terça-feira, 30 de setembro de 2025

Sábia reflexão de dom Lindomar Rocha Mota:

Arquitetura da verdade

Durante muito tempo a vida comum avançou porque havia medida e referência. A política se equilibrava no juízo dos eleitores, a economia justificava o que produzia e distribuía, a religião repousava em instituições que atravessavam séculos. Com a virada do milênio as réguas se torceram e muitas paredes cederam. A política passou a medir barulho em vez de argumento, a economia multiplicou cifras que não chegam ao cotidiano, e até a religião se fragmentou em promessas sem memória de igrejas que surgiram como modo de negócios que ainda precisam ser examinados.  

A verdade precisa ser compartilhada, pois quando a verdade deixa de ser critério compartilhado o abismo deixa de ser metáfora e começa a organizar a vida pública. 

Sair desse terreno pede uma conversão paciente. É preciso recompor a confiança com pessoas responsáveis, processos confiáveis e fatos que possam ser examinadas por todos.  

O nosso tempo tornou visível, ainda, o risco das grandes fortunas tecnológicas. Há gênios da engenharia e da informática que, ao cruzarem a fronteira da política, revelam amadorismo, improviso e mentalidade tirânica. Plataformas que funcionam como praças digitais passam a refletir humores pessoais. Mudanças bruscas de regras, decisões tomadas em público como quem joga os dados, interferências que tocam a vida de países inteiros. 

Quando uma infraestrutura crítica depende da vontade de um único proprietário, a fronteira entre opinião e poder real se desfaz e a democracia fica exposta. Lembremos que nenhum talento individual substitui instituições, que um bilionário não pode funcionar como órgão regulador, que a esfera pública requer freios, contrapesos e prestação de contas. 

A política sofre ainda outro deslocamento. A figura do influenciador, que vive do ritmo das redes, impõe agenda e humor, mas quase nunca oferece projeto. Vence quem captura atenção e não quem constrói processos. A cidade, se quer amadurecer, precisa devolver tempo à deliberação. Espaços onde a opinião desacelera e vira argumento, dados públicos que permitam refazer contas, decisões que venham acompanhadas de razões minoritárias para que o dissenso tenha lugar. Democracia é o exercício de justificar-se diante de muitos, e não a vitória do barulho ruidoso. 

Na economia a planilha precisa enxergar pessoas. Progresso que suga tempo, saúde, vínculos e o chão do qual vivemos não merece esse nome. A riqueza deve ter substância e endereço. Isso começa quando medimos o que sustenta a vida e não apenas o que infla gráficos. Metodologias abertas de impacto social e ambiental, auditorias independentes, redes produtivas enraizadas no território, crédito paciente para transição de atividades predatórias para atividades regenerativas. A métrica existe para servir ao sentido e não para o substituir. Quando números e vidas conversam, a economia respira. 

Na religião a fidelidade não dispensa exame. O crescimento veloz de comunidades sem lastro institucional pode atrair muita gente, mas também expõe vulneráveis e fragiliza a própria fé. Autoridade pastoral sem medida e sem verificação degenera em culto de personalidade e busca de poder político. Comunidades adultas protegem o carisma com regras claras, conselhos que prestam contas, formação séria de ministros, proteção efetiva dos pequenos. A tradição não é peso morto, é critério que impede reinvenções oportunistas do Evangelho. 

Nada disso avança sem reeducação do juízo. Fomos capturados por uma política da atenção que inflama afetos e empobrece a reflexão. 

O caminho não pede a restauração de velhos muros nem a exibição de novas vitrines. Pede a passagem do carisma sem prova para o trabalho e a caridade com prova. Líderes que inspiram e se submetem a regras. Métricas que contam o que a vida sente. As grandes fortunas, os pastores carismáticos, os políticos da atenção podem continuar a contribuir, desde que aceitem a companhia dos processos. Se a modernidade ensinou a medir e o nosso tempo confundiu o que medir, a etapa seguinte é recuperar a medida como serva do significado.  

Verdade que volta para casa, porque pode ser habitada, examinada e partilhada.

Dom Lindomar Rocha Mota - Bispo de São Luís de Montes Belos (GO) 

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                                                            Fonte: cnbb.org.br    Imagem: vaticannews.va

Lançado o hino da Campanha da Fraternidade 2026.

