sábado, 31 de agosto de 2024

Reflexão para seu dia:

Uma religião vazia de Deus

José Antonio Pagola

Os cristãos da primeira e da segunda geração recordavam Jesus não tanto como um homem religioso, mas como um profeta que denunciava com audácia os perigos e armadilhas de toda religião. Sua especialidade não era a observância piedosa acima de tudo, mas a busca apaixonada da vontade de Deus.

Marcos, o evangelho mais antigo e direto, apresenta Jesus em conflito com os setores mais piedosos da sociedade judaica. Entre suas críticas mais radicais devemos destacar duas: o escândalo de uma religião vazia de Deus e o pecado de substituir sua vontade por “tradições humanas” a serviço de outros interesses.

Jesus cita o profeta Isaías: “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. O culto que me prestam está vazio, porque ensinam doutrinas que são preceitos humanos”. Depois denuncia em termos claros onde está a armadilha: “Deixais de lado o mandamento de Deus, ara aferrar-vos à tradição dos homens”.

É este o grande pecado. Uma vez que estabelecemos nossas normas e tradições, nós as colocamos no lugar que só Deus deve ocupar. Nós as colocamos, inclusive, acima de sua vontade: não se deve passar por alto a mínima prescrição, mesmo que vá contra o amor e cause dano às pessoas.

Nessa religião, o que importa não é Deus, mas outro tipo de interesses. Honra-se a Deus com os lábios, mas o coração esta longe dele; pronuncia-se um credo obrigatório, mas se crê no que convém; cumprem-se ritos, mas não existe obediência a Deus, e sim aos homens.

Pouco a pouco esquecemos a Deus e depois esquecemos que o esquecemos. Apequenamos o evangelho para não precisar converter-nos demais. Orientamos a vontade de Deus para o que nos interessa e esquecemos sua exigência absoluta de amor.

Pode ser este hoje o nosso pecado. Agarrar-nos, como que por instinto, a uma religião desgastada e sem força para transformar nossa vida. Continuar honrando a Deus só com os lábios. Recusar-nos à conversão e viver esquecidos do projeto de Jesus: a construção de um mundo novo segundo o coração de Deus.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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                                                        Fonte: franciscanos.org.br       Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos

Refletindo com o padre Zezinho:

Só Deus sabe e Ele não discrimina ninguém.

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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Pediram que, já que cheguei aos 83 anos e 58 de padre, que eu fizesse uma lista dos “melhores” padres e catequistas da Igreja no Brasil.

Pedi desculpas, porque isto seria um julgamento incabível.

Só Deus sabe isto. Nem os bispos, nem os padres, nem os leigos teriam como fazer esta lista!

E quem fizesse esta lista estaria sendo injusto, porque certamente deixaria fora milhares de bons sacerdotes.

Pior: acabaria privilegiando os padres da TV e da Internet ou do seu movimento, e depreciando os sacerdotes de mais de 500 movimentos de fé católica e exercem seu ministério com dedicação!

A meu ver não se faz esta lista: nem de bispos, nem de padres, nem de freiras, nem de freis, nem de leigos. Fama, notoriedade e marketing nem sempre é sinal de maturidade ou santidade.

Cristão católico não faz isto! Só Deus pode fazer esta lista, e ele não a faz!

Releiam Paulo: 1 Coríntios 3,4-7 O Brasil tem excelentes bispos e sacerdotes. Orem por todos! E peçam mais vocacionados para nossa Igreja: e incluam também os casais. São eles que nos darão novos padres!…

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                                                                                                   Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

22º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão

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1ª Leitura: Dt 4,1-2.6-8

Leitura do livro do Deuteronômio

Moisés falou ao povo, dizendo: “Agora, Israel, ouve as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir, para que, fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida pelo Senhor Deus de vossos pais. Nada acrescenteis, nada tireis à palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do Senhor vosso Deus que vos prescrevo. Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência perante os povos, para que, ouvindo todas essas leis, digam: ‘Na verdade, é sábia e inteligente essa grande nação!’ Pois qual é a grande nação cujos deuses lhe são tão próximos como o Senhor nosso Deus, sempre que o invocamos? E que nação haverá tão grande que tenha leis e decretos tão justos, como esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos?”

