelo evangelista São Lucas, Francisco enfatizou que voltar a Nazaré pode ser o caminho para enfrentar a crise de identidade, para nos renovarmos como pastores-discípulos-missionários.
“Vós próprios faláveis de certo exagero na preocupação de gerar recursos para o bem-estar pessoal, por ‘caminhos tortuosos’ que muitas vezes acabam por privilegiar atividades com uma retribuição garantida e criam resistências a dedicar a vida ao pastoreio diário”, ressaltou.
Doação na proximidade ao povo fiel de Deus
“Não podemos correr atrás daquilo que redunda em benefícios pessoais; os nossos cansaços devem estar mais relacionados com ‘a nossa capacidade de compaixão: são compromissos nos quais o nosso coração estremece e se comove’.”
“Para nós, sacerdotes – acrescentou o Santo Padre–, as histórias do nosso povo não são um noticiário: conhecemos a nossa gente, podemos adivinhar o que se passa no seu coração.” “E, assim, a nossa vida sacerdotal se vai doando no serviço, na proximidade ao povo fiel de Deus…, etc., o que sempre, sempre cansa.”
Fugir do "mundanismo espiritual" ditado pelo consumismo
Francisco observou que renovar o chamado “passa, muitas vezes, por verificar se os nossos cansaços e preocupações têm a ver com um certo ‘mundanismo espiritual’ ditado ‘pelo fascínio de mil e uma propostas de consumo a que não conseguimos renunciar para caminhar, livres, pelas sendas que nos conduzem ao amor dos nossos irmãos, ao rebanho do Senhor, às ovelhas que aguardam pela voz dos seus pastores’”.
 “Renovar o chamado passa por optar, dizer sim e cansar-nos com aquilo que é fecundo aos olhos de Deus, que torna presente, encarna o seu Filho Jesus. Oxalá encontremos, neste saudável cansaço, a fonte da nossa identidade e felicidade!”
Um olhar aos jovens: reconhecer a própria vocação
Por fim, o Pontífice dirigiu-se também ao jovens que se interrogam ou que já se sentem chamados para a vida consagrada:
“Tu que ainda te interrogas ou tu que já estás a caminho duma consagração definitiva dar-te-ás conta de que ‘a ansiedade e a velocidade de tantos estímulos que nos bombardeiam fazem com que não haja lugar para aquele silêncio interior onde se percebe o olhar de Jesus e se ouve seu chamado’”.
“Procura, antes, aqueles espaços de calma e silêncio que te permitam refletir, rezar, ver melhor o mundo ao teu redor e então sim, juntamente com Jesus, poderás reconhecer qual é a tua vocação nesta terra.”
Francisco concluiu destacando que a Igreja em Moçambique é convidada a ser a Igreja da Visitação: “não pode ser parte do problema das competências, menosprezos e divisões de uns contra os outros, mas porta de solução, espaço onde sejam possíveis o respeito, o intercâmbio e o diálogo”.
.............................................................................................................................................................
Assista:
................................................................................................................................................
                                                                                                               Fonte: vaticannews.va

Nenhum comentário:

Postar um comentário