domingo, 28 de janeiro de 2018

Papa Francisco neste domingo:

Maria é a arca segura no meio do dilúvio
                                 "A Mãe não é um dom opcional, é o testamento de Cristo", disse o Santo Padre na homilia.
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco presidiu a celebração eucarística, na manhã neste domingo (28/01), na Basílica Papal de Santa Maria Maior, Festa da Trasladação do ícone Salus Populi Romani, que retrata Maria tendo nos braços o Menino Jesus abençoando.
“Estamos aqui, como povo de Deus a caminho, para uma pausa no templo da Mãe. A presença da Mãe faz deste templo uma casa familiar para nós, filhos."
“Associando-nos a gerações e gerações de romanos, reconhecemos nesta casa materna a nossa casa, a casa onde encontrar repouso, consolação, proteção e refúgio.”
“O povo cristão compreendeu, desde o início, que, nas dificuldades e provações, é preciso recorrer à Mãe, como indica a mais antiga antífona mariana: À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita”, disse o Pontífice em sua homilia.
"Recorremos, procuramos refúgio. Os nossos pais na fé nos ensinaram que, nos momentos turbulentos, é preciso acolhermo-nos sob o manto da Santa Mãe de Deus.
Outrora os perseguidos e os necessitados procuravam refúgio junto das mulheres nobres da alta sociedade: quando o seu manto, que era considerado inviolável, se estendia em sinal de acolhimento, a proteção era concedida”, frisou o Papa.
“O mesmo, fazemos nós em relação a Nossa Senhora, a mulher mais sublime do gênero humano. O seu manto está sempre aberto para nos acolher e recolher-nos.”
"Bem o recorda o Oriente cristão, onde muitos celebram a Proteção da Mãe de Deus, que, num lindo ícone, é representada com o seu manto abrigando os filhos e cobrindo o mundo inteiro.
Os próprios monges antigos recomendavam que, nas provações, nos refugiássemos sob o manto da Santa Mãe de Deus: invocá-La – «Santa Mãe de Deus» – já era garantia de proteção e ajuda.”
Segundo Francisco, “esta sabedoria, que vem de longe, nos ajuda: a Mãe guarda a fé, protege as relações, salva nas intempéries e preserva do mal. Onde Nossa Senhora é de casa, o diabo não entra; onde está a Mãe, a perturbação não prevalece, o medo não vence.
Quem de nós não precisa disto? Quem de nós não se sente às vezes perturbado ou inquieto? Quantas vezes o coração é um mar em tempestade, onde as ondas dos problemas se amontoam e os ventos das preocupações não cessam de soprar!
“Maria é a arca segura no meio do dilúvio.”
"Não serão as ideias ou a tecnologia a dar-nos conforto e esperança, mas o rosto da Mãe, as suas mãos que acariciam a vida, o seu manto que nos abriga. Aprendamos a encontrar refúgio, indo todos os dias junto da Mãe”.
"Não desprezeis as súplicas. Quando nós A imploramos, Maria intercede por nós. Há um lindo título em grego – Grigorusa – que significa «Aquela que intercede prontamente»; que não demora, como ouvimos no Evangelho, onde imediatamente leva a Jesus a necessidade concreta daquelas pessoas: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3).
Assim faz, sempre que A invocamos: quando nos falta a esperança, quando escasseia a alegria, quando se esgotam as forças, quando se obscurece a estrela da vida, a Mãe intervém.
“Está atenta ao cansaço, sensível às turbulências, próxima do coração.”
E nunca, nunca despreza as nossas orações; não deixa perder-se uma sequer. É Mãe, nunca Se envergonha de nós; antes, só espera poder ajudar os seus filhos.”
“Um episódio pode nos ajudar a compreender isto. Junto duma cama de hospital, uma mãe velava pelo seu filho, sofrendo em consequência dum acidente. Aquela mãe estava sempre ali, dia e noite. Uma vez lamentou-se com o sacerdote, dizendo: «Mas a nós, mães, o Senhor não permitiu uma coisa!» «O quê?»: perguntou o padre. «Carregar a dor dos filhos»: replicou a mulher.
Eis o coração de mãe: não se envergonha das feridas, das fraquezas dos filhos, mas quer tomá-las sobre si mesma. E a Mãe de Deus e nossa sabe tomar sobre Si, consolar e curar.”
"Livrai-nos de todos os perigos. O Papa disse ainda que “o próprio Senhor sabe que precisamos de refúgio e proteção em meio a tantos perigos. Por isso, no momento mais alto, na cruz, disse ao discípulo amado, a cada discípulo: «Eis a tua Mãe!»
“A Mãe não é um dom opcional, é o testamento de Cristo.”