Ouça nas plataformas digitais

A Edições CNBB divulgou nesta segunda-feira, 29 de setembro, o hino da Campanha da Fraternidade 2026, com o tema “Fraternidade e Moradia”. A letra da música é de Crisógono Sabino e a melodia de Carlos Alberto Santos, escolhidas após o concurso organizado pelo Setor Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Setor Música Litúrgica da Comissão Episcopal para a Liturgia.

O material finalizado contou com arranjo instrumental do maestro Antônio Karam. Já a produção artística, a direção musical, o arranjo vocal e a regência ficou sob a responsabilidade do frei Telles Ramon.

Confira a letra do hino da CF 2026:

1. No caminho da vida sofrida,
há irmãos sem abrigo, sem chão.
Na calçada, no bairro, na espera,
brota o grito, o clamor do irmão.
Mas o Verbo se fez moradia
no presépio da simplicidade:
vem morar com o pobre sofrido,
transformando a dor em bondade!

“Ele veio morar entre nós” (Jo 1,14),
Deus conosco em cada irmão!
Por um lar de amor e justiça,
nosso canto as nações ouvirão.

2. Onde falta direito e cuidado,
sobra medo, abandono e dor.
Mas a fé, que se faz compromisso,
ergue a voz com firmeza e ardor!
Quando o amor for tijolo e telhado,
e a justiça a nossa missão,
cada casa será testemunho
do Evangelho de Cristo em ação!

3. Se o profeta levanta sua voz,
é o Cristo que clama também:
“Dai morada ao pequeno e ao fraco,
sede os braços que acolhem o bem!”.
Nossa fé não se finda no altar:
partilhar brota em nós comunhão.
Espalhando as sementes do amor,
nossa fé faz de nós mais irmãos!

A escolha da música

Para a definição do hino da CF 2026, os setores de Música Litúrgica e de Campanhas da CNBB realizaram um concurso, supervisionado pelo presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia, dom Hernaldo Pinto Farias, e o secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers.

Em 4 de abril, foi lançado o edital do concurso, com ampla divulgação no site e nas redes sociais da CNBB. Os compositores foram convidados a participar gratuitamente das formações online, no mês de maio, nas quais foi possível conhecer o tema da Campanha da Fraternidade e as indicações para a composição da letra e da melodia.

Houve participação de 343 pessoas de todas as regiões do Brasil:

- 166 do Sudeste;  - 85 do Nordeste;  - 40 do Sul;  - 30 do Norte e  - 22 do Centro-Oeste

Dos participantes, 100 participaram enviando letras, e 42 enviaram melodias.

A letra escolhida para o hino 2026 é de autoria de Crisógono Sabino, de Vitória (ES); e a melodia de Carlos Alberto Santos, de Lagoa Seca (PB).

“Este ano a equipe organizadora do concurso optou por uma letra mais curta, para facilitar a memorização e a utilização nos vários contextos, celebrativos e formativos. A letra destaca a dimensão da conversão comunitária que a Quaresma exige, conforme ensina a constituição conciliar Sacrosanctum Concilium 110: ‘A penitência do tempo quaresmal não seja somente interna e individual, mas também externa e social’ Através de várias imagens poéticas, a letra vai desenhando o caminho que todos os cristãos necessitamos trilhar. E a melodia, com a extensão de uma oitava, sequência de graus conjuntos com pequenos saltos, facilita o aprendizado e o canto em comum”, explicou o assessor do Setor Música Litúrgica da Comissão para a Liturgia da CNBB, padre Jair Costa.

Uso do hino da CF na Liturgia

Padre Jair explicou sobre o uso do hino da CF, explicando sobre a questão litúrgica:

“Recordamos que a Quaresma tem seu repertório próprio. O hino da CF pode ser usado ao fim das celebrações, e nos momentos de catequese e reuniões de formação dos diversos grupos, pastorais e movimentos”, explicou.

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Ouça o hino:

Luiz Lopes

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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Papa Leão XIV convida a rezar o Rosário

pela paz durante o mês de outubro:
pessoalmente, em família e em comunidade

Ao final da Audiência Geral desta semana, o Papa Leão XIV convidou a todos a rezarem o Rosário pela paz durante o mês de outubro. Especialmente no dia 11, haverá a meditação na Praça São Pedro.

