sexta-feira, 11 de maio de 2018

Audiência ao Metropolita das Terras Tchecas e Eslováquia:

 Unidade não significa uniformidade
Ao término do encontro com o Primaz da Igreja das Terras Tchecas e Eslovacas, o Papa Francisco invocou a intercessão dos Apóstolos dos Eslavos “para que, um dia, se possa chegar à plena unidade da Igreja”.

Cidade do Vaticano“Os Santos Cirilo e Metódio: verdadeiros precursores do ecumenismo”
O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado, no Vaticano, Sua Beatitude Rastislav, Metropolita das Terras Tchecas e da Eslováquia, acompanhado de uma delegação.
Em seu discurso que concede, pela primeira vez ao Primaz da Igreja Ortodoxa das Terras Tchecas e Eslováquia, o Papa expressou satisfação pela sua presença e encontro pessoal.
Francisco iniciou seu pronunciamento com as palavras do Apóstolo Paulo: “Busquemos o que contribui para a paz e para a edificação mútua”. Por isso, disse o Papa, “bendigamos ao Senhor pelos laços espirituais que nos acomunam e que nos animam a prosseguir na edificação mútua e na busca comum da paz, dom do Senhor”.
Neste sentido, o Santo Padre compartilhou, fraternalmente, três aspectos sobre a figura de São Cirilo e Metódio, Apóstolo dos Eslavos, que desempenharam sua missão, precisamente em terras eslavas.
Antes de tudo, segundo a tradição, afirmou Francisco, os irmãos Cirilo e Metódio, provenientes de Tessalônica, Grécia, levaram ao Papa Adriano II as relíquias de São Clemente, um dos primeiros Bispos de Roma, morto no exílio sob o império de Trajano. Este gesto dos irmãos gregos lembra que nós cristãos herdamos, juntos, um imenso patrimônio comum de santidade.
Foram tantas as testemunhas e mártires, que, no passado, professaram a fé em Jesus, como São Clemente e os que sofreram pela perseguição ateísta em suas terras! Não obstante, ainda hoje, muitos irmãos e irmãs são perseguidos por causa do Evangelho; eles representam uma urgente advertência para nós e nos interpelam a buscar uma maior unidade.
O segundo aspecto que o Papa compartilhou com sua Beatitude Rastislav, é “a relação existente entre evangelização e cultura”, transmitidas pelos Apóstolos dos Eslavos. Com efeito, ambos os irmãos tiveram a coragem de traduzir a mensagem evangélica em uma língua acessível aos povos eslavos. Assim, eles encarnaram o Evangelho naquela cultura, dando-lhe maior impulso.
O apostolado dos Santos Cirilo e Metódio – proclamados co-padroeiros da Europa por São João Paulo II – permanece, para todos nós, um modelo de evangelização. A escuta ao Espírito sempre inspira novas e corajosas formas de evangelizar nossos contemporâneos, sobretudo os que vivem em ambientes de secularização e indiferença.
Por fim, como terceiro aspecto, o Santo Padre recordou que “os Santos Cirilo e Metódio conseguiram superar, na época, as divisões existentes entre as comunidades cristãs de culturas e tradições diferentes”. Neste sentido, eles podem ser considerados “verdadeiros precursores do ecumenismo” e, por conseguinte, nos recordam que “unidade não significa uniformidade, mas reconciliação as diversidades no Espírito”.
Por isso, o Papa expressou seu augúrio de que “o testemunho dos Santos Cirilo e Metódio possam acompanhar-nos ao longo do caminho rumo à plena unidade, estimulando-nos a viver a diversidade na comunhão e a não desanimar-nos no nosso percurso, segundo a vontade do Senhor”.
Ao término do seu discurso ao Primaz da Igreja das Terras Tchecas e Eslovacas, o Papa Francisco invocou a intercessão dos Apóstolos dos Eslavos “para que, um dia, se possa chegar à plena unidade da Igreja”.
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                                                                                                                Fonte: vaticannews.va

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