E precisamos d’Ela como precisa de repouso um viajante, de ser levado nos braços como um bebê. É um grande perigo para a fé viver sem Mãe, sem proteção, deixando-nos arrastar pela vida como as folhas pelo vento.
O Senhor sabe isso, e recomenda-nos acolher a Mãe. Não é um galanteio espiritual, é uma exigência de vida. Amá-La, não é poesia; é saber viver. Porque, sem Mãe, não podemos ser filhos. E, antes de tudo, nós somos filhos, filhos amados, que têm Deus por Pai e Nossa Senhora por Mãe.”
Francisco recordou que “o Concílio Vaticano II ensina que Maria é «sinal de esperança segura e de consolação para o povo de Deus ainda peregrinante».
É sinal: é o sinal que Deus posicionou para nós. Se não o seguirmos, extraviamo-nos. Com efeito, há uma sinalização da vida espiritual, que deve ser observada. A nós, «que, entre perigos e angústias, caminhamos ainda na terra», tal sinalização indica-nos a Mãe, que já chegou à meta.
Quem melhor do que Ela nos pode acompanhar no caminho? Por que esperamos? Como o discípulo que, ao pé da cruz, acolheu consigo a Mãe «como sua», também nós convidamos Maria, desta casa materna, para a nossa casa.”
“Não se pode ficar indiferente, nem separado da Mãe, caso contrário perdemos a nossa identidade de filhos e de povo, e vivemos um cristianismo feito de ideias e programas, sem consagração, sem ternura, nem coração.”
"Mas, sem coração, não há amor; e a fé corre o risco de se tornar uma linda fábula doutros tempos. Ao contrário, a Mãe guarda e prepara os filhos. Ama-os e protege-os, para que amem e protejam o mundo. Façamos da Mãe o hóspede do nosso dia-a-dia, a presença constante em nossa casa, o nosso refúgio seguro. Consagremos-Lhe cada dia. Invoquemo-La em cada turbulência. E não nos esqueçamos de voltar junto d’Ela para Lhe agradecer”, concluiu o Papa.
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Papa Francisco no Angelus:
Violência desumana contra o povo afegão
Francisco lembrou que neste domingo, celebra-se o Dia Mundial do Hanseniano.
Cidade do Vaticano - Após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco fez um forte apelo pela paz no Afeganistão.
“Ontem, chegou do Afeganistão a notícia dolorosa sobre a terrível tragédia terrorista perpetrada, em Cabul, com mais de cem mortos e vários feridos.
Poucos dias atrás, outro atentado grave, sempre em Cabul, semeou terror e morte num grande hotel. Até quando o povo afegão deverá suportar esta violência desumana?"
“Rezemos em silêncio por todas as vítimas e por todas as famílias, e rezemos por todos aqueles que, no país, continuam trabalhando para construir a paz.”
Francisco lembrou que neste domingo, celebra-se o Dia Mundial do Hanseniano.
“Esta doença, infelizmente, afeta sobretudo ainda as pessoas desfavorecidas e pobres. A estes irmãos e irmãs asseguro a minha proximidade e solidariedade. Rezemos também pelas pessoas que cuidam deles e trabalham por sua reinserção na sociedade.”
O Papa saudou as famílias, as paróquias, as associações e todos aqueles que vieram da Itália e várias partes do mundo, como os estudantes de Badajoz, na Espanha, os fiéis de Liubliana, na Eslovênia, para o Angelus dominical.
Francisco saudou com afeto os jovens da Ação Católica da Diocese de Roma, presentes na Praça São Pedro. “Espero que além do barulho vocês saibam fazer também coisas boas”, disse o Papa aos jovens.
“Queridos jovens, também este ano, acompanhados pelo arcebispo vigário, por seus pais, educadores e sacerdotes assistentes, vocês vieram numerosos no final da ‘Caravana da Paz’."
“Agradeço a todos pela iniciativa. Não se cansem de ser instrumentos de paz e alegria entre os seus coetâneos!”
A seguir, dois adolescentes da Ação Católica de Roma, que estavam com o Papa na janela da residência pontifícia, leram uma mensagem de paz para o Santo Padre.
O Pontífice convidou os dois adolescentes a saudarem sem medo os fiéis na Praça São Pedro.
“E agora junto com as nossas orações pela paz, cada um de nós em seu coração reze pela paz”, disse o Papa.
Da janela da residência pontifícia foram soltados alguns balões e na Praça São Pedro também.
“Junto a essas orações sobem também ao céu os balões. Vocês viram os balões?
“Quando nós rezamos mal, quando levamos uma vida que não é a vida que Jesus quer, as nossas orações não chegam e deve vir uma ajuda para fazê-las ir para o alto.”
Quando vocês sentirem que as suas orações não sobem, procurem a ajuda de alguém”, disse Francisco que desejou a todos um bom domingo e pediu aos fiéis para não se esquecerem de rezar por ele.
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