“Queridos irmãos e irmãs, o mês de outubro, já próximo, é dedicado na Igreja ao santo Rosário. Por isso, convido todos, em cada dia do próximo mês, a recitar o Rosário pela paz, pessoalmente, em família e em comunidade”, pediu o Papa.

Os que prestam serviço no Vaticano foram convidados a rezar na Basílica de São Pedro, todos os dias, às 19 horas.

Já no dia 11, às 18h, durante a Vigília da Espiritualidade mariana, também haverá a oração do Rosário. A data recorda o aniversário da inauguração do Concílio Vaticano II, no ano de 1962, com o famoso “discurso à lua”, do Papa João XXIII, ao final de um “grande dia de paz”.

E Vatican News recorda justamente o Papa Roncalli, celebrado na Igreja neste mesmo 11 de outubro. Ele é o autor da Encíclica Pacem in Terris e da mensagem de rádio implorando aos líderes dos EUA e da União Soviética para “salvar a paz” no auge da Crise dos Mísseis de Cuba.

Durante as saudação, na audiência geral, o Papa Leão XIV dirigindo-se aos fiéis de língua portuguesa falando em superar o ódio:

“Queridos irmãos e irmãs, neste nosso tempo, entre os escombros do ódio que mata, sejamos portadores do amor de Jesus que ilumina e reergue a humanidade.”

Imagem original de Nossa Senhora de Fátima

Durante a Vigília, a imagem original de Nossa Senhora de Fátima, conhecida por fiéis de todo o mundo e símbolo da “Esperança que não desilude”, estará no adro da Basílica Vaticana.

Esta será a quarta vez que a imagem deixa o Santuário de Fátima rumo a Roma: a primeira foi em 1984, para o Jubileu Extraordinário da Redenção, quando, em 25 de março, São João Paulo II consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria; a segunda vez foi no Grande Jubileu do Ano 2000; e a terceira, em outubro de 2013, para o Ano da Fé com o Papa Francisco.

A escultura, criada pelo artista português José Ferreira Thedim, em 1920, é conservada na Capelinha das Aparições do Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Ela foi solenemente coroada em 13 de maio de 1946, e a bala que atingiu João Paulo II no atentado de 1981 foi posteriormente inserida na coroa.

Com informações de Vatican News e foto de Vatican Media

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domingo, 28 de setembro de 2025

Leão XIV na missa do Jubileu dos Catequistas:

o catequista é uma pessoa de palavra,
uma palavra que pronuncia com a vida

Em sua homilia na missa do Jubileu dos Catequistas, Leão XIV recordou que os "catequistas são aqueles discípulos de Jesus que se tornam suas testemunhas". Destacou que "os primeiros catequistas são os pais, aqueles que primeiro nos falaram e nos ensinaram a falar". O Papa recordou que "às portas da opulência jaz hoje a miséria de povos inteiros, atormentados pela guerra e pela exploração".

O Papa Leão XIV presidiu a missa do Jubileu dos Catequistas, neste domingo, 28 de setembro, XXVI do Tempo Comum, na Praça de São Pedro, em que instituiu 39 ministros da catequese. A celebração contou com a presença de cinquenta mil pessoas que estavam na Praça São Pedro e adjacências.

O Pontífice iniciou sua homilia, recordando que "as palavras de Jesus nos falam de como Deus olha para o mundo, em todos os tempos e lugares". No Evangelho deste domingo, os olhos do Senhor observam "um pobre e um rico, quem morre de fome e quem se banqueteia diante dele, as vestes elegantes de um e, do outro, as chagas que os cães lambiam". "Mas não só", disse ainda o Papa Leão: "O Senhor vê o coração dos homens e, através dos seus olhos, nós reconhecemos um indigente e um indiferente".

O Papa incensa a imagem brasileira de Nossa Senhora de Montserrat


Segundo o Papa, "Lázaro é esquecido por quem está à sua frente, mesmo à porta de casa, no entanto Deus está perto dele e lembra-se do seu nome. Não tem nome, porém, o homem que vive na abundância, porque se perde a si mesmo, esquecendo-se do próximo. Está perdido nos pensamentos do seu coração, cheio de coisas, mas vazio de amor. Os seus bens não o tornam bom".