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Responsório: Sl 14(15)

Senhor, quem morará em vossa casa / e no vosso monte santo habitará?

- Senhor, quem morará em vossa casa / e no vosso monte santo habitará?

- É aquele que caminha sem pecado / e pratica a justiça fielmente; / que pensa a verdade no seu íntimo / e não solta em calúnias sua língua.

- Que em nada prejudica o seu irmão / nem cobre de insultos seu vizinho; / que não dá valor algum ao homem ímpio, / mas honra os que respeitam o Senhor.

- Não empresta o seu dinheiro com usura † nem se deixa subornar contra o inocente. / Jamais vacilará quem vive assim!

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2ª Leitura: Tg 1,17-18.21-22.27
Leitura da Carta de São Tiago

Irmãos bem-amados, todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto; descem do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação. De livre vontade ele nos gerou, pela Palavra da verdade, a fim de sermos como que as primícias de suas criaturas. Recebei com humildade a Palavra que em vós foi implantada e que é capaz de salvar as vossas almas. Todavia, sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Com efeito, a religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo.

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Evangelho: Mc 7,1-8.14-15.21-23

Proclamação do Evangelho de São Marcos

Os fariseus e alguns doutores da Lei foram de Jerusalém e se reuniram em volta de Jesus. Eles viram então que alguns discípulos comiam pão com mãos impuras, isto é, sem lavar as mãos. Os fariseus, assim como todos os judeus, seguem a tradição que receberam dos antigos: só comem depois de lavar bem as mãos. Quando chegam da praça pública, eles se lavam antes de comer. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.

Os fariseus e os doutores da Lei perguntaram então a Jesus: «Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, pois comem pão sem lavar as mãos?» Jesus respondeu: «Isaías profetizou bem sobre vocês, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim. Não adianta nada eles me prestarem culto, porque ensinam preceitos humanos’. Vocês abandonam o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens.»

Em seguida, Jesus chamou de novo a multidão para perto dele e disse: «Escutem todos e compreendam: o que vem de fora e entra numa pessoa, não a torna impura; as coisas que saem de dentro da pessoa é que a tornam impura. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.»

Pois é de dentro do coração das pessoas que saem as más intenções, como a imoralidade, roubos, crimes, adultérios, ambições sem limite, maldades, malícia, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas essas coisas más saem de dentro da pessoa, e são elas que a tornam impura.»

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Reflexão do padre Johan Konings

A verdadeira religião

O evangelho nos regala com um dos trechos mais significativos de Marcos: a discussão sobre o que é puro e o que impuro (Mc 7,1-23). Os discípulos se puseram a comer sem lavar as mãos. Mas lá estavam alguns vizinhos piedosos, da irmandade dos fariseus, acompanhados de professores de teologia (escribas), vindos da capital, de Jerusalém. Logo se intrometeram, dizendo que é proibido comer sem lavar as mãos. (Como também se deviam lavar as coisas que se compravam no mercado, os pratos e tigelas e tudo o mais). Mas Jesus acha tudo isso exagerado, sobretudo porque dão a isso um valor sagrado.

Na realidade, a piedade de Israel era relativamente simples. Religião complicada era a dos pagãos, que viviam oferecendo sacrifícios e queimando perfumes para seus deuses, cada vez que desejavam alguma ajuda ou queriam evitar um castigo. Mas a religião de Israel era sóbria, pois só conhecia um único Deus e Senhor. Consistia em observar o sábado, oferecer uns poucos sacrifícios, pagar o dízimo e, sobretudo, praticar a lealdade (amor e justiça) para com o próximo. Moisés já tinha dito que não deviam acrescentar nada a essas regras simples, admiradas até pelos outros povos (1ª leitura). E Tiago – o mais judeu dos autores do Novo Testamento – diz claramente: “Religião pura e sem mancha diante do Deus e Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas dificuldades e guardar-se livre da corrupção do mundo” (Tg 1,27; 2ª leitura).

