domingo, 19 de novembro de 2023

No Angelus, Papa exorta a superar o medo

que paralisa e lançar-se com confiança em Deus

"Ou tens medo diante de Deus ou tens confiança no Senhor". E a exemplo dos protagonistas da parábola, também nós, recordou o Papa Francisco no Angelus, “recebemos talentos, todos, muito mais preciosos que o dinheiro. Mas muito do modo como os investimos depende da nossa confiança no Senhor, que liberta o coração, nos torna ativos e criativos na prática do bem”.

“O medo paralisa, a confiança liberta”. Medo ou confiança, duas posturas que podemos ter diante de Deus e que serão determinantes na nossa relação com Ele e por consequência na multiplicação ou não dos talentos que gratuitamente d'Ele recebemos.

Dirigindo-se aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro neste XXXIII Domingo do Tempo Comum, o Papa falou das duas maneiras diferentes de nos aproximarmos de Deus. Para tal, inspirou-se na Parábola dos Talentos narrada no Evangelho de Mateus 25, 14-30.

Francisco começa explicando que os talentos confiados por um senhor que sai em viagem aos seus servos “eram seus bens, um capital", e foram distribuídos “de acordo com as capacidades de cada um”.

Ao retornar, este senhor pede contas aos servos. Dois deles dobraram os talentos que receberam, o que é elogiado pelo senhor, enquanto o terceiro, por medo, enterrou o seu, devolvendo o mesmo que havia recebido, atitude que recebe uma repreensão.

O medo que bloqueia

O Santo Padre então, explica a primeira maneira de nos aproximarmos de Deus, que é aquela movida pelo medo, de alguém que não confia em sua bondade e por isso fica bloqueado:

É aquela daquele que enterra o talento recebido, que não sabe ver as suas riquezas dadas por Deus: ele não confia nem no patrão, nem em si mesmo (...). Ele sente medo dele, não vê a estima, não vê a confiança que o senhor deposita nele, mas vê somente o agir de um patrão que exige mais do que dá, de um juiz. E esta é a sua imagem de Deus: não consegue acreditar na sua bondade, não consegue acreditar na bondade do Senhor em relação a nós. Por isso fica bloqueado e não se deixa envolver na missão recebida. 

A atitude de confiança que liberta

Atitude diferente, por sua vez, têm os outros dois protagonistas, “que retribuem a confiança do seu senhor, confiando por sua vez nele”:

Esses dois investem tudo o que receberam, mesmo que inicialmente não saibam se tudo irá correr bem: estudam, veem as possibilidades e prudencialmente buscam o melhor; aceitam o risco de se envolverem. Confiam, estudam e arriscam. Assim, têm a coragem de agir com liberdade, de forma criativa, gerando nova riqueza.

E diante de Deus, temos esses dois caminhos a seguir, observa o Papa, “medo ou confiança. Ou tens medo diante de Deus ou tens confiança no Senhor". E a exemplo dos protagonistas da parábola, também nós, recorda Francisco, “recebemos talentos, todos, muito mais preciosos que o dinheiro. Mas muito do modo como os investimos depende da nossa confiança no Senhor, que liberta o coração, nos torna ativos e criativos na prática do bem”:

Superar o medo e confiar em Deus

Não esqueçamos isso: a confiança liberta, sempre, o medo paralisa. Recordemos: o medo paralisa, a confiança liberta. E isto também se aplica à educação dos filhos. E perguntemo-nos: acredito que Deus é Pai e me confia dons porque confia em mim? E eu, confio n'Ele a ponto de me lançar sem desanimar, mesmo quando os resultados não são certos nem óbvios? Sei dizer a cada dia na oração: ‘Senhor, eu confio em Ti, dá-me forças para seguir em frente: confio em Ti, nas coisas que me deste. Deixe-me saber como, como levá-las em frente...'. Por fim, também como Igreja: cultivamos em nossos ambientes um clima de confiança e de estima recíproca, que nos ajuda a seguir em frente  juntos, que desbloqueia as pessoas e estimula a criatividade do amor em todos? Pensemos nisso.

Que a Virgem Maria, disse ao concluir, nos ajude a superar o medo e a confiar em Deus - nunca ter medo de Deus! Temor sim, medo não - e a confiar no Senhor.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

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Francisco almoça com os pobres
para um momento inesquecível de amizade

Eram mais de 1200 a esperar a chegada do Papa na Sala Paulo VI para partilhar com ele a refeição por ocasião do Dia Mundial dos Pobres.

Esperaram que terminasse a oração do Angelus e depois encontraram-no, cumprimentaram-no e sentaram-se à mesa com ele. Os pobres e os seus acompanhantes, mais de 1200 pessoas no total, lotaram a Sala Paulo VI, transformada para a ocasião num amplo e inusitado restaurante, para o habitual almoço com Francisco, por ocasião do Dia Mundial dos Pobres celebrado neste XXXIII Domingo do Tempo Comum. Antes de iniciar, o Papa deu a sua bênção, agradecendo a Deus pelo “momento de amizade, todos juntos”, pela refeição, por quem a preparou.

As mesas postas, decoradas com flores brancas e amarelas, serviram de cenário para fotografias e selfies que eternizaram um momento inesquecível de acolhimento, atenção, carinho e amor para com todos aqueles que no resto do ano vivem nas ruas na indiferença da cidade ​​e que hoje dividiram a mesa com o Pontífice.

Um almoço organizado pelo Dicastério para o Serviço da Caridade e oferecido este ano pelos Hotéis Hilton, com um menu dedicado a todos, mesmo aqueles que não são cristãos e, portanto, obrigados a observar certas normas alimentares segundo sua religião.

E assim depois dos canelones recheados com ricota romana DOP e espinafres ao molho Parmigiano Reggiano DOP, pudeam saborear as almôndegas de carnes brancas salteadas com creme de tomate San Marzano e manjericão com puré de couve-flor, para finalizar com as sobremesas: Tiramisu e doces.

Antes de deixar a Sala Paulo VI, Francisco abençoou e agradeceu a todos os que contribuíram para organizar e servir o almoço num clima de grande festa, aos que ajudaram materialmente para que este pudesse acontecer e, naturalmente, a todos os presentes que partilharam o mesmo espírito.

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                                                                                                                    Fonte: vaticannews.va

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