“A história que Cristo nos conta infelizmente é muito atual. Às portas da opulência jaz hoje a miséria de povos inteiros, atormentados pela guerra e pela exploração. Com o passar dos séculos, parece que nada mudou: quantos Lázaros morrem diante da ganância que esquece a justiça, do lucro que espezinha a caridade, da riqueza cega diante da dor dos pobres!”

"No entanto, o Evangelho assegura que os sofrimentos de Lázaro têm um fim. As suas dores terminam, tal como terminam os festins do rico, e Deus faz justiça a ambos: «O pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado». Sem se cansar, a Igreja anuncia esta palavra do Senhor, para que converta os nossos corações", sublinhou.

Papa na homilia

O diálogo entre o homem rico e Abraão

A seguir, Leão XIV recordou que "por uma singular coincidência, este mesmo trecho evangélico foi proclamado precisamente durante o Jubileu dos Catequistas no Ano Santo da Misericórdia. Dirigindo-se aos peregrinos que vieram a Roma por essa ocasião, o Papa Francisco destacou que Deus redime o mundo de todo o mal, dando a sua vida pela nossa salvação. A sua ação é o início da nossa missão, porque nos convida a nos doar pelo bem de todos".

Os trinta e nove leigos que foram instituídos no ministério de catequistas   


O Evangelho deste domingo, "nos faz refletir sobre o diálogo entre o homem rico e Abraão". "Trata-se de uma súplica que o rico faz para salvar os seus irmãos e que para nós constitui um desafio", sublinhou o Papa. Ao falar com Abraão, ele afirma: «Se algum dos mortos for ter com eles, hão de arrepender-se». Abraão responde: «Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos».

Os catequistas são testemunhas de Jesus

"Com efeito, houve um que ressuscitou dos mortos: Jesus Cristo. As palavras da Escritura, então, não querem desiludir ou desanimar-nos, mas despertam a nossa consciência. Escutar Moisés e os Profetas significa recordar os mandamentos e as promessas de Deus, cuja providência nunca abandona ninguém", disse ainda Leão XIV, sublinhando que "Evangelho nos anuncia que a vida de todos pode mudar, porque Cristo ressuscitou dos mortos. Este acontecimento é a verdade que nos salva: por isso, deve ser conhecida e anunciada. Mas não basta. Deve ser amada: é este amor que nos leva a compreender o Evangelho, porque nos transforma, abrindo o coração à palavra de Deus e ao rosto do próximo".

“A este respeito, vocês, catequistas, são aqueles discípulos de Jesus que se tornam suas testemunhas: o nome do ministério que exercem vem do verbo grego katēchein, que significa instruir de viva voz, fazer ressoar. Isto quer dizer que o catequista é uma pessoa de palavra, uma palavra que pronuncia com a própria vida.”

O Papa destacou que "os primeiros catequistas são os pais, aqueles que primeiro nos falaram e nos ensinaram a falar. Assim como aprendemos a nossa língua materna, também o anúncio da fé não pode ser delegado a outros, mas acontece no lugar onde vivemos. Em primeiro lugar, nas nossas casas, ao redor da mesa: quando há uma voz, um gesto, um rosto que conduz a Cristo, a família experimenta a beleza do Evangelho".

Os leigos que foram instituídos no ministério de catequistas


Leão XIV recordou que "todos nós fomos educados na fé através do testemunho daqueles que acreditaram antes de nós. Enquanto crianças, adolescentes, jovens, depois como adultos e também como idosos, os catequistas acompanham-nos na fé, partilhando um caminho constante, como vocês fizeram hoje, na peregrinação jubilar".

“Nesta comunhão, o Catecismo é o «instrumento de viagem» que nos protege do individualismo e das discórdias, porque atesta a fé de toda a Igreja católica. Cada fiel colabora na sua obra pastoral, ouvindo questões, partilhando provações, servindo o desejo de justiça e verdade que habita a consciência humana.”

Os trinta e nove leigos que foram instituídos no ministério de catequistas   

Compromisso com a justiça e a paz

"É assim que os catequistas ensinam, ou seja, deixam um sinal interior: quando educamos na fé, não damos uma lição, mas plantamos no coração a palavra da vida, para que ela dê frutos de vida boa. Ao diácono Deogratias, que lhe perguntou como ser um bom catequista, Santo Agostinho respondeu: «Expõe tudo de modo que quem te ouça, ouvindo, acredite; acreditando, espere; e esperando, ame»", frisou o Papa.