Mas, no tempo de Jesus, os “mestres da Lei” tinham perdido esse sentido de simplicidade. Complicaram a religião com observância que originalmente se destinavam aos sacerdotes. Clericalizavam a vida dos leigos. Queriam ser mais santos que o Papa! Chegavam a dizer que era mais importante fazer uma doação ao templo do que ajudar com esse dinheiro os velhos pais necessitados. Inversão total das coisas. Ajudar pai e mãe é um dos Dez Mandamentos, enquanto de doações ao templo os Dez Mandamentos nem falam. Declaravam também impuras montão de coisas. No templo, tudo bem, o bezerro ou o cordeirinho a ser oferecido tem de ser bonito, puro, sem defeito. Mas no dia-a-dia, a gente come o que tem e do jeito como pode. Sobretudo a gente pobre, os migrantes, como eram os amigos de Jesus. Contra todas essas invenções piedosas, Jesus se inflama. Não é aquilo que entra na gente _ e que é evacuado no devido lugar – que torna impuro, mas a malícia que sai de sua boca e de seu coração (Mc 7,18-23).

Jesus quis sempre ensinar o que Deus quer. A Lei era uma maneira para “sintonizar” com a vontade de Deus. E Jesus respeita a Lei, melhorando-a para torná-la mais de acordo com a vontade de Deus, que é o verdadeiro bem do ser humano. Isso é o essencial. O demais deve estar a serviço do verdadeiro bem da gente e não o impedir. A verdadeira sintonia com Deus, a verdadeira piedade é o amor a Deus e a seus filhos e filhas. Práticas piedosas que atravancam isso são doentias e/ou hipócritas.

Mais ainda que a Lei de Moisés em sua simplicidade original, a “religião de Jesus” deve brilhar por sua profunda sabedoria e bondade. Deve mostrar com toda a clareza o quanto Deus ama seus filhos e filhas ensinando-lhes a amarem-se mutuamente. Daí nossa pergunta: nossas práticas religiosas ajudam a amar mais a Deus e ao próximo, ou apenas escondem nossa falta de compromisso com a humanidade pela qual Jesus deu a sua vida?

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella

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                 Fonte: franciscanos.org.br    Banners: diocesefranca.org.br    Fábio M. Vasconcelos

Papa Francisco na intenção de oração para setembro:

rezemos pelo grito da Terra, que está com "febre e doente"

Em "O Vídeo do Papa" de setembro, o Francisco convida-nos a rezar pelo cuidado do planeta e a ouvir “a dor de milhões de vítimas de catástrofes ambientais”.

“Rezemos pelo grito da Terra”: esta é a intenção de oração do Papa para setembro. Francisco faz uma constatação: a Terra está com febre e doente. E pergunta: “Nós ouvimos esta dor? Ouvimos a dor de milhões de vítimas de catástrofes ambientais?”.

Os que mais sofrem com as consequências destes desastres são os pobres, recorda o Pontífice, obrigados a abandonar as suas casas devido a inundações, ondas de calor ou secas.

Portanto, não se trata somente de um problema ecológico, mas fazer frente às crises ambientais provocadas pelo homem exige também respostas sociais, econômicas e políticas.

“Temos de nos comprometer na luta contra a pobreza e a proteção da natureza, alterando os nossos hábitos pessoais e os da nossa comunidade”, é o apelo do Pontífice.

“Rezemos para que cada um de nós ouça com o coração o grito da Terra e das vítimas das catástrofes ambientais e das alterações climáticas, comprometendo-nos pessoalmente a cuidar do mundo que habitamos.”

O homem e a Criação

A videomensagem proposta pela Rede Mundial de Oração do Papa foi realizada este mês com o apoio do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. As imagens que acompanham as palavras do Papa Francisco mostram os efeitos da crise climática nos seres humanos: pessoas que fogem das catástrofes ambientais, aumento da emigração devido aos efeitos do clima e crianças obrigadas a viajar dezenas de quilômetros à procura de um pouco de água.

As preocupações do Papa são confirmadas por estudos fidedignos: segundo o Fórum Econômico Mundial, os países com rendimentos menores produzem um décimo das emissões, mas são os mais afetados pelas alterações climáticas. Estima-se que, até 2050, as alterações climáticas descontroladas obrigarão mais de 200 milhões de pessoas a migrar dentro dos seus próprios países, empurrando ao mesmo tempo 130 milhões de pessoas para a pobreza.

