sexta-feira, 31 de maio de 2024

9º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão

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1ª Leitura: Dt 5,12-15

Leitura do Livro do Deuteronômio 

“Guarda o dia de sábado, para o santificares, como o Senhor teu Deus te mandou.

Trabalharás seis dias e neles farás todas as tuas obras.

O sétimo dia é o do sábado, o dia do descanso dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu boi, nem teu jumento, nem algum de teus animais, nem o estrangeiro que vive em tuas cidades, para que assim teu escravo e tua escrava repousem da mesma forma que tu.

Lembra-te de que foste escravo no Egito e que de lá o Senhor teu Deus te fez sair com mão forte e braço estendido. É por isso que o Senhor teu Deus te mandou guardar o sábado”.

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Responsório: Sl 80

- Exultai no Senhor, a nossa força!

- Exultai no Senhor, a nossa força!

- Cantai salmos, tocai tamborim, harpa e lira suaves tocai! Na lua nova soai a trombeta, na lua cheia, na festa solene!

- Porque isso é costume em Jacó, um preceito do Deus de Israel; uma lei que foi dada a José, quando o povo saiu do Egito.

- Eis que ouço uma voz que não conheço: “Aliviei as tuas costas de seu fardo, cestos pesados eu tirei de tuas mãos. Na angústia a mim clamaste, e te salvei.

- Em teu meio não exista um deus estranho nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei”.

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2ª Leitura: 2Cor 4,6-11
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios

Deus, que disse: “Do meio das trevas brilhe a luz”, é o mesmo que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para tornar claro o conhecimento da sua glória na face de Cristo.

Ora, trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós.

Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; por toda parte e sempre levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos.

De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal.

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Evangelho: Mc 2,23-3,6

Proclamação do Evangelho de São  Marcos

Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam.

Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido.

Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome?

Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”.

E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é Senhor também do sábado”.

Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!” E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram. Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada. Ao saírem, os fariseus, com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.

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Reflexão do frei Clarêncio Neotti:

O dia do Senhor: sinal sagrado da Aliança Eterna

Temos hoje a quarta disputa (as chamadas ‘Disputas da Galileia’) entre Jesus e os fariseus.  Marcos organizou sucessivamente os debates, sem se preocupar com quando e onde de fato aconteceram. Escolheu essa forma didática, para fazer o próprio Jesus se apresentar como Filho de Deus e dizer para que viera ao mundo. Por trás das disputas está sempre implícita a pergunta: Quem é Jesus. Da discussão desponta a resposta: Ele é o enviado de Deus com poderes divinos, é o Messias, que veio ao mundo como libertador e salvador.

A primeira controvérsia foi sobre o perdão dos pecados. Os fariseus e Jesus estão  de acordo com uma verdade: só Deus pode perdoar pecados. Diante de uma casa supercheia de gente, Jesus perdoa os pecados do paralítico e o cura física e espiritualmente (Mc 2,10-11). Aos olhos de todos fica claro: ele tem poderes divinos A segunda disputa girou em torno da liceidade de alguém comer com pecadores. Para os hebreus, comer com alguém significa participar de suas ideias e do seu pecado. Jesus ceia na casa de Mateus, o publicano, considerado pecador público (Mc 2,15). Os fariseus se escandalizam. Jesus, para ainda maior escândalo deles, declara-se médico dos enfermos e diz ter vindo ao mundo exatamente para chamar os pecadores (Mc 2,17) A terceira discussão partiu da obrigatoriedade do jejum (Mc 2,18). Jesus aproveitou a questão para falar que viera ao mundo para desposar a humanidade. Jesus usou uma figura dos profetas (Os 2,21). Deus era chamado de ‘esposo’. Jesus é o esposo que veio para desposar e fazer com ela um só corpo e um só espírito.

A questão de hoje gira em torno da observância do sábado. Note-se que Jesus não é contra a observância do sábado, não é contra o jejum e reconhece que a criatura humana é pecadora. Mas os fariseus e os escribas (explicadores da Lei) haviam desviado o verdadeiro sentido do sábado, do jejum e do conceito de pecador. Jesus tenta repor essas questões em suas justas dimensões, para que ajudem a criatura humana a viver na liberdade e  alegria dos filhos de Deus e não na escravidão de sutis e complicadas interpretações impostas.


FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Durante 20 anos, trabalhou na Editora Vozes, em Petrópolis. É membro fundador da União dos Editores Franciscanos e vigário paroquial no Santuário do Divino Espírito Santo (ES). Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella

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Fonte: franciscanos.org.br   Imagem: vaticannews.va  Banner: Fr. Fábio M. Vasconcelos

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