Praça São Pedro durante a missa do Jubileu dos Catequistas


Leão XIV convidou a fazer nosso este convite. "Lembremo-nos de que ninguém dá o que não tem. Se o rico do Evangelho tivesse caridade para com Lázaro, teria feito o bem, não só ao pobre, mas também a si mesmo. Se aquele homem sem nome tivesse fé, Deus o teria salvado de todo o tormento: foi o apego às riquezas mundanas que lhe tirou a esperança do bem verdadeiro e eterno".

“Quando também nós somos tentados pela ganância e pela indiferença, os muitos Lázaros de hoje recordam-nos a palavra de Jesus, tornando-se para nós uma ainda mais eficaz catequese durante este Jubileu, que é para todos tempo de conversão e perdão, de compromisso com a justiça e a busca sincera da paz.”

Mariangela Jaguraba - Vatican News

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Assista:

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                                          Fonte: vaticannews.va   Fotos e vídeo: (@Vatican Media

Reflexão para o seu domingo:

Não ignorar aquele que sofre

José Antonio Pagola

O contraste entre os dois protagonistas da parábola é trágico. O rico se veste de púrpura e linho. Toda a sua vida é luxo e ostentação. Só pensa em “dar todos os dias esplêndidos banquetes”. Este rico não tem nome, pois não tem identidade. Não é ninguém. Sua vida vazia de compaixão é um fracasso. Não se pode viver só para banquetear-se.

Deitado junto ao portão de sua mansão jaz um mendigo faminto, coberto de feridas. Ninguém o ajuda. Só alguns cães se aproximam dele para lamber-lhe as feridas. Não possui nada, mas tem um nome portador de esperança: Lázaro, “Meu Deus é ajuda”.

Sua sorte muda radicalmente no momento da morte. O rico é enterrado, certamente com toda solenidade, mas é levado ao Hades ou “reino dos mortos”. Também Lázaro morre. Nada se diz de rito funerário algum, mas “os anjos o levam para o seio de Abraão”. Com imagens populares de seu tempo, Jesus lembra que Deus tem a última palavra sobre ricos e pobres.

O rico não é julgado como explorador. Não se diz que ele é um ímpio afastado da Aliança. Simplesmente desfrutou sua riqueza ignorando o pobre. O pobre estava ali tão perto, mas ele não o viu. Estava junto ao portal de sua mansão, mas o rico não se aproximou dele. Excluiu-o de sua vida. O pecado do rico é a indiferença.

De acordo com os observadores, está crescendo em nossa sociedade a apatia ou falta de sensibilidade diante do sofrimento alheio. Evitamos de mil maneiras o contato direto com os que sofrem. Pouco a pouco nos vamos tornando cada vez mais incapazes de perceber sua aflição.

A presença de uma criança mendiga em nosso caminho nos molesta. O encontro com um doente terminal nos perturba. Não sabemos o que fazer nem o que dizer. É melhor manter distância. Voltar o quanto antes às nossas ocupações. Não deixar-nos afetar.

Se o sofrimento acontece longe é mais fácil. Aprendemos a reduzir a fome, a miséria ou a doença a dados, números e estatísticas que nos informam da realidade quase sem tocar nosso coração. Também sabemos contemplar tragédias horríveis na televisão, mas o sofrimento sempre é mais irreal e menos terrível através da tela.

Quem segue Jesus vai se tornando mais sensível ao sofrimento daqueles que Ele encontra em seu caminho. Aproxima-se do necessitado e, se estiver em seu poder, procura aliviar sua situação.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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sábado, 27 de setembro de 2025

Reflexão para o seu sábado:

Que abismo separava aqueles dois homens?
O rico banqueteador e o pobre Lázaro

Frei Almir Guimarães

Mais uma das historietas de Jesus. Mais uma de suas parábolas. Um rico que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. O pobre Lázaro estava à porta de sua casa e os cachorros lambiam-lhe as feridas. Duas vidas em total contraste. Lázaro, segundo alguns, teria com etimologia: “Meu Deus é ajuda”.

