domingo, 22 de novembro de 2015

Duas reflexões para seu domingo

Rei Universal

Na liturgia católica, Jesus Cristo recebe o título de “Rei Eterno e Universal”, cuja festa acontece no final do Ano Litúrgico, normalmente, no mês de novembro. É um reinado que se manifesta no amor de Deus para com todas as pessoas que O acolhem. O máximo desse amor acontece no sacrifício da cruz, na doação total pela salvação da humanidade, revelação de sua transcendência.
Jesus Cristo, Rei do amor e da paz
Além de Rei Eterno, Jesus recebe também o título de “filho de homem”, para dizer que Ele é “ser humano”, é a Palavra que se fez carne e veio morar em nosso meio (cf Jo 1,1s). Com isto, o divino tornou-se humano, para que o humano se tornasse divino. Na Festa de Cristo Rei, encerramos o ano da Igreja colocando em evidência o anunciado pelos profetas, que Jesus nasceria como rei, e seria Rei.
Os poderes do mudo querem dominá-lo, mas seu domínio, em últimas instâncias, pertence a Jesus Cristo, que veio como Rei e com poder Eterno. A história pertence aos homens, mas tudo está nas mãos de Deus, mesmo que isto seja contestado e negado pelos poderes do mundo. O livro do Apocalipse diz que Jesus é “alfa e ômega” (Ap 21,6), o princípio e o fim, tendo tudo concentrado em Si.
A missão de Jesus Cristo foi de instaurar o reino de Deus. Isso veio ocasionar consequências para seus seguidores, porque a construção desse reino foi entregue a nós. Ele começa no tempo, onde deve ser construído, mas tem uma continuidade na eternidade. É um reino de vida, diferente do reino do mundo, onde a morte acontece a todo instante, e de forma totalmente desqualificada.
A realeza de Jesus Cristo não é do mundo. Seu objetivo foi a salvação da humanidade e tinha perspectivas de vida eterna. O mundo passa, os bens adquiridos ficam por aí, as pessoas também terminam seu tempo na terra. O que fica é o bem realizado na construção do reino, a realização da caridade, que terá continuidade também na outra vida.
                            Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo Metropolitano de Uberaba – MG
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“Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor”
Acorremos todos ao altar do Senhor neste último domingo do Ano da Igreja para agradecer. A Ele elevamos nosso louvor por nos ter dado a perseverança de, ao longo de todo este ano, mergulhar nossas vidas, esforços, bens e dons no mistério da Vida, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Com a força do Santo Espírito e o exemplo de Maria Santíssima, experimentamos a contínua exigência do amor, o poder da voz do Pai ao nos dirigir sua Palavra e a profunda identificação com o Ressuscitado na Eucaristia. A liturgia foi o lugar da graça em que tudo isso se fez real, se tornou história e aprofundou o Reino de Deus em nós.
Que o Reino de Deus se estabeleça no mundo!
Neste último domingo, festa de Cristo, Rei do Universo, olhamos para o caminho percorrido e elevamos ao pai nosso louvor e ação de graça. Como foi bom termos revivido passo a passo o caminho de Jesus segundo suas pegadas por meio das orientações do Evangelho de Marcos. Deixou-nos saudades as longas viagens pelas aldeias da Galiléia. Ainda guardamos na memória do coração os amigos que reencontramos. Renovou-se em nós a firmeza e a beleza dos ensinamentos de Jesus. E, especialmente, alertados pelas dificuldades de Pedro e dos outros, tivemos a graça de acompanhar Jesus na sua paixão, morte e ressurreição. E, ao pé da cruz, reforçamos o testemunho do Centurião e bradamos: “Eis aí nosso Rei, o Senhor do Universo, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus”.
Daqui, deste lugar da graça divina, ao pé da cruz de Jesus, agora ressuscitado, descobrimos quem somos e porque estamos aqui, em missão. Nosso Senhor, único Rei, o Mestre da Verdade, nos enviou a todas as aldeias da terra para anunciar o seu Nome e a sua Salvação. Ele, o início e o fim de tudo, aquele que envolve todo o alfabeto da vida, marcou-nos com a missão de estender seu corpo divino e real por todo o universo. Que todas as nações, povos, raças, culturas, línguas encontrem nele a sua verdadeira e mais bela luz. Seu reinado de Paz, justiça, alegria, cuidado, bondade, amor, pelos pés e mãos de seus escolhidos, chegue a todos os que nesta hora precisam dele e clamam por sua assistência.
Renovando nosso ‘sim’ à proposta amorosa do mestre Jesus, olhamos para o futuro. E vemos se descortinar aos nossos olhos, graças a esperança que nele depositamos, o germinar das sementes do Santo Evangelho trazendo flores e frutos, ainda pequeninos, de um universo inteiro transformado pela delicadeza e firmeza da ação da misericórdia do nosso Pai e Deus fiel.
Neste domingo do Cristo Rei, deixemos que Ele, de fato, reine sobre cada um de nós e, assim, se estenda a toda parte a sua presença, seu cuidado, seu toque, seu abraço, sua atenção, cura, vida, vigor, santidade, paz, shallon.
                 Dom Gil Antônio Moreira - Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora – MG
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                               Fonte: cnbbleste2.org.br      Ilustrações: guaxupe.org.br      cifnsv.com

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