“A luta contra a pobreza” e “a proteção da natureza” são, para Francisco, dois caminhos paralelos, que devem ser seguidos da mesma forma: “alterando os nossos hábitos pessoais e os da nossa comunidade”. O homem, vítima da crise ambiental, pode, por isso, ser também o arquiteto da mudança, e as imagens de O Vídeo do Papa demonstram isso: da gestão dos resíduos à mobilidade, passando pela agricultura e pela própria política.

Espera e age com a Criação

A intenção deste mês insere-se no chamado Tempo da Criação, época do ano em que a Igreja Católica e demais denominações cristãs tradicionalmente se mobilizam para refletir sobre o cuidado da casa comum.

mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação 2024 é uma reflexão teológica inspirada na Carta aos Romanos: “Espera e age com a criação”. “A salvaguarda da criação não é apenas uma questão ética, mas é eminentemente teológica: na realidade, diz respeito ao entrelaçamento entre o mistério do homem e o mistério de Deus”, reflete Francisco e acrescenta: “Nesta história, não está em jogo apenas a vida terrena do homem, está sobretudo em jogo o seu destino na eternidade”.

O Tempo da Criação terá início no próximo dia primeiro de setembro e terminará no dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia.

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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Fundadores de novas igrejas e de novos movimentos!…

Há os serenos e há os fanáticos.

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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Provavelmente você conhece novas igrejas e novos movimentos de Igreja.

Todos os fiéis e seguidores veneram quem as fundou. Criaram algo que, para os fiéis, era obra do Céu. Deus queria!

No caso de Jesus, bilhões de almas nestes 21 séculos o adoravam e adoram.

No caso de outras igrejas ou movimentos, há uma fortíssima veneração pelo monge, padre, bispo, pastor, homem ou mulher que criou este tipo de seguimento de Cristo.

Muitos de fato eram pessoas dignas e santas.

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Seus parentes, amigos ou companheiros de fé, um dia resolveram trocar de Igreja ou de novo movimento e nova mística.

Sentiram que era um ganho, um UP, um salto de vida para eles. Acharam algo de novo para sua fé. Hoje seguem este ou esta pessoa e esta nova maneira de orar e seguir Jesus.

Vão desde a admiração pelos outros fiéis e fundadores de outra Igreja ou movimento, até à rejeição de quem ousou corrigir algum exagero no seu novo jeito de anunciar Jesus. Alguns tornaram-se inimigos da antiga maneira de crer. São Paulo agradecia ao judaísmo do qual veio. Mas tinha ganhado algo mais ao conhecer Jesus a quem perseguira!

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Como em tudo, existe amor e ódio diante destas mudanças. Chegam a ir contra o Papa, contra os bispos ou catequistas que propõem atualização ou correção de rumo da nova catequese.

Quem nunca estudou História das Igrejas, Eclesiologia e Pastoral e psicologia, tem a tendência de aceitar de imediato e canonizar tudo do grupo que mudou sua vida, e passam a agredir quem não aderiu ao novo!

Mas não existem crentes ou movimentos ou igrejas perfeitas. Jesus era perfeito, mas ele mesmo viveu contestado e morreu numa cruz. Ousou corrigir o judaísmo!

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Porém, há igrejas e movimentos, congregações e ordens e comunidades de fé que aceitam correções de rumo. Sabem que seu fundador não criou tudo perfeito! Seu fundador sabia isto! Muitos fundadores eram e são humildes. Perfeito, só Deus!

Os Papas e Bispos e sacerdotes líderes, versados em comportamento humano têm este dever: apoiar e incentivar, mas, se preciso, corrigir o que virou desvio.

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Conheço muitos convertidos que não veem nada de errado no seu grupo de fé, mas são os mesmos que abrem a boca, atacam abertamente e vivem apontando o dedo contra a fé ou a igreja do outro.

Humildes é que eles não são. Poderiam corrigir, sem perder o respeito e o afeto pelos outros.

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Um bom diálogo entre gente serena mudaria em muito o clima de animosidade entre igrejas e movimentos de fé.

Até porque sempre haverá o seguidor fanatizado e o evangelizado. O evangelizado aceita correções. O fanatizado ataca, calunia e, se puder, derrubará o outro. Acha que foi chamado a consertar os outros. Ele acha que não precisa: já se converteu! Mas isto tem um custo. Chama-se dízimo. Quem adere a uma nova Igreja vive do CUSTO/BENEFÍCIO. Recebeu a graça, mas esta graça não vem de graça!