O homem que fazia festas todos os dias, o pobre que precisava do necessário para sobreviver. Terminados os dias de suas vidas, tiveram destinos opostos. O pobre estava no seio de Abraão. Vivia uma felicidade sem limites e o epulão sentiu o gosto amargo de ter fracassado. Um abismo separava estas duas trajetórias. A separação entre os que dispõem de tudo e os que nada possuem é abismo intransponível. Tal abismo se cavou por falta de fraternismo. Estamos, pois, diante de duas vidas muito diferentes. Um que tudo tem e não sabe o que fazer com o que tem e o outro que morre de inanição cheio de chagas purulentas.

Com toda certeza estamos diante de uma situação de indiferença. Diz José Antonio Pagola: “O rico não é julgado por ser explorador. Não se diz que é um ímpio afastado da Aliança. Simplesmente desfrutou sua riqueza ignorando o pobre. O pobre estava ali perto, mas ele não o viu. Estava junto ao portal de suas mansão, mas não se aproximou dele. Excluiu-o de sua vida. O pecado do rico é a indiferença” (Pagola, Lucas, p. 273). A indiferença acontece quando o outro está fora da organização de minha vida. A parábola está a nos dizer que precisamos ser mais humanos. Por aí começa tudo. Falar muito das coisas de Deus sem preocupação pelo humano não vale muito.

Observadores andando afirmando que cresce em nossa sociedade a apatia e a falta de sensibilidade para com o sofrimento alheio. Evitamos o contato direto com as pessoas que sofrem. Aos poucos vamos nos tornando incapazes de perceber sua aflição. O encontro com um criança mendiga ou com um doente terminal nos perturba. Não sabemos o que dizer. Não deixamos nos afetar. Somos indiferentes porque pensamos demais em nossas coisas.

O rico da parábola não tinha sensibilidade. As pessoas sensíveis percebem o anseio do outro através do olhar, do gaguejar da fala, do tremer do rosto. Usam os sentidos. Observam com atenção, escutam, têm um “faro” para aquilo que o outro está vivendo. O sensível sabe demonstrar afeto sem ser inoportuno. Isto faltou ao rico banqueteador. Sensibilidade e atenção caminham juntas. Atenção significa fazer inteiramente presente ao outro. Tem a ver com empatia e compaixão. Tentar experimentar o que o outro experimenta.

Trata-se de aproximar-se do que é frágil. Francisco de Assis é conhecido como o homem da pobreza. Ficava extasiado diante da humildade do Altíssimo que se fez dependência e viveu uma existência marcada pela pobreza. Por amor de Cristo, Francisco e seus companheiros optaram pelo caminho da pobreza e assim passaram a ver nos mais pobres imagens de Cristo. Estes deveriam, assim, ser tratados com toda deferência. “Contemplando o comportamento exemplar do Cristo encarnado é que Francisco haure seu amor preferencial pelos doentes e pobres. Compreendeu que Jesus, em cada um de nós, quer ainda se fazer o próximo mais próximo de todo homem sobretudo do marginalizado e excluído.

Quaisquer que sejam nossos empreendimentos, jamais podem abafar ou substituir nossa proximidade com as pessoas, com o povo, e absorver os irmãos apenas em sua operacionalidade. Empreendimentos não substituem o ser fraterno e a fraternidade, antes existem para visibilizá-los. Por isso, o primeiro grande esforço de nossa parte consiste não tanto em construir e criar instrumentos sofisticados de ajuda aos seres humanos, mas, por nossa presença de irmãos e irmãs, tentar gerar, entre todos, uma atmosfera de confiança em Deus e de fraternidade, solidariedade e partilha entre as pessoas. É o dom de nós próprios por muito e mais não termos (cf. Documento da Família Franciscana, Reviver o sonho de Francisco e Clara de Assis).

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Oração

Senhor, tu és nossa luz.
Senhor, tu és a verdade.
Senhor, tu es nossa paz.
Querendo acompanhar-nos
te fizeste peregrino;
compartilhas nossa vida,
nos mostras o caminho.
Não basta rezar a ti,
dizendo que te amamos;
devemos imitar-te,
amar-te nos irmãos.
Tu pedes que tenhamos
humilde confiança;
teu amor saberá encher-nos
de vida e esperança.

