domingo, 21 de abril de 2019

Reflexão para a Oitava da Páscoa

Viver de modo pascal
“Eu vi o Senhor” (Jo 20,18)
A ressurreição de Jesus, vitória da vida sobre a morte, inaugurou a nova criação. “O que era antigo passou; eis que tudo se fez novo” (2Cor 5,17b). O pecado foi vencido pela graça. O banho batismal nos concedeu uma nova veste: Cristo. O cristão, aquele que pelo batismo está em Cristo, é chamado a caminhar como filho da luz, perseverando na fé (cf. Ef 5,8-9). Para os que creem em Jesus Cristo não há razões para desânimo diante das dificuldades da vida. Haverá sempre alguma saída, pois “Quem acredita, vê; vê com uma luz que ilumina todo o percurso da estrada, porque nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso” (Papa Francisco, LF 1).
Dom João Justino de Medeiros Silva
A Páscoa é a mais importante festa dos cristãos. O mistério pascal – paixão, morte e ressurreição – é o centro da fé cristã. Está presente no querigma ou anúncio fundamental: “E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez, na região dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, suspendendo-o no madeiro. Deus, porém, o ressuscitou no terceiro dia...” (At 10,39-40). A fé cristã é pascal. Cada oração que fazemos é pascal. O sinal da cruz que traçamos sobre nós é pascal. Toda celebração é sempre pascal. Isso porque sempre nos dirigimos ao Senhor que venceu a morte, que ressuscitou. Então, se toda a vida cristã é pascal, por que celebramos a Páscoa? Na verdade, celebramos solenemente o Tríduo Pascal uma vez a cada ano. É a festa mais solene para celebrar o mistério que sustenta a fé dos cristãos.
Viver de modo pascal. É esse o melhor resultado do caminho quaresmal. Compreender que toda a vida é marcada pelo mistério pascal, ou seja, pela dinâmica da vida que vence a morte, da luz que rompe qualquer escuridão. O canto pascal “Eis a luz de Cristo” há de ser repetido pelo discípulo de Jesus a cada dia, em cada situação em que a vida parece sucumbir. Então, que o convite do apóstolo Paulo ressoe em seu coração: “Aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres” (Cl 3, 2). Como a vela se consome para iluminar, nos seus pequenos gestos diários ilumine o mundo com a fé, a esperança e a caridade. Em cada momento de dor e de sofrimento alimente-se da mística do grão de trigo, que cai na terra e morre para produzir fruto (cf. Jo 12,24). Em cada eucaristia, renove sua fé pascal proclamando: “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda!”
A páscoa nos recorda que em Jesus Cristo somos novas criaturas (cf. 2Cor 5,17a). Nesse espírito, desejo que todas as famílias celebrem as alegrias pascais, participando das celebrações da Semana Santa, especialmente do Tríduo Pascal em sua comunidade. Reúnam-se, ainda, ao redor da mesa de suas casas para escutar a Palavra e, de mãos dadas, apresentar ao Pai, que ressuscitou o Filho Amado, suas orações de súplicas e de louvores. Lembrando o batismo, que nos fez novas criaturas em Jesus Cristo, rezem o credo apostólico e renovem a fé batismal. Com a água abençoada, vocês poderão aspergir as pessoas e os espaços, tudo entregando ao senhorio de Jesus Cristo. O Espírito Santo reanime em seus corações a alegria do evangelho que fez Madalena correr ao encontro dos discípulos para lhes anunciar a ressurreição com as palavras: “Eu vi o Senhor” (Jo 20,18). Feliz e Santa Páscoa!
             Dom João Justino de Medeiros Silva - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros - MG
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                                                                                                               Fonte: cnbbleste2.org.br

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