É o que vemos todos os dias na internet: padres, pastores, pastoras, leigos e leigas e até bispos jogando um grupo contra grupo.

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Recentemente, um arcebispo europeu, que foi núncio nos Estados Unidos, rompeu com o Papa e, usando a mídia internacional, propôs a deposição do Papa Católico.

O triste e trágico é que ele e seus seguidores garantem que os verdadeiros católicos são eles. Para eles, o resto dos católicos está errado! Chama-se Carlo Maria Viganó.

Nossa Igreja tentou dialogar com eles por muitos anos. Mas quem não quis foram eles...

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Há milhares de pseudo-santos que odeiam quem ousa dizer que precisam ser mais humildes. Se tivessem aprendido, de fato seriam santos. Como não aprenderam, pregam a conversão dos outros. No caso deles, juram que já os santos e os certos são eles! Mas os livros que escreveram mostram que tinham ódio no coração!

Tenho vários livros deles na minha estante! Para estes pregadores nossos 21 séculos nada valem. Jesus os escolheu e nós fomos rejeitados porque fomos infiéis. Vi isto no centro de São Paulo e diante da Catedral dos católicos. Olhava para nosso templo e fanaticamente chamava-nos de nomes que não ouso publicar aqui!

Releiam as pregações da internet! Ouçam seus programas de rádio e TV. Ouçam também os da nossa Igreja. O “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS” para eles está ultrapassado! O discurso agora é ESTAMOS VENCENDO!…

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                                                                                                   Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Papa na catequese desta quarta-feira:

repelir os migrantes é pecado grave. A indiferença mata.

A Audiência Geral voltou à Praça São Pedro esta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice dedicou sua catequese ao drama dos migrantes: que mares e desertos não se tornem cemitérios.

"Mar e deserto" foi o título da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 28 de agosto. O Pontífice fez uma pausa em seu ciclo sobre o Espírito Santo para se solidarizar com as pessoas que – mesmo no momento presente – se arriscam em viagens perigosas para viver em paz e segurança em outro lugar.

O pecado do rechaço

Ao falar de mares e desertos, o Papa se referiu a todas as águas traiçoeiras e territórios inacessíveis e inóspitos: “As atuais rotas migratórias são frequentemente marcadas por travessias que para muitas, demasiadas pessoas, são mortais”, denunciou o Pontífice. Como Bispo de Roma, Francisco se concentrou no caso emblemático do Mediterrâneo, que se tornou um cemitério.

“E a tragédia é que muitos destes mortos, a maioria, poderiam ter sido salvos. É preciso dizê-lo claramente: há quem trabalhe de forma sistemática e com todos os meios para repelir os migrantes. E isto, quando feito com consciência e responsabilidade, é um pecado grave.”

O órfão, a viúva e o estrangeiro, destacou o Papa, são os pobres por excelência que Deus sempre defende e nos pede para defender.

Mas não só mares, alguns desertos também se tornam cemitérios de migrantes. E citou um dos casos que conheceu pessoalmente, o do camaronês Mbengue Nyimbilo Crepin, conhecido como Pato, cuja mulher Matyla e a filha Marie, de seis anos, morreram de fome e sede no deserto.

 “Na era dos satélites e dos drones, há homens, mulheres e crianças migrantes que ninguém deve ver. Só Deus os vê e ouve o seu clamor. E esta é uma crueldade da nossa civilização."

O Pontífice recordou que o mar e o deserto são também lugares bíblicos repletos de valor simbólico, que testemunham o drama da opressão e da escravatura. E Deus nunca abandona o seu povo: está com eles, sofre, chora e espera com eles. 

“O Senhor está com os nossos migrantes no mare nostrum, o Senhor está com os migrantes, não com quem os rejeita.”

A indiferença mata

Neste cenário mortífero, promover leis mais restritivas e militarizar as fronteiras não são a solução. Em vez disso, é preciso expandir rotas de acesso seguras e regulares, facilitando o refúgio para aqueles que fogem de guerras, violência, perseguições e vários desastres.