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FREI ALMIR GUIMARÃES, OFM, ingressou na Ordem Franciscana em 1958. Estudou catequese e pastoral no Institut Catholique de Paris, a partir de 1966, período em que fez licenciatura em Teologia. Em 1974, voltou a Paris para se doutorar em Teologia. Tem diversas obras sobre espiritualidade, sobretudo na área da Pastoral familiar. É o editor da Revista “Grande Sinal”.

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                                              Fonte: franciscanos.org.br   Banner: oratoriosaoluiz.com.br

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Reflita com dom frei Severino Clasen:

Administrar com fidelidade 

É comum ouvir expressões como esta: quando a ética está em baixa, a sociedade e as instituições vão mal. A sociedade é o ambiente que oferece segurança e liberdade, e quando são escassas as normas e a cultura da governança, mergulhamos em crises profundas. Saber administrar é a arte da superação e do controle dos destinos de uma nação. Interesses alheios ao bem comum e à ecologia prejudicam e travam o cuidado pelas entidades a serviço da coletividade, da nação.

Dom Severeino Clasen

Neste Mês da Bíblia, a Palavra de Deus nos chama à revisão de vida. Converter-se, acreditar no Evangelho, seguir com clareza a voz dos profetas, a vontade de Deus. Somos administradores e administrados por pessoas escolhidas para garantir a segurança e o bem comum. As Igrejas, instituições que estão dentro do mundo, têm o desafio de saber administrar seus fiéis para a boa conduta, regida pela ética, superando a desconfiança e interesses individuais.

O clamor dos pobres e indefesos aumenta na medida em que ignoramos a harmonia coletiva na sociedade. “Ouvi isto, vós que maltratais os humildes e causais a prostração dos pobres da terra; vós que andais dizendo: “Quando passará a lua nova, para vendermos bem a mercadoria? E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos, adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?” (Am 8,4-6). O profeta denunciou a nação em tempos de escassez, de penúria, de crise moral dos líderes.

Jesus nos alerta sobre o administrador desonesto (Lc 16,1-13). Administrar as coisas do povo de Deus exige honestidade, sabedoria, sensibilidade humana, habilidade administrativa. Saber ouvir e interpretar as ações que equilibram o bem-estar é uma arte que qualifica a pessoa na sua função, sendo honesta e correta nas decisões. “Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes” (Lc 16,10). Numa sociedade corrupta, a voz da justiça é ameaçadora. Voltar ao Senhor que nos chama para a boa conduta exige maturidade humana, senso de fidelidade e prudência.

Vivemos a cultura da mentira. Quanto mais se mente, mais se consegue projeção e ganhos políticos. Uma mentira tem mais repercussão do que uma verdade. Por isso, a voz do profeta se faz necessária em nossos dias. Sabemos que a onda está na dominância da ideologia, “sou desse lado ou daquele”. Não importa a verdade, mas o lado em que estou. Quem está polarizado não consegue perceber e nem admitir a intolerância, a truculência, a mentira, o desprezo pela dor alheia e pela injustiça.

O projeto de Deus é que todas as pessoas se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. O que é a verdade? O livro sagrado nos aponta o caminho: “Antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,1-4).

O Mês da Bíblia nos possibilita mergulhar na verdade que liberta e recuperar o senso da fidelidade e da justiça, para reconstruirmos uma sociedade digna de viver com intensidade de fé e esperança, rumo ao Reino definitivo.

Que sejamos bons administradores das coisas de Deus, como Peregrinos de Esperança, na busca da felicidade eterna.

Dom Frei Severino Clasen - Arcebispo de Maringá (PR)

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26º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Am 6,1a.4-7

Leitura do profeta Amós

Assim diz o Senhor todo-poderoso: Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria! Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho e novilhos do seu gado; os que cantam ao som das harpas, ou, como Davi, dedilham instrumentos musicais; os que bebem vinho em taças, e se perfumam com os mais finos unguentos e não se preocupam com a ruína de José.

Por isso, eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito.

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Responsório: Sl 145

— Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!

— Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!

— O Senhor é fiel para sempre,/ faz justiça aos que são oprimidos;/ ele dá alimento aos famintos,/ é o Senhor quem liberta os cativos.

— O Senhor abre os olhos aos cegos,/ o Senhor faz erguer-se o caído;/ o Senhor ama aquele que é justo./ É o Senhor quem protege o estrangeiro.

