A proposta cristã
Já me perguntaram por que acredito na
proposta cristã? Aliás, não só acredito, como consagrei minha vida a ela.
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A resposta não é nem simples nem
complicada, mas é complexa.
A religião cristã não é do tipo de coisa
que alguém teria inventado para consumo próprio; ela exige mudanças reais. E,
cá entre nós, ninguém é tão favorável assim a mudanças! De um modo geral, somos
conservadores, queremos sempre voltar ao estado anterior: o que nos fez
alcançar as satisfações desejadas. Da sensação de satisfação ninguém arreda pé.
Como lidar, então, com uma religião que
começou com a pretensão de mudança estrutural e de conversão? E como não adorar
um Deus que prefere sair dos espaços impenetráveis para ir em busca da ovelha
perdida, trazê-la nos ombros, chamar os amigos, fazer festa, e não por outra
razão, senão, pelo fato de tê-la encontrado?
Caso ela queira ser encontrada, veja bem!
Por isso, não deve ser fácil concluir pelo
óbvio de uma religião que pede mudanças de marcha a todo instante, e que avisa
quando chegou a hora de voltar pelo mesmo caminho por onde nos desviamos.
Não à-toa, tanto a manobra para virar o
carro no fluxo do trânsito como a “manobra” para virar a intenção nos fluxos da
vida se chama conversão. Para o carro, acione a seta e verifique os
retrovisores. Para a vida da fé, engate a marcha e afaste-se do mal.
Ah, o mal! Na esfera cristã, dizemos que
ele tem existência inteligente e vontade próprias.
Ora, se as coisas são boas e procedem do
Bem, o que o mal faz é roubá-las desse poder maior que ele.
O mal é um parasita nada original! Até as
faculdades que permitem que ele exista, não são dele.
Por isso, é difícil não apostar na proposta
do Bem!
Dom José Francisco Rezende Dias - Arcebispo de Niterói - RJ
.................................................................................................................................................. Fonte: arqnit.org
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