Mas não só, necessita-se de uma governança global das migrações baseada na justiça, na fraternidade e na solidariedade, combatendo ao mesmo tempo o tráfico de seres humanos.

Francisco concluiu convidando os fiéis a pensarem nas tragédias migratórias, como nas cidades de Lampedusa e Crotone, e enaltecendo os “bons samaritanos” que fazem tudo para ajudá-los, como os voluntários da associação “Mediterranea Saving Humans”: “Estes homens e mulheres corajosos são sinal de uma humanidade que não se deixa contagiar pela má cultura da indiferença e do descarte". 

“O que mata os migrantes é a nossa indiferença e a atitude de descarte.”

Todos os cristãos podem contribuir, acrescentou o Pontífice, ninguém está excluído desta luta de civilização. Há muitos modos, começando pela oração:

“E a vocês, pergunto: Vocês rezam pelos migrantes, por quem vem às nossas terras para salvar a vida? E há quem queira expulsá-los.” Por fim, um apelo:

“Queridos irmãos e irmãs, unamos os nossos corações e forças, para que os mares e os desertos não sejam cemitérios, mas espaços onde Deus possa abrir caminhos de liberdade e fraternidade.”

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terça-feira, 27 de agosto de 2024

Sábia reflexão de dom Leomar:

O desejo de felicidade imediata

É na juventude que se pode constatar de modo mais claro a extrema preocupação com a realização imediata, com a felicidade e o prazer a qualquer custo. Não tanto como uma busca e uma construção, mas como conquista do momento, que vai desde a autossuperação em aventuras em situações extremas até a relação sem compromisso nem vínculo afetivo. O tempo da juventude é comumente apresentado como tempo de projetos, de preparação para a vida futura, para as realizações da vida adulta.

Dom Leomar Antônio

O homem e a mulher desse tempo, entretanto, parecem experimentar o fenômeno que se pode chamar de presentismo. Trata-se da experiência que limita as buscas e realizações humanas ao imediato, ao efêmero, pouco importando projetos com pretensão de alcançar objetivos em longo prazo. Não se sentem mais impelidos a organizarem-se e a proporem novos rumos para a história presente. 

O imediatismo e a correria esterilizam as relações do ser humano com o mundo.  A vida é regulamentada a partir de critérios que desumanizam e artificializam o ser.  Para muitos o tempo está privado de significado. Há quem faça férias para melhor trabalhar. Há quem pense que o domingo é a pausa necessária para enfrentar mais uma semana. Perde-se o sentido de saborear o tempo livre, de exercício para um futuro quando não haverá mais segunda-feira e nem trabalho, apenas o convívio feliz da criatura com o Criador. 

O  desejo de felicidade é marca fundamental da vida humana. Essa tendência, contudo, não garante, em si, a felicidade. Muitas vezes o sentimento de felicidade é resultado de uma surpresa, de uma ruptura com a experiência cotidiana que superar todo desejo e todas as aspirações. A felicidade, portanto, não se comporta apenas de acordo com o desejado e o esperado. Na sua indisponibilidade, a felicidade supera o nosso desejo de felicidade.  

Entretanto, é certo afirmar que aquilo que o ser humano experimenta como felicidade é um dado momentâneo, provisório e temporalmente limitado. A felicidade pode ser apenas aproveitada de forma fragmentada e passageira. De outra forma, não é possível. A supervalorização da felicidade instantânea é um desenvolvimento específico da idade moderna. É fruto da consciência de que a felicidade apenas pode ser experimentada de forma temporalmente limitada. Constata-se que a vida comporta experiências de felicidade, mas elas não são duradouras.  

A felicidade instantânea se apresenta como uma espécie bem determinada de experiência de sentido, da qual emerge uma profunda interpretação da própria vida e da realidade.  A felicidade instantânea se apoia sobre a autotranscedência da vida que se verifica na consciência da experiência de sentido que supera tudo o que o ser humano possa fazer de sensato. Trata-se de uma experiência de transcendência.  

O desejo da felicidade imediata pode ser uma excelente forma de acolher a vida como um dom a ser saboreado na provisoriedade. E justamente nessa caducidade de tudo, encontrar o eterno. Entre as coisas que passam, ser capaz de abraçar o que não passa. 

