Uso dos bens
A palavra “bem” se refere a tudo aquilo que
é destinado para a boa vivência das pessoas. Ele pode ser de nível material,
psicológico e espiritual. O importante é que todo bem seja tratado com
equilíbrio e intencionalidade para que realize aquilo que identifica sua
finalidade. O trato em relação aos bens materiais passa por um sistema
econômico capitalista neoliberal e um apelo para o ter mais.
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Dom Paulo Peixoto |
Dentro deste contexto, os líderes deveriam
ter compromisso e valorizar o bem comum acima de interesses herméticos e
egoístas. A não valorização desta prática comunitária é abrir espaço para uma
sociedade portadora de pobres e empobrecidos. É preciso saber como
relacionar-se com o dinheiro para fazer dele um instrumento do bem em prol dos
valores do Reino e não absolutizá-lo como divindade.
A miséria é fruto da má distribuição das
riquezas do país, constituindo uma verdadeira injustiça social e desrespeito
humano. O dinheiro faz parte essencial de sobrevivência das pessoas e ajuda na
superação da situação de precariedade. É lamentável encontrar e ouvir a frase
como esta: “O luxo de alguns poucos no mundo é mantido à custa de sacrifícios
de muitos da sociedade”.
Os profetas eram inconformados com o ritmo
de exploração sofrida pelos pobres. Assim foi o entender de Amós ao citar
muitos fatos concretos de injustiça praticada no seu tempo, falando contra
aqueles que dominavam e compravam os pobres com dinheiro (Am 8,4-7). O pior
ainda é comprar a consciência das pessoas por poucos denários, principalmente
durante as Campanhas Eleitorais.
As riquezas desonestas com um dinheiro
sujo, trazem muitas consequências de teor negativo para a população. Isto pode
acontecer no campo religioso, expressando uma fé desligada do compromisso com a
ética e com a moral cristã. Temos muitos líderes religiosos desonestos,
passando por cima dos princípios indicados pelo Evangelho, desabonando a
identidade de sua instituição.
A prática da justiça e da caridade precisa
estar acima dos interesses egoístas. Todos nós somos administradores dos bens
da criação, mas não sendo maus servidores, e até aproveitadores da situação. Na
visão bíblica de Jesus, o administrador desonesto não passa de um “filho das
trevas”, porque ele age com astúcia e por caminhos tortuosos, causando prejuízo
para o bem público.
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