— Ele ampara a viúva e o órfão,/ mas confunde os caminhos dos maus./ O Senhor reinará para sempre!/ Ó Sião, o teu Deus reinará/ para sempre e por todos os séculos!

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2ª Leitura: 1Tm 6,11-16

Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo

Tu, que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé diante de muitas testemunhas.

Diante de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu o bom testemunho da verdade perante Pôncio Pilatos, eu te ordeno: guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até a manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo.

Esta manifestação será feita no tempo oportuno pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém.

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Evangelho: Lc 16,19-31

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

«Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino, e dava banquete todos os dias. E um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava caído à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E ainda vinham os cachorros lamber-lhe as feridas. Aconteceu que o pobre morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico, e foi enterrado. No inferno, em meio aos tormentos, o rico levantou os olhos, e viu de longe Abraão, com Lázaro a seu lado. Então o rico gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque este fogo me atormenta’. Mas Abraão respondeu: ‘Lembre-se, filho: você recebeu seus bens durante a vida, enquanto Lázaro recebeu males. Agora, porém, ele encontra consolo aqui, e você é atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto de vocês, nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não acabem também eles vindo para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas: que os escutem!’ O rico insistiu: ‘Não, pai Abraão! Se um dos mortos for até eles, eles vão se converter’. Mas Abraão lhe disse: ‘Se eles não escutam a Moisés e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles não ficarão convencidos’.»

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Reflexão do padre Johan Konings

A riqueza que endurece

Como no domingo anterior, ouvimos as censuras de Amós contra os ricos da Samaria, endurecidos no seu luxo (1ª leitura). Não se preocupam com o estado lamentável em que se encontra o povo. Jesus, no evangelho, descreve esse tipo de comportamento na inesquecível pintura do ricaço e seus irmãos, que vivem banqueteando-se e desprezando o pobre Lázaro, mendigo sentado à porta. Quando morre e vai ao inferno, o rico vê, de longe, Lázaro no céu, com o pai Abraão e todos os justos. Pede para que Lázaro venha com uma gota d’água aliviar sua sede. Mas é impossível. O rico não pode fazer mais nada, nem sequer consegue que Deus mande Lázaro avisar seus irmãos a respeito de seu erro. Pois, diz Deus, nem mandando alguém dentre os mortos eles não acreditam. Imagine, se mesmo a mensagem de Jesus ressuscitado não encontra ouvido! Mas nós continuamos como o rico e seus irmãos.

Os pobres morrem às nossas portas, onde despejamos montes de comida inutilizada… (Alguma prefeitura talvez organize a distribuição das sobras dos restaurantes para os pobres.) Devemos criar uma nova estrutura da sociedade, de modo que não haja mais necessidade de mendigar, nem supérfluos a despejar. Isso aliviará, ao mesmo tempo, o problema social e o problema ecológico, pois o meio ambiente não precisará mais acolher os nossos supérfluos. Mas, ao contrário, cada dia produzimos mais lixo e mais mendigos.

O exemplo do rico confirma a mensagem de domingo passado: não é possível servir a Deus e ao dinheiro. Quem opta pelo dinheiro, afasta-se de Deus, de seu plano e de seus filhos. Talvez decisivamente.

Em teoria, aceitamos esta lição. Mas ficamos por demais no nível pessoal e interior. Procuramos ter a alma limpa do apego ao dinheiro e, se nem sempre o conseguimos, consideramos isso uma fraqueza que Deus há de perdoar. Mas não fazemos a opção por Deus e pelos pobres em nível estrutural, ou seja, na organização de nossa sociedade, de nosso sistema comercial etc. Temos até raiva de quem quer mudar a ordem de nossa sociedade. Prendemo-nos ao sistema que produz os milhões de lázaros às nossas portas. Pior para nós, que não teremos realizado a justiça, enquanto eles estarão na paz de Deus.

A “lição do pobre Lázaro” só produzirá seu efeito em nós, “cristãos de bem”, se metermos a mão na massa para mudar as estruturas econômicas, políticas e sociais de nossa sociedade.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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               Fonte: franciscanos.org.br  Bannersx.com/vaticannews_pt Frei Fábio M. Vasconcelos