Os jovens são mestres em ensinar a aproveitar o presente, a perceber a fruição da vida como um dom. O ideal seria integrar a experiência das antigas gerações com as intuições das novas. Especialmente os que creem deveriam ser pessoas marcadas pela jovialidade, pelo bom humor e alegria de quem tem motivos para festejar a vida hoje, nas espera de um futuro pleno e feliz.

Dom Leomar Antônio Brustolin - Arcebispo de Santa Maria (RS)
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Nesta tarde Papa Francisco

reza diante das relíquias de Santa Mônica

Na tarde de hoje, 27 de agosto, o Papa Francisco deixou o Vaticano e visitou a Igreja de Santo Agostinho em Roma, onde rezou diante das relíquias de Santa Mônica. Em 2013, durante uma homilia na mesma igreja, o Papa destacou as lágrimas de Santa Mônica pela conversão de seu filho, Santo Agostinho, e exaltou a força de sua fé e perseverança.

Na tarde desta terça-feira, 27 de agosto, memória de Santa Mônica, o Papa Francisco se dirigiu à igreja de Santo Agostinho em Roma e se deteve em oração na Capela onde estão conservadas as relíquias da Santa e, posteriormente, diante da imagem de Nossa Senhora dos Peregrinos. Ao sair, cumprimentou os frades, as irmãs e os peregrinos presentes e, em seguida, retornou ao Vaticano, conforme informou a Sala de Imprensa da Santa Sé via Telegram.

Em 2013, o Santo Padre, durante uma homilia na mesma igreja, por ocasião da memória de Santo Agostinho, recordou Santa Mônica com as seguintes palavras:

"Santa Mônica, quantas lágrimas derramou aquela santa mulher pela conversão do filho! E quantas mães, também hoje, vertem lágrimas para que os seus filhos voltem para Cristo! Não percais a esperança na graça de Deus: 'Não é possível que um filho de tantas lágrimas venha a perecer'. O próprio Agostinho, depois da conversão, dirigindo-se a Deus, escreve: 'Por amor de mim, chorava diante de Vós a minha mãe, toda fiel, derramando mais lágrimas do que jamais vertem as mães diante da morte física dos seus filhos'. Mulher inquieta, essa mulher que, no final, diz aquela bonita palavra: 'O meu Deus satisfez-me copiosamente'. Aquilo pelo que ela chorava, Deus concedeu-lhe abundantemente! E Agostinho é herdeiro de Mônica, dela recebe a semente da inquietação. Eis, então, a inquietação do amor!"

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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Refletindo com o padre Zezinho:

E daí, adianta gritar contra? Quem atacou primeiro?

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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QUEM AGRIDE ATRAPALHA O DIÁLOGO ECUMÊNICO!!!

Lecionei comunicação no curso PRÁTICA E CRÍTICA DE COMUNICAÇÃO NAS IGREJAS! Em várias aulas alertei que púlpitos agressivos chamam também outros púlpitos agressivos.

Sempre ensinei que padres devem serenos, abertos ao ecumenismo e capazes discordar sem ofender as outras religiões.

O Concilio Vaticano II pediu isto: Discordar sem ofender e sempre dialogar como irmãos. Serem positivos e até incisivos na pregação, mas nunca agressivos! Os católicos foram instruídos a dialogar!

Mas alguns católicos não aceitaram a proposta do Concílio. Negaram-se a dialogar com irmãos de outras igrejas. Viram isto como retrocesso. Dizem que Católico existe para converter protestantes para a verdadeira Igreja …

Os do outro lado disseram o mesmo. Também dizem que Evangélico existe para converter católicos a Jesus.

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Faz tempo que muitos pregadores passaram do limite. Dos dois lados!

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No passado, Católicos e protestantes disseram coisas abomináveis uns contra os outros. Estão aí nas estantes de livrarias o que alguns pregadores disseram sobre a outra igreja. Era um tempo de ódio e provocação em nome da verdade! Tipo: -NÓS TEMOS A VERDADE E VOCÊ NÃO A TÊM -

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Percebo nos últimos anos um aumento de ofensas da parte de ateus e pastores contra nossa Igreja. É só ler a rede social. Mas já em 1980 eu dizia que o discurso descaridoso iria atrapalhar o diálogo entre as igrejas e com os agnósticos e ateus. Viajei por mais 45 anos e o clima, exceto por alguns países havia respeito por católicos. Mas o clima começou a azedar a partir de 2000. As TVs confessionais e a Internet cresceram com incontáveis concessões de canais de rádio e televisão. E que os ocupou foram pregadores proselitistas preocupados em arrebanhar almas para sua Igreja: o púlpito agigantou-se e milhões de pessoas mudaram de crença e de igreja .

Entre católicos, primeiros pregadores de esquerda política malharam os pregadores da direita, desprestigiando os padres e bispos conservadores. Vinte anos depois, os pregadores da direita deram o troco malhando a Teologia da Libertação.

E quem tentou dialogar foi chamado de morno, gente que não toma lado. E os evangélicos se ressentiam do que ouviam no púlpito católico. Criaram trincheiras e fecharam muitas portas ao dialogar fraterno!

Hoje a internet está um grande bunker e uma grande trincheira de pastores e padres dando a entender que o Cristo do outro é menos Cristo do que o Cristo deles.

Até escrevi dois livros sobre a volta ao diálogo, alertando que viria tempo em que haveria um recrudescimento de um púlpito contra o outro.

Chamaram-me de irenista. Nome feio para um padre que passou a vida inteira buscando o ecumenismo. Uma coisa é discordar e outra é ofender quem crê diferente de nós!

Os documentos da Igreja desde os anos 1960 propunham diálogo fraterno entre as igrejas.

Estes pregadores agressivos, que há em todas as igrejas, azedaram o clima. Partiram para a calúnia, ou para deturpar a história umas das outras. Igrejas não são um bando de anjos ilibados. Nem a nossa nem as deles.

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A Bíblia mostrava homens santos, mas também homens violentos que esmagando outros povos, achavam que agradavam um Javé guerreiro. Leiam Juízes a partir do capítulo 9. DIZIMAVAM POVOS PACÍFICOS que tinham que morrer porque Javé queria mais terras. É claro que não era Deus Pai! Eram guerreiros querendo aniquilar inimigos porque os outros também queriam o mesmo.

Jesus pregou diálogo até com o inimigo! É claro que Fariseus e Escribas e Doutores da Lei não aceitavam isto.

Nossas Igrejas tiveram monstrengos da fé, todas elas. Havia milhões de homens e mulheres santas, mas muitos pregadores fariam anjos corar de vergonha pelo que faziam uns contra os outros. Era guerra religiosa aberta em nome de Deus.

Esta guerra está voltando e criou trincheiras chamadas internet, WEB, Rede Social. As redes ficaram mais anti sociais do que social. Vejo isto todos os dias quando ligo meu celular para conversar com quem quer catequese e diálogo fraterno.

Muitos não querem. E infelizmente muitos são padres, pastores e leigos com poucas leituras. O púlpito e os microfones baixaram o nível de conhecimento e aumentaram o volume de proselitismo. Ligue sua TV num grande centro. São mais de 23 canais anunciando o Cristo deles e atacando o Cristo da outra igreja.

Católico! Se leu o CIC, o DSI e o CVII sabe o que a Igreja quer: divulgar mas também dialogar. Os outros também são filhos do Pai, irmãos do Filho e procuram as luzes do Espírito Santo. E se forem ateus também querem paz. E há os que apoiam ditaduras, aborto e corrupção. Já deixaram de ser cristãos.

A ordem da Igreja é anunciar, dialogar e evangelizar. O triste é que muitos desses discípulos que partem para EVANGELIZAR, mas eles mesmos ainda não foram evangelizados .

Quem vive agredindo os outros em nome da sua fé e subiu ao palco e ao microfone, sem ter concluído as aulas: 1 - do mestre que se põe de joelhos, 2 - da bacia que ele mesmo preparou, 3 - da toalha na cintura e 4 - da lição do Lavapés!… não entendeu o que é evangelizar!

Discípulo de verdade mais serve do que é servido! Não joga verdades na cara dos outros, mas a partilha. Mais do que isso: dialoga sobre Jesus que há 20 séculos ofereceu sua vida para a paz do mundo!… Ou dialogamos ou não seremos obedientes ao Mestre!

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                